Avengers - Walking Through a Dark Path
Capítulo 5: Sensações
P.O.V Aloy
Abro os olhos devagar e sinto como se o peso do mundo tivesse caído na minha cabeça, a enxaqueca era tão forte que mais parecia um machado abrindo o meu crânio. A luz me cega e meus olhos demoram um pouco para se acostumarem com a luz. Assim que se acostumam eu me levanto. Perco o equilíbrio e tombo para frente.
Sinto mãos quentes me segurando. Aterrisso em um peito quente e aconchegante. Tento manter o equilíbrio, mas falho miseravelmente. Sou pega no colo e colocada na cama novamente.
— Não adianta se esforçar... — Fala uma voz conhecida — Loki fez questão de te apagar.
Enxergo tudo embaçado e vejo uma sombra se aproximando de mim e tocando o meu rosto, creio que estava trocando um curativo. Fecho os olhos e respiro fundo. Abro os olhos novamente e me sento na cama tentando colocar minha cabeça no lugar.
Minha cabeça dói. Analiso a sala em que estava e vejo Tony. Sinto meu rosto corar. Desço da cama e perco o equilíbrio novamente. Stark me segura de novo.
— Você bateu a cabeça com força! Pare de se esforçar!
— Fury, relatório! — Falo no comunicador.
— Tomei a liberdade para desativa-lo...
— O que? Por que? — Indago sem entender o que estava acontecendo.
— Vamos sair daqui. Sabemos onde e o que vai ser o próximo passo de Loki. Ele irá para Manhattan e ele está com o cubo.
— O que estão esperando?!
— Barton, ele vai ser o nosso piloto. Ele está se recuperando da lavagem cerebral que sofreu.
Levanto e caminho para fora do quarto.
— Aloy? — Chama Katherine no comunicador
— Kath?
— Você está bem?
— Creio que sim. Kath, para onde devo ir?
— Hangar 5. Seja rápida.
Desligo e olho para Stark.
— Achei que tivesse desativado.
— Só o seu canal com Fury — Ele comenta se aproximando de mim e tocando o curativo na minha testa — Kath é uma aliada.
Sorrio e o encaro.
— Não vai para o hangar?
— Vou encontrar com vocês lá. Tenho que resolver algumas coisas antes.
Corro até o jato onde estava Kath, Rogers, Natasha e um homem que provavelmente deveria ser Barton. Sento-me em um banco qualquer e Katherine me entrega duas pistolas e quatro cartuchos. Agradeço e ela se afasta.
Passo a mão pelos meus cabelos e penso em Loki. Ele sabe tanto sobre mim que poderia se torna uma ameaça maior...
Mas minha cabeça desvia totalmente do foco. Tenho Tony Stark em minha mente. Suas mãos quentes e seu odor masculino me deixam estranha. Não sabia ao certo o porquê de eu estar agindo assim e me sinto envergonhada por pensar nisso nesse exato momento.
Balanço a cabeça e me levanto. Estávamos perto de Manhattan.
— Onde está Banner e Thor?
— Não sabemos — Responde Barton
Encaro-o. Foi ele que contou tudo para Loki, todavia creio que estava sobre o encantamento do cetro. A raiva que sentia se transformaram em pena, sabia que tudo o que Barton fez foi por conta da lavagem cerebral de Loki.
— Desculpa por conta do vazamento de informações e... – Barton tenta se desculpar mas eu o interrompo.
— Não precisa se desculpar, você não tinha controle de si mesmo – Digo e me afasto de todos.
Vou para a saída do jato e assim que aterrissamos sou a primeira a sair. Stark estava do lado de fora, já com a armadura. Vejo umas criaturas estranhas do lado de fora.
—Esses são os Chitauris — Explica Katherina.
— Como você...? Quer saber, esquece — Falo com um sorriso no rosto — Nerd.
Ela sorri. Balanço a cabeça e corro pela rua com o grupo atrás de mim. Paro perto de um monumento baixo e retangular. Rogers, Stark, Natasha, Barton e Katherina formam um círculo ao meu redor.
— Barton, quero você no telhado e Stark, fique nos céu, mate tudo que o atacar e ...
Ouço uma barulho de moto se aproximando. Olho para trás e vejo Banner em uma moto antiga, vestido com roupas velhas e encardidas.
— Desculpa o atraso... — Ele diz saindo de cima da moto
Assinto com a cabeça e me viro para Stark e Barton.
— Barton e Stark, estamos entendidos?
— Sim, senhora! — Fala o Gavião Arqueiro quase que num tom sarcástico
Tony segura Barton e os does saem voando.
— Katherina e Natasha quero vocês no chão!
— Certo! — Kath me responde com um sorriso
O chão treme. Vejo Thor se aproximando. Pronto! Estávamos todos aqui! Ainda bem!
— Thor, fique nos prédios e queime esses bastardos! — Ordeno sentindo a adrenalina da luta tomar conta do meu corpo.
Vejo um Chitauri se aproximando e saco minha pistola. Acerto no crânio e o monstro cai no chão fazendo um barulho abafado.
— Steve, eu e você vamos tirar os civis dos prédios!
— Entendido! — Ele me responde e posiciona seu escudo na altura de seu peito.
— E Banner, acho que já está na hora de libertar o Hulk!
— Esmague esses bastardos, Banner — Fala Rogers.
Vejo Bruce se transformar na gigantesca criatura verde e correr em disparada para longe. Olho para Capitão América e ele assente, entendendo o significado do meu olhar. Corremos até a avenida principal.
Passamos por alguns prédios e tiramos civis tendo, com muita sorte, poucas fatalidades. Entro em um prédio qualquer sem a companhia de Rogers e tiro cerca de 12 homens e mulheres. No momento que saio do prédios uma moça agarra os meu braços em pranto.
— Minha filha! Minha filha está lá dentro!
— Senhora, se acalme. Procure refúgio que trarei sua filha de volta! — Falo tentando acalmá-la
Ela me escuta e se afasta. “Droga”, penso e corro para dentro do prédio novamente. Ando pelos corredores à procura da menina e não encontro nada. Ouço o grunhido dos Chitauris acima da minha cabeça e o choro desesperado deu a criança.
Subo as escadas em silêncio, entretanto com rapidez, adentrando ainda mais o prédio. Acho a menina. Ela estava sendo mantida como refém por dois monstros. Um deles segurava uma espécie de bomba cujo som do bipe acelerava devagar.
Me agacho atrás de uma caixa e espero um dos Chitauri se aproximar e quando o faz eu o seguro e dou um tiro em sua cabeça. O som do tiro foi silenciado por conta da proximidade da arma, sou forçada a segurar o corpo do monstro azul na hora que ele cai.
Pego sua arma e miro no segundo Chitauri. Ele urra e a garota corre até mim.
— Já tenho o que eu preciso então ... — Antes que eu terminasse de falar o Chitauri aciona a bomba — Merda!
Contagem regressiva. Poucos segundos.
Atiro no monstro, largo a arma alienígena no chão e pego a garota no colo. Saio correndo em direção à saída.
O bipe se torna mais frequente e mais estridente. A bomba logo explodiria. Acelero o passo. Ainda estava longe da saída. Sinto medo de não sair viva daquela situação...
Corro o mais rápido que posso e quando vejo a luz que vinha da saída tive apenas uma reação. Acelero ainda mais o passo e sinto meus pulmões queimarem. Vejo a mãe da garota na saída e num impulso quase que primitivo jogo a menina, que é pega pela mãe.
Quase instantaneamente a bomba explode. Instintivamente construo uma redoma de gelo ao meu redor. Sinto meu poder fluir e minha aparência mudar. A redoma de gelo me salva, entretanto não impede que o choque de um prédio inteiro que acabara de ser jogado em cima de mim chegue a mim.
Fico no escuro com dificuldade de respirar.
— Humm...
Meu corpo estava dolorido e mal conseguia respirar.
— Al-Alguém na escuta? — Pergunto no meu comunicador
— O que houve? — Responde Stark
— Estou... com... problemas — Sinto dificuldades de fala por conta da falta de ar
— Onde está?
— No prédio... completamente demolido
— Em cima dos escombros? — Indaga Stark.
— Soterrada
Ouço uma risadinha e reviro os olhos.
—Vai me ajudar ou não?
— Feche os olhos — Ele responde.
Obedeço e logo em seguida escuto um estrondo. Sinto o sol tocar a minha pele e algo gélido agarrar os meus braços e depois se posicionar na minha cintura. Quando abro os olhos e vejo que estava acima dos escombros. Olho para cima e vejo a armadura de Tony.
— Você fica muito mais legal com esse cabelo! — Ele fala.
Bufo, ele não sabe nem metade da história por trás do cabelo.
Ele me leva até o topo de um prédio qualquer.
Nos afastamos e ele abre sua máscara.
— Não ganho nem um beijo de “obrigada por salvar a minha vida”? — Ele comenta com um sorriso no rosto
— Humm... Não!
— Então boa sorte em sair daí! — Ele sai voando, me deixando que nem uma idiota.
— Vai se fuder, Stark!
Balanço a cabeça mas acabo sorrindo. Olho ao meu redor à procura de alguma forma de descer. Vejo um Chitauri numa espécie de patinete voador. Pulo em suas costas. Ele tenta me afastar, mas acabo por fazer com que ele me leve até o chão. Uma vez na superfície eu atiro em sua cabeça.
Olho ao redor: caos e destruição. Não há nada para descrever o que está acontecendo, mesmo depois de tudo o que passei. Via corpos e mais corpos tanto de Chitauris quanto de homens, mulheres e crianças nas ruas, mortos.
Prédios que outrora eram quando estruturas arquitetônicas e abrigavam famílias inteiras, agora mais pareciam pilhas de lixo metálico de um ferro velho qualquer.
Era desesperador olhar para tudo aquilo.
— A-Aloy? — Chama a voz fraca de Kath
Meu coração para.
— Kath? O que há?!
— Preciso de ajuda... Estou encurralada... Argh! Estou... machucada...
— Onde está!?
— Avenida 7
“ Muito longe!”, penso. “ Não conseguirei chegar a tempo e se ela estiver muito ferida eu...”.
Não! Me recuso! Não vou perder a última pessoa que me sobrou. Não mesmo! Olho ao redor e entro em um carro qualquer. Tento fazer uma ligação direta mas falho. Procuro outro carro e tanto novamente. ”Droga!”, penso. Acho uma mota com as chaves ainda na ignição.
Monto e ligo. Saio dirigindo a quase 100Km/h. Acelero ainda mais, desviando dos Chitauri. Passo por cima de uma rodovia e encontro a figura de Kath encurralada em um canto. Desço da rodovia na moto e aterrisso em um dos Chitauri que a encurralava.
Saio da moto e atiro em mais dois, ficando cada vez mais próxima dela. “Pronto! Vou consegui salvá-la!”
Mato mais dois e no momento que me aproximo de Katherina ela sorri. Jogo para ela uma das minhas pistolas e corro ao seu encontro. Colo minhas costas às dela.
— Eu que sou a irresponsável, lembra? — Falo
— Estamos em guerra, Aloy! Não está na hora de me dar bronca.
Atiro e mato mais dois. Me afasto para limpar as 6hrs de Kath. Uso um pouco do meu poder e aniquilo os Chitauris que estavam perto de nós. No momento que olho para trás vejo Kath com sangue escorrendo pela boca.
— Não...
Meus olhos se enchem de lágrimas. Olho para a barriga de Katherina e vejo o cetro de Loki. Ele a empurra e ela cai no chão. O deus da trapaça me olha e em seguida se segura em um Chitauri e sai voando.
Urro e corro até Kath. Meus ombros pesam e finalmente deixo as lágrimas escorrerem. Seguro seu corpo perto do meu. Katherina era o mais perto que tinha de família e agora ela está morta. Ela me ajudara a fugir da SHIELD e desde de que entrei para a SHIELD nós automaticamente nos tornamos melhores amigas.
Tudo o que passamos não serão histórias que nos duas iríamos comentar em uma tarde de verão depois de tudo isso aqui. Agora, Katherina não está mais comigo, estou sozinha.
Meu maior medo acabou de se tornar realidade.
Fale com o autor