P.O.V Aloy

Caio em algo macio. Sinto mãos envolverem o meu corpo com calma e delicadeza, como se tentasse me proteger, cobrindo minha cabeça com o calor da palma de sua mão. Olho para baixo, caíra em cima de Tony.

— Aloy... — Ele suspira.

— Desculpe! — Falo e me levanto rápido, quase tropeçando e caindo novamente.

Me sinto corar.

Ajudo Stark a se levantar. Ele segura o meu rosto, com delicadeza e me olha nos olhos.

—Você está sangrando... — Ele diz passando seu polegar na minha testa.

Olho e vejo um corte em sua maçã do rosto.

— Você também... — Falo tocando-lhe o rosto

Nossos olhos se encontram e por um momento vejo que Tony não me olhava com pena, mas com um sentimento diferente. Não sabia ao certo o que era, mas sentia que seu olhar podia ler a minha alma e todos os meus tormentos e medos. Me sentia um livro aberto, mas temia esse tipo de proximidade.

— Desculpe-me — Sussurro descendo meu polegar em direção a sua barba por fazer.

— Estamos quites — Ele fala baixinho colocando sua mão em seu bolso e tirando um curativo — É uma mania.

Sorrio e fecho os olhos, deixando com que ele me tocasse.

— Stark vista sua armadura! — Ordena Steve.

Constrangida por não ter percebido sua presença e por estar tão perto de Stark eu retiro minhas mãos de seu rosto com rapidez, me afastando de ambos rapidamente. Corro na direção oposta.

— Aloy? — Chama a voz cansada de Fury.

— Fury? Você está bem?

Paro de correr. Pela voz de Nick Fury eu sabia que estava machucado. E ele provavelmente mentiria para mim falando que estava bem.

— Quer saber, não me responde. Só me diga onde está Loki? — Falo balançando a cabeça.

— Siga reto no corredor que está. Desça a escada da terceira porta a sua esquerda — Ele me responde.

— Fury! Não! — Grita Kath do outro lado da linha — Ela não está pronta!

— Claro que estou! Não tente me proteger agora, Kath!

— Você não quer voltar para esse mundo! Você mesmo disse...

— Mas eu preciso!

— Fury? Ainda está aí?

— Sim!

— Terceira porta a esquerda? - pergunto

—Sim!

— Ok!

— Aloy, não! — Katherina exclama.

— Câmbio, desligo! — Digo e desligo o comunicador

Sigo as instruções e em menos de 5 minutos eu já estava na escadaria. Desço rapidamente, mas aparentemente não tão rápido. Encontro um agente morto no chão com uma arma estupidamente grande em seu colo.

Procuro por Loki. Ele estava saindo de um buraco na parede, provavelmente gerado pelo disparo da arma do agente morto.

— Vejo que veio ao meu encontro... — Ele fala com um sorriso malicioso.

— Vim por conta do meu trabalho!

— Duvido muito. Você quer saber o porquê de estar com esse anel...

— Tire-o de mim, e isso é uma ordem! — Falo apontando as duas pistolas para ele.

— Não vou tirar! — Ele sussura se aproximando de mim

Sinto mãos agarrando-me e me forçando a ficar ajoelhada no chão. Tento me soltar mas eram fortes demais. Loki se aproxima cada vez mais de mim.

Nossas faces ficam a poucos centímetros de distância.

— O que você quer Loki?

— Quero que você entenda que a Terra é nossa agora...

— Nossa??

— Sim. Governaremos um do lado do outro e...

— Por que eu? Por que a Terra?

— Os seres humanos precisam de alguém para governá-los e eu quero o que é meu! Escolhi você pois conheço a sua história, sei que sempre esteve na sombra de seu irmão e que tem coisas em você que você não entende. Você não entende o seu poder e por isso se controla ao máximo, procurando usar o mínimo de poder possível e...

— Meu poder é algo incontrolável, Loki e... Como você sabe disso tudo? — Pergunto perdendo um pouco de noção de onde estava e do que eu tinha que fazer.

— Estive na sua cabeça, Aloy.

Loki aponta sua lança em direção ao meu coração.

— Com você conseguirei dominar a Terra e a sua companhia será perfeita.

O cetro toca o meu peito, entretanto não tem efeito. Loki, confuso, tenta novamente, e falha. Tenta pela terceira vez e falha.

Vejo sua frustração e isso me faz sorrir.

— Acho que não esteve na minha cabeça o suficiente para saber que tudo em mim é gelo! — Digo, arqueando a sobrancelha — Eu sou o gelo, Loki!

De supetão eu consigo me soltar dos capangas e pegar as minhas armas. Atiro contra o deus, mas ele desvia e rouba as minhas pistolas, me empurrando com o cetro de volta para as garras de seus comparsas, que me empurram de volta para o chão, estava presa novamente e dessa vez seria impossível escapar.

Loki arranca o anel do meu dedo, deixando uma grande marca de arranhão, minha pele fica quente e viva, ardendo. Urro de dor, perdendo o fôlego logo em seguida.

O deus da trapaça ordena seus capangas e eles jogam a minha cabeça contra o chão e eles o fazem. Sinto minha cabeça bater no piso frio e tudo fica escuro e frio.