Tudo, menos irmãos
Encrencas espontâneas
Taichi e Sora, assim como Yamato e Mimi aproveitavam ao máximo, enquanto Takeru repousava, aquela tarde deram um mergulho na piscina, era novidade para os amigos Yamato estar relaxado.
O único inconveniente do dia foi a governanta dar de cara com os meninos saindo da piscina para levar bebidas e sanduíches para suas namoradas, o loiro e o castanho só usavam sungas e deixaram a pobre senhora corada e sem graça.
— Já não bastasse um. Comenta a mulher cobrindo os olhos.
— O que deu nela Taichi? Perguntou Yamato, o loiro encarava a mulher sem a menor ideia do motivo dela estar tampando os olhos, nem os caçulas do grupo faziam mais isso.
— E você vem perguntar isso pra mim cara! Olha, ta acontecendo alguma coisa, podemos ajudar? O castanho se aproxima da mulher que estava quase sem ar.
— Mon dieu, o que estão fazendo? Perguntou Catherine, voltando do colégio, a loira olhava curiosa a cena e queria rir.
— Estamos tentando entender exatamente isso, nós só entramos para pegar uns sanduíches e ela não quer nem nos olhar. Relata Taichi.
— Quem são? Perguntou Madeleine, entrando na cozinha e olhando os rapazes.
— Esse é o Yamato, o irmão do Takeru e esse é o melhor amigo dele o Taichi.
— Plaisir, Catherine, eu não queria ser inconveniente, mas sua madrasta tem é um templo não um útero. Madeleine cora.
— Apaga esse fogo Madeleine, as namoradas deles estão logo ali, dame, o que se passa? Catherine olha para os meninos e compreendeu o motivo abafando o riso, ao lembrar de Takeru. — Taichi, Yamato, é… Não sei como dizer isso, mas não dava para se cobrirem.
— Tinha entendido para ficar a vontade. Taichi lembra das palavras de Adam.
— Uie, mas, a dame nunca… Catherine cora, ela não está acostumada. Explica a loira.
— Ela não ta acostumada com a gente? Pergunta Taichi.
— Now exatamente, ela nunca conviveu com o sexo oposto assim… Vão mesmo me fazer explicar? Pergunta Catherine.
— Olha seria bom, sabe, eu já entendo pouco francês, e a situação ta meia confusa. Taichi pede.
— Liga não que é o fuso horário, a conexão ainda ta lenta. Explica Yamato.
— Taichi-San. Agumon gritava na sala, procurando o castanho, os digiescolhidos ficam com gotinhas.
— Se isso for o Takeru, o resfriado afetou muito as cordas vocais. Madeleine provocou uma leve crise de risos entre Yamato e Taichi.
— Eu vou ver como ele tá! Catherine sai e vai até a sala, deixando a mochila.
Madeleine se senta à mesa.
— As vezes eu acho que ela está me escondendo algo. Madeleine encara a porta e pega um dos doces.
— Não se preocupe Madeleine. A governanta tenta acalmar a garota.
— Faz um tempo, a Catherine mudou.
— Normal, todos mudamos, a um mês a minha otouto jogou a escova de cabelo dela, quase me acerta, o que eu quero dizer, é não se preocupe, é comum termos segredos.
— Meninos o que aconteceu? Mimi questionou e deu uma encarada na loira sentada na bancada.
— O que temos, uma visita? Pergunta Mimi.
— A visita somos nós Mimi-Chan. Taichi corrige.
— Me chamo Madeleine et toi? Perguntou a francesa.
— Me chamo Tachikawa Mimi e sou namorada do Ishida Yamato. A sincera se apresentou. — Então você é a Madeleine, agora sim está começando a ficar interessante. Mimi se aproximou e foi puxada pelo namorado.
— O que pensa que vai fazer? Questionou Yamato, sussurrando em seu ouvido.
— Só quero conhecer a pretendente do seu irmão. Pentelha Mimi.
— Pessoal, eu já entendi que o Takeru só sente amizade, estou amando sozinha. Madeleine argumentou, percebendo o motivo dos olhares.
— Madeleine, não tenho nada contra, eu nem a conheço, só protegemos uns aos outro. A castanha disfarça.
— Entendo, e fazem bem, o Takeru tem ótimos amigos.
— Madeleine, sobre segredos, é comum… Não estraga a amizade tentando forçar, se tiver que revelar…
— Quatro anos esse é o tempo, de lá para cá só ficou mais estranho, a Catherine não me deixa mais ficar, não me chama mais para o quarto dela. Lembra Madeleine.
— “E você quer o namorado dela”. Mimi pensa medindo Madeleine.
— Por favor não começa. Yamato sussurra.
— Eu não estou fazendo nada gatinho. Mimi se defendeu.
— Ainda! Espera pra ver. Yamato a olha de lado.
Enquanto a turma conversava na cozinha…
Catherine levou os monstrinhos para o seu quarto e aproveitou para levar os deveres para Takeru, que estava na varanda.
— Já está fora da cama e nu na varanda, Takeru, vai acabar piorando, os ensaios do casamento estão chegando. Repreende Catherine.
— Cather-Chan, o cha, e a sopa da okaasan estão ajudando. Argumentou Takeru.
— Ta achando que está numa novela, mon amour, você contraiu o resfriado sábado, anda acho que está ficando com calor por causa da febre, mas que bom que está se sentindo melhor, anda, você precisa aquecer o corpo e tomar a inalação, seria bom parar de teimar.
— Cathe-Chan, como nora e sogra você e a okaasan vão se dar bem, eu vou me vestir, mas eu não quero tomar inalação, não estou com o nariz tão congestionado. Catherine cala o namorado preparando a inação e puxando seu rosto, ligando.
— Mon amour, quem sabe são os médicos, se você não é formado para com isso e segue as ordens. Ordena Catherine.
— Já vi que não vou conseguir escapar dos remédios… Takeru respira fundo e se rende, se deita e segura a mão da digiescolhida. — Cather, eu estava ouvindo uma algazarra lá em baixo, o que houve? Takeru perguntou.
— Era só a Madeleine? Respondeu a francesa, dando de ombros.
— Madeleine? Ela está lá em baixo? Perguntou Takeru.
— Uie, estamos fazendo um trabalho em dupla, mas vamos fazer na casa dela, pois aqui temos os nossos segredos, não ia me sentir confortável tirando os digimons do quarto. Indagou Catherine.
— Se quiser eu fico com eles! Takeru oferece ajuda.
— Tem certeza, ela é bem inconveniente, pode fingir ir ao banheiro e vir.
— Eu vou trancar a porta e pode ficar tranquila, os digimons estão acostumados comigo, você e Madeleine precisam desses momentos juntas. Sugeriu Takeru.
— Eu só não te beijo porque você ta gripado. Catherine beija a testa do digiescolhido e vai buscar os digimons e chamar Madeleine para o quarto.
Madeleine se surpreendeu ao ser chamada para o quarto de Catherine, mas feliz, as duas subiram para fazer o trabalho.
Os digiescolhidos olhavam curiosos e uma mensagem chega para Yamato, “Fiquem tranquilos os digimons estão seguros”
Uma semana depois....
— Eu bem que gostaria de ir ao casamento. Lamenta Miyako, enquanto abotoa seu sutiã.
— Todos queríamos Miya-Chan, mas o que podemos fazer se ainda estamos no colégio, matar aula pode ser tentador, mas só de pensar na confusão que iamos arrumar. Ken imagina a bronca.
— Eu sei, não ia querer uma coisa dessas na minha ficha. Miyako pensa. — Ichijouji, então você já pensou em matar aula? Pentelha Miyako, piscando com um olho, vendo o namorado corar.
— Só as mais chatas, ah qual é Miya, que jogue a primeira pedra quem nunca, semana passada eu e o Motomiya quase fizemos isso. Confessa Ken, atiçando a curiosidade da violacea.
— Então meu namorado ia fazer coisa errada, e o que te impediu? Pergunta Miyako.
— Não sei exatamente, mas ainda bem que não fizemos, no meu interior eu já tava em pânico com ideia imagina em prática, de ultima hora dei para trás e tive que aguentar o Daisuke reclamando o resto do dia. Conta Ken.
— Então era esse o segredinho de vocês, meu kami. Miyako ri pelo nariz. — Fala, o que os dois levados iam fazer fora do colégio? Pergunta Miyako.
— Levados? Fazia tempo que eu não ouvia essa. Ken ri.
— No que diz respeito ao seu amigo eu tenho vários outros adjetivos que casam com ele, mas você, ah meu amor é que eu to feliz.
— Feliz? Você ta bem? Eu acabo de dizer que pretendia matar aula e você tá feliz? Ken estava curioso.
— Ken, você ta saindo do círculo imposto, você quer se arriscar, fazer coisa espontânea, não arriscando sua vida, o que tem de errado matar o tédio.
— É isso que eu mais amo em você, sua espontaneidade. Declara Ken, beijando Miyako. — Mas creio que eu posso arrumar outra maneira de fazer isso sem acabar na diretoria. Indaga Ken.
O casal começa a se beijar e a senhora Ichijouji apareceu com a camisa e o terno passados e observa a cena, deixando o filho e a nora sem graça com sua presença no quarto.
— Isso foi espontâneo Ken, a melhor parte ou pior, depende do ponto de vista… São os flagras. Pentelha Miyako. — O que pretende fazer… Exatamente?
— Eu ainda não pensei nessa parte, sabe, eu amo quando vem dormir aqui. Ken se aproximou da namorada, selando os lábios aos dela.
— Ken-Kun eu também amo dormir… Miyako cortava as frases entre beijos. — Do seu lado.
— Outro atraso desses e eu vou ficar sem desculpas para a professora. Ken puxou a namorada para o colo.
— Acho melhor pegar nossas coisas. Miyako se solta dos braços de Ken e vai até a porta o chamando.
Naquela tarde Ken voltava das aulas extras curriculares, trazendo Wormmon no colo, o digimon sempre muito carinhoso aproveitava o colo com todo carinho e Ken sorria, por mais que quisesse abraçar e mimar o pequeno tinha em mente que as pessoas ao redor os observavam.
O digiescolhido para em frente o barbeiro e pensa.
— Ken-Chan o que foi? Perguntou Wormmon.
— A Miya-Chan ela disse que gostou de ver espontaneidade, será que ela gostaria se eu mudasse o visual? Questionou Ken.
— Ela te ama Ken, mas mudar o que? Você já trocou o uniforme. Observa a lagartinha.
— O cabelo, eu sempre o deixei cumprido.
— Você tem que se sentir bem, eu acho que ficaria legal, só não muito curto.
— Pronto. Ken ri. Digimon blogueiro. — Você as vezes tem cada uma Wormmon. — Faz um tempo que penso nisso, você espera um pouco, não está faminto? Perguntou Ken.
— Eu espero Kenzinho. Ambos entram e após duas pessoas Ken é chamado e Wormmon fica curioso.
Miyako aguardava o namorado em Tamachi, a violacea já estava lá porque suas aulas acabaram mais cedo, Ken demorava e preocupava a família, quando Miyako já calçava os sapatos, o som da chave a fez abrir a porta ansiosa, a violacea abriu a boca surpresa, Ken estava com os cabelos curtos e nem tinha conversado com ela sobre a ideia, quando falou que faria algo espontâneo que não o encrencasse, não era isso que a digiescolhida esperava.
— Ficou diferente, então por isso a demora? Até que ficou bom. Elogiou a mãe do jovem.
— Eu assustei no começo, mas eu também gostei. Wormmon indagou.
— Não gostou Miyako-Chan? Questionou Ken.
— Tanto tempo com o antigo visual, desculpa se deu a entender que odiei, e… Ta muito diferente do costume, mas quem sou eu pra dar pitaco nos cabelos dos outros, se gostou, novo visual, você agora ta de visu novo, só podia avisar, estávamos todos preocupados. Miyako reclama.
— Desculpa eu quis fazer surpresa. Respondeu Ken.
— Não ficou feio, mas…
— Mas?
— Eu posso levar um tempo para me acostumar. Miyako não queria magoar o namorado, mas até sua expressão entregava o desgosto, mas o digiescolhido gostava e admirava sua sinceridade.
— Miya-Chan até eu caminhei até em casa me estranhando, eu não vou me magoar, mas eu não posso desfazer.
— Eu to vendo, vem vamos jantar e comemorar a mudança. Miyako pegou Wormmon no colo.
De volta a França, uma semana depois…
Pierre chegava ao colégio e se depara com Taichi e Yamato na porta, ambos acompanharam Takeru e Catherine e aproveitaram para conhecer as instalações, o uniforme era bem diferente dos habituais, até mesmo a cultura do cumprimento entre os amigos era completamente outro.
O digiescolhido francês já sabia que Takeru detestava ser beijado no rosto, e somente acenava quando o via.
— Sarou foi? Perguntou Pierre.
— Uie e você parece bem!
— Só foi difícil manter o Labramon quieto, mas aprendi uma lição. Pierre olha os digiescolhidos e seus parceiros disfarçados.
— Vocês, os digiescolhidos do Japão, nem creio. Pierre se empolgou
— Pierre-San, lembra a palavra é proibida. Catherine gesticula, apontando para os monstrinhos.
— Desolè, não estou acostumado, vocês sabem. Pierre respondeu.
A reunião foi interrompida pelo capitão do time adversário que encarava principalmente Catherine.
— O que você quer? Perguntou Takeru o encarando e protegendo Catherine.
— A sua irmãzinha, o assunto é somente entre nós, eu sei o que você fez. Ameaçou apontando o dedo.
— Pèrdon, do que exatamente está falando? Questionou Catherine.
— Eu sei o que esconde. Catherine toma a frente de Takeru e é puxada para perto.
— Deixa esse idiota comigo. Sussurrou o digiescolhido.
— Escuta sherlock, não sei se já te disseram, mas não é educado ficar apontando, eu não vou ficar dando aulas de boas maneiras para ignorantes, vamos partir para o mesmo idioma, se continuar atrás do meu irmão ou da Catherine, ou de qualquer um, vou me ver obrigado a me acertar, ou melhor te acertar. Ameaça Yamato.
— Yamato-Nii
— Essa garota, é uma feiticeira. Acusa o garoto apontando para a francesa.
— E eu nem sabia. Provoca Catherine, rindo acompanhada dos alunos.
— Agora tu foi longe na loucura. Feiticeira? Pierre ri.
Por outro lado foi um alívio a tola acusação, era melhor do que ter o segredo exposto.
Os Lions não conseguiam conter o riso.
— Entendo que o orgulho fica mega ferido quando apanhamos de uma mocinha, mas dai baixar o nível. Taichi zoa.
— Ela me amarrou no acampamento, ela…
— Ainda resta-lhe dignidade, não quer pegar sair enquanto não a perde? Madeleine entra na conversa. — A madumazele é corajosa, dá ótimos golpes, mas feiticeira?
— Eu não sei como fez, mas eu vou provar. O garoto avançou para cima de Catherine e foi parado pelo guardião da amizade, que o acertou um murro no nariz.
— Não torna a ameaçar, eu te avisei! Yamato estalou os dedos.
— Treta vem na bagagem, onde quer que Ishida Yamato vá. Taichi resmungou.
O garoto olha constrangido para Yamato, e para os alunos do colégio adversário.
— Deixa a Catherine em paz. Takeru reforça.
— Nossos problemas resolvemos dentro de campo. Pierre toma a frente.
— Tu e o mascote e essa feiticeira vão pagar. Quando o garoto ia se retirar para seu colégio, Taichi colocou o pé na frente o jogando contra o chão.
— Opa. Pentelhou o castanho.
— Meninos eu consigo me defender, como são encrenqueiros. Catherine observa com a mão na testa.
— É de família. Pentelhou Takeru.
Muitas confusões rolaram tanto no Japão quanto na França, o casamento começava a ser preparado, o jardim era enfeitado, o buffet escolhido e Mimi ensaiava com Yamato, chegando a serem filmados por Madeleine.
Takeru e Catherine ensaiavam a entrada como daminhos, e a valsa e a ensaiada música levantou um questionamento na mãe dos digiescolhidos, Natsuko e o organizador levantaram uma possível química diferente no ar.
Mesmo que quisesse a família vivendo no Japão, o mais velho não deixava de notar a felicidade dos noivos durante os ensaios, Natsuko e Adam faziam um casal bonito e felizes, o que fez o loiro pensar também no pai e sua noiva, a cerimônia seria diferente, mas o sentimento e significado seria o mesmo.
Ainda que mantivessem o tal segredo a sete chaves, alguns sinais eram nítidos, a matriarca observava a um tempo, durante o ensaio o organizador comentou "desse mato vai sair coelho"!
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