Pierre e Taylor chegavam a casa do jogador, a única coisa que o loiro não queria era explicar sobre os ferimentos.

Labramon saltou da janela do segundo andar usando as árvores como amortecedores.

—Taylor… Pierre o que houve com o seu rosto? Questionou o digimon.

— Uma briga, que amor você preocupado com ele, pelo menos um dos segredos ta aqui a salvo. Taylor abraça e beija o digimon.

— Cuidado eu posso ficar enciumado. Pierre cruza os braços.

— Tem para vocês dois, mas primeiro vamos lavar isso aí.

— Eu posso dar um jeito nisso.

Labramon estranha o parceiro se afastar no momento em que a luz emana.

— Creio que já tive problemas o suficiente, eu não quero mais dar nenhum motivo para nenhum colega, ou sei lá como chamar o pessoal, parece que eu só posso confiar na Taylor e no digiescolhidos, Labramon eu sei que você produz a cura, você curou o tornozelo da Taylor, mas não faz de novo. Pede Pierre.

— Ora e porque não, seu rosto e seus braços estão com ferimentos, devem estar doendo!

— E deixa assim que os remédios, pomadas e o tempo vai curar. Labramon, informações estão vazando no colégio, mentirosas e verdadeiras também, você quer continuar vivendo aqui não é? Pergunta Pierre aproveitando que Taylor o segurava no colo.

— O que isso, obviamente que sim Pierre, para sempre seremos parceiros. Garante a besta.

— Então por favor para de ir ao colégio, principalmente contenha o seu poder, eu te peço… Pierre segurou as patas de Labramon. — Todos os alunos me viram derrubado no chão, apanhando, eu não me orgulho daquilo, eu to ferido por dentro e por fora, eu não reagi, e olha que até a Catherine teve muito mais coragem do que eu.

— Pierre, você não foi covarde, o time foi, Labramon eu agradeço lindinho, mas não faz de novo, todos na escola quiseram saber como eu cai da altura e não tive ferimentos, o Pierre saiu ferido se aparecer curado vai levantar as antenas de gente curiosa. Taylor explica.

— Isso significa… Labramon ia falar e foi interrompido.

— Nem tente me curar dormindo. Completa o digiescolhido.

— Uie, uie, mercie, eu vou me esforçar.

— Poh cara eu te dou uma baita explicação e você me fala, “eu vou me esforçar”, não terá esforço, você vai seguir.

— Com o que, ou melhor com quem está zangado? Questionou o digimon.

— Como assim, com ninguém. Negou o jogador.

— Seu equilíbrio está abalado, há uma mágoa em suas palavras, Pierre, não mente assim, alguém feriu sua confiança. O digimon pegou no ponto.

— Com tanto monstro eu caio com o vidente, Labramon vai caçar o rabo. Resmungou o loiro saindo.

— Taylor? Labramon olha para líder de torcida.

— Não dá para acusar, mas o Pierre tem certeza que uma garota que ele chamava de amiga traiu nossa confiança e revelou o segredo do nosso namoro, por isso lindinho se mantenha seguro, você é importante para o seu amigo digiescolhido, não faz algo como curar milagrosamente suas feridas o povo não tem escrúpulos. Afirmou Taylor.

— Por essa razão você foi digna de conhecer a nossa história madumazele, me desculpe, mas não consigo ver o Pierre ferido, ou qualquer um…

— O tempo é a chave, já dizem os livros, S'il vous plaît, poderia fazer isso por moi. Taylor pede com as mãos juntas.

—S'il vous plaît Madumazele não me trate como uma criatura divina, eu passo longe disso, se é por vocês eu faço, mas ainda quero saber mais dessa história. Pede Labramon.

— Deixa eu cuidar do Pierre e fazer os curativos, mas não coloque seus poderes aqui. Pede Taylor.

— Sabe Taylor, só por que você pediu. O digimon abana a cauda e encostou sua cabeça na loira que o abraça.

— Você é muito fofo, merci! Agradece e os dois vão para a sala, Taylor cuida do namorado e o digimon contém a vontade de usar uma de sua técnicas. — Ele vai ficar bem, foi apenas uns socos.

— Uns? Acho que levei foi todos.


Enquanto isso…

A governanta nem sabia o que dizer sobre os hematomas e Natsuko queria entender esse arredio comportamento do filho, mas o que ele explicou foi apenas que precisou defender um amigo, Natsuko olha para o noivo pedindo um apoio e choca quando Catherine sem mais e nem menos revela que os meninos iam precisar de gelo nas partes, pois tinha acertado umas bicas entre as pernas.

— Onde aprendeu esses modos madumazele? Questionou a governanta.

— Na escola tem aula de defesa pessoal, foi só colocar a folha na frente do meu perè que ele carimbou. Contou a loira.

— Estou sem palavras, madumazele temos reservas essa noite no bistrô, mas…

— Podem ir, eu fico, sou o único que não estou apresentável em aparência, a cara inchada de socos que tomei, e a mão ferida distribui, eu como um lanche na cozinha e…

— Perdòn, mas está equivocado Takeru, não estou querendo afastar por conta de aparência alguma, apenas nunca tinha brigado no colégio, é só fazer um curativo. Adam analisa o rosto do jovem que recua.

— Perè, o dia foi totalmente destruído, perdido, devastado e eu ainda estou naqueles dias, eu prefiro ficar com o Takeru e descansar. Dramatiza a francesa.

Natsuko os olha.

— Dame, você melhor que ninguém entende o que se passa, não é frescura, mas não aconteceu nada de bom, a madeleine acabou jogando informações e agora nem sei mais se consigo dizer que há algum resquício de amizade entre nosso grupo, tudo o que se conta sai do grupo e vai pelo bairro, se duvidar pela frança. Catherine se joga no sofá e uma foto das duas na formatura do pré caiu de sua mochila.

— Catherine, creio que amizades tem sempre altos e baixos, como sabem que foi a Madeleine, eu não estou defendendo, até porque nem a conheço.

— É que em pouco tempo que a conheço ela já espalhou mais problemas que se possa contê-los, tipo tentou me agarrar em diversos momentos, somos colegas, a-amigos, agora de fato nem eu sei, mas até boato que eu era gay e namorava o jogador do time saiu, a confissão acabou arrancando risos do casal.

— Vi graça alguma. Resmunga Takeru.

—Eu sinto muito, mas meninos, vamos fazer o seguinte, não temos como deixá-los em paz essa noite.

— O que? Questiona Takeru.

— Dame, perè

— Meus amores vão para o banho, lá em cima da cama estão suas roupas, não há como cancelar a reserva para quatro, quando terminar vem para cá para fazer o curativo nisso, anda meu filho tenho certeza que vão se divertir, nós somos velhos, mas dá para terem um pouco de diversão.

— Mamãe a senhora não é nenhuma velha, nem o Deneuve-San, mas é sério o dia começou ruim, ficou pior e terminou… Takeru foi interrompido.

— Uma merda! Catherine se joga do braço do sofá e se deita no mesmo.

— Takeru onde foi parar toda a esperança? Questionou Natsuko.

— Se o Pata fosse contar com ela não ia passar da fase adulta, eu to um caco, fui empurrado, socado, zoado, ok que devolvi, mas…

— Um banho meus anjos, isso sempre levanta o astral, e limpa…

— Mamãe o que tem nesses chás daqui eih? Pentelhou Takeru.

— Já sarou, ta fazendo piadinhas, por favor, o nosso dia está chegando, nos faz companhia essa noite. Adam pede esperando o enteado tocar suas mãos.

— Eu vou para o banho. Takeru bufa e sobe as escadas se esquivando do mais velho.

Os dois saem de seus quartos já trajados, e quando chegam ao bistrô tem um agradável jantar.

Uma máquina chamou atenção de Catherine, a máquina para escolher música, a digiescolhida escolheu o tema do filme a bela e a fera - Beauty and the beast.

— A noite é toda de vocês. Catherine voltou para a mesa.

— Me concede a dança? Adam estende a mão para a Takaishi. — Claro com a permissão do cavalheiro.

— É toda sua, aqui. Takaru entregou uma rosa a Adam.

O casal foi dançar e Takeru filmou a cena e Catherine cochichou algo no ouvido de Takeru.

— A namorada do seu irmão também é cantora não é?

— Uie, mas Catherine, a Mimi-Chan ia dar pulos com essa possibilidade, mas há um problema, o oniisan… Ele não quer nem ouvir sobre a cerimônia que dirá fazer dueto no casamento da mamãe com outro homem.

— Mas seria tão lindo, quando ouvi a música deles juntos, eu amei a voz de ambos casa, a melodia, o tom é lindo, é uma pena meu japonês se limitar a poucas palavras. Lamentou a loira.

— Concordo que a voz de ambos casa, e falando em casar esses dois fizeram mesmo um bom casal. Takeru filmava.

— Uie, como não canso de repetir meu perè ficou muitos anos fechado, somente trabalhando e cuidando de moi, agora a luz em seus olhos, tem vida.

— Minha mãe também viveu para a carreira e para, mim, vê-la assim tendo quem a faça feliz, levando ela a lugares como esse, eu fico feliz. Takeru suspirou finalizando a filmagem e mandando para Mimi, que chilicou, atraindo a atenção do namorado que a encarava incrédulo.

— Eu gostaria de dançar, mas precisamos manter aparências. Catherine faz aspas.

— Que tal uma sobremesa, pelo menos eu testo meu francês. Eu tive a melhor professora até agora.

— Essa eu quero ver. Desafia Catherine.

— Deux tarte tatin. Catherine sorriu com o sotaque um tanto fajuto do digiescolhido, mas se alegrou em saber que ele conhecia a sua sobremesa favorita.

— Pensei que ia pedir Petit geteau. Catherine se surpreendeu.

— Estou aprendendo muito além do que eu imaginava. Declara Takeru, só disfarçando quando os pais voltam para a mesa.

O casal também foram pela sugestão de Takeru e pediram a torta de maçã invertida, após dividir a conta o casal deixou o bistrô com os filhos.

No dia seguinte a confusão no colégio e ao jantar romântico dos pombinhos, Takeru ligou para o irmão já que, o tempo de aula era muito mais curto que no Japão, como Yamato muitas vezes fazia shows a noite sobrava muito tempo para os irmãos conversar.

— Mas o que aconteceu com seu rosto? Questionou Yamato, vendo o rosto do irmão ferido, o nariz num tom roxo. — Otouto isso no seu rosto não foi o…

— Oniisan, eu eih, isso não teve nada haver com o Deneuve-San, assim você ofende a Catherine, ele não é desse tipo, o que houve foi que eu e a Cather brigamos no colégio com o time de basquete rival ao nosso, eles me chamaram de mascote, fora que bateram em um amigo, não pude ficar sentado sendo espectador. Conta Takeru.

— Desde quando é galo de briga oh Takeru? Pergunta Yamato.

— Desde que me vi obrigado a me defender, não vou sentar e esperar, só que eu acabei suspenso do time, antes de estrear, entrei com o pé direito. Pentelhou Takeru.

— Foi mal, eu não pude evitar a suposição, quando eu vi sua cara e conhecendo seu histórico pacífico eu…

— Você foi logo pensar que o Adam-San iria bater no Takeru-Kun? Perguntou Patamon subindo na cabeça do parceiro. — Oh Yamato-Kun, eu to aqui também, eu nunca permitiria, e nem a Nancy-Chan, ela já ficou uma fera quando o Takeru-Kun e a Catherine sumiram semana passada, imagina se visse alguém batendo no Takeru-Kun ou em você. Patamon entregou o parceiro, Takeru ficou vermelho.

— Os anjinhos da casa já estavam traquinando, foram a uma festa, qual a próxima? Vai se embebedar? Takeru você não conhece nada no país, para onde foi? Pergunta Yamato.

— B-bom, Pata você fala demais! Reclama Takeru. — Yamato-San eu e a Catherine só dormimos fora, na casa de um amigo, esquecemos de avisar.

— Esqueceram, não é a toa deixarem os pais preocupados, mas então você e o noivinho estão melhores amigos, sem briga…

— Sem briga, sem atrito, tudo em plena paz, mas melhores amigos você exagerou, eu respeito a decisão da mamãe, mas o Adam jamais será o papai e no que depender de mim ficará no lugar dele. Takeru assegurou.

— E qual o lugar dele, exatamente? Questionou Yamato.

— O noivo, apenas o futuro marido da mamãe, nunca o meu pai isso eu já tenho. Takeru afirma, olhando para foto dos três juntos. — E você já conheceu a namorada do papai? Pergunta Takeru.

— Nem conheci e não me faz diferença, ele ta bem, ta de lua de mel.

— Yamato-Kun, o que é lua de mel? Ela é tão bonita quanto a lua cheia? Gabumon arrancou risos de Takeru.

— É algo bonito sim gabu, mas só namorados vem ela. Explicou Yamato.

— Eu eih que lua é essa? Eu vi que só tem quatro fases e agora surgiu essa.

— Se a gente não enlouquecer com a vida, os digimons ajudam. Pentelha Takeru.

— Não fala, a Palmon ontem quis saber o que eram os sons vindo do meu quarto… O rosto do mais velho cora.

— Oh mico.

— Som de que? Questionou Patamon.

— De música, você não tem nada para fazer não? Perguntou Yamato.

— Não, eu não. Respondeu o anjinho.

— O Pata também andou aprontando das suas.

— Ainda a armadura Takeru, ninguém me disse que menina usa armadura. Reclama Patamon.

— Mas que armadura? Questionou Yamato, o loiro recebe a resposta no privado. “o sutiã da Catherine, no quarto dela”. Yamato não conteve o riso com aquilo, imaginando a cara inocente do pequeno alado com um sutiã em mãos.

— Ela tem uma gaveta cheia de armadura. A frase só arrancou mais risos do mais velho.

— É muito mico para alguém tão inocente. Pentelhou Takeru abraçando Patamon.

— Podem se inocentes, mas aprontam como gente grande. Bufou Yamato.

Além da conversa habitual, Takeru tentou mais uma vez convencer o irmão de ir a cerimônia, Yamato já era pressionado por Mimi, que pediu ajuda às amigas e a Taichi agora o próprio irmãozinho também o pressionava, com argumento que Yamato poderia rever o avô, o qual Yamato não contava para Takeru a história que tinha descoberto através de escutas atrás das portas, e amigos de Hiroaki, sobre o gentil vovô ter dado corda ao divórcio, sabia que o jovem parecia uma criança quando via os avos e pensava que se Takeru soubesse iria quebrar esse encanto pelos olhos de Yamato o caçula ainda era puro.

— Takeru eu ando fazendo shows demais, escuta eu não vou garantir nada, mas porque é tão importante assim que eu vá? Questionou Yamato afastando os pensamentos anteriores.

— O argumento que uma mãe quer os dois filhos na igreja é insuficiente? A mamãe já viu até ternos que ela tem certeza que ficaram bem em você.

— Como te disse não vou garantir, mas quem sabe, vocês estão me enchendo a paciência sabia?

— Quem sabe rache esse concreto. Pentelhou Gabumon. Eu quero ir to com saudades da Nancy-Chan e de vocês dois. Gabumon argumenta.

— Até você. Resmunga Yamato.

A governanta chama Takeru para o lanche.

— Vai lá o seu mama ficou pronto. Pentelhou Yamato.

— Cara até quando vai se referir a hora do lanche como hora da mamadeira? Perguntou Takeru.

— Anda vai, se não ela leva na cama, aliás que quarto grande, é quase o tamanho do apartamento aqui no japão. Aponta Yamato, Takeru mostra com a câmera.

— Eu to bem instalado, mas você tem que ver o resto da casa, demorou, mas estamos habituados ao espaço não é Patamon?

— Uie, uie tem bastante espaço aberto para voar. Brinca o digimon.

— Até o Patamon fala francês agora.

— Pensa por favor Yamato-nii. Pede Takeru.

Naquela semana iriam iniciar ensaios para o casamento, o par de daminhos só teriam uma curta folguinha á noite, onde continuavam se escondendo na casa da piscina.

O local acabou se tornando o refúgio do casal, era complicado para os dois entender porque Adam não usava o local, o mato estava alto, porém as flores ao redor brotavam lindamente, e a casa era limpa, porém inutilizada pelo menos até o momento em que Catherine resolveu fazer dela o ninho de amor com o namorado.

Takeru sabia do risco, mas se orgulhava da amada não temer se arriscar, admirava a força a qual a francesa encarava a vida, quando a conheceu parecia uma florzinha frágil, uma bonequinha, mas obviamente Takeru só a viu dopada por digimons e por uma curta noite, agora viveria uma vida ao lado dela, descobriria suas fraquezas ajudaria, o loiro estava realmente apaixonado e seria complicado quando chegasse o momento de revelar, nem mesmo o casal sabia quando seria, a possibilidade de ser forçado a voltar para o Japão existia, ele não sabia como o pai da namorada iria reagir mas no momento, estavam juntos, para eles era tudo o que importava.