— Como cheguei até aqui?!

Questionou Ignis, em seu gabinete.

— Teletransporte. - Respondeu, Clara, saindo da sombra de guerra.

— Não funciona desde o tempo do avô do meu avô! É quase um mito.

— Óculos sônicos, são como varinhas magicas. Como acha que eu saí das grades?

— E por que me tirou de lá? Eu estava prestes a destruir o objetivo de Danny!

— Estava prestes a cometer uma loucura! - Corrigiu.

— "Loucura"?! Eu iria destruir os planos dele!

— Mas ele está certo, esta coroa é muito mais importante do que você imagina.

E a rainha, parou perplexa ao ouvir aquilo:

— Quer saber, Clara? Eu já cansei de ouvir isso. Se foi por este objeto maldito que toda esta desgraça se derramou sobre nós e não por minha causa... Então curve-se a este demônio.

Com estas palavras, Ignis, simplesmente joga a coroa no chão, e se retira dali, mais determinada do que sempre foi. Clara, se curva realmente, e assim, apanha o objeto. Porém, pelo reflexo proposto pela peça, notava-se algo, um sorriso completamente malicioso da humana. Enquanto Ignis, descia pelos corredores, ainda mancando, pelo seu ferimento, até a sala de recepção do castelo.

— Deve ainda haver um por aqui. - Comenta Ignis, encarando os cantos da sala.

— O que procura? - Pergunta Clara, chegando.

— Um sabre! Mas e você, o que ainda quer aqui?!

— Estou ao seu lado, e você sabe. Fiz barbaridades por você, não seja tão ingrata!

— Fez. Mas não importa, você é a impostora.

Clara tomou um semblante triste. Ignis continua:

— Você defendeu o ser que me trouxe a ruína, e agora, tem ele em mãos. - Fitou a coroa. – Não lhe resta mais nada, vá em bora, irão lhe matar assim que eu também morrer.

— Você não vai morrer!

— Vou, pois só assim se chegará ao fim deste inferno. Danny não irá parar até ter a coroa, e não há ninguém mais a quem eu possa confiar aqui, a não ser você.

— A impostora?

— A boa mentirosa. - Corrigiu. – Tudo o que você me falou antes me trouxe esperança. Só espero que metade daquilo que disse seja verdade. Que não tenho culpa, e que não deveria me odiar.

Clara, permaneceu pesarosa, parecia refletir sobre muitas coisas em seu interior, mas Ignis, estava concentrada em outra coisa; encontrar um novo sabre.

— Ah, aqui está. - Disse, apanhando um sabre na mão de uma estátua. – A decoração da Feia, bela e fatal.

Clara, então olhou para cima, onde, um lustre cheio de arpões, a-encarava certeiro. Ignis, se retirou dali, e Clara, continuou a segui-la.

***

— Seu bruxo! - Lançou um golpe contra o Doutor, que o-desviou para baixo, com a sua colher.

O Senhor do Tempo e o seu carrasco, continuavam a se enfrentar, ferozes e carregados de ódio um do outro, na torre faroleira. Cérbero, continuava também a insultar o Doutor, que apenas, ouvia quieto, pois não queria ofender o homem tolo, pois, já estava sem paciência para continuar aquilo, ele tinha pressa em parar a guerra. Poderia parar aquilo imediatamente com o seu aikido venusiano, mas, não queria, preferiu apenas ser justo. Porém, tudo possui o seu limite.

— Já estou cansado disso! - Disse o Doutor, barrando um golpe do carcereiro, lançado por cima.

Se encaravam bastante sérios, e com a espada a forçar a colher, que o Doutor tanto empenhava força também.

— O que disse? Está cansado? - Perguntou Cérbero, cerando os dentes, continuando a forçar. – Deve ser por sua idade, velho. - Zombou.

— Sou realmente velho, admito. - Forçou com mais força. – E pode até tentar me ofender, mas acha mesmo que usar alguma “qualidade” ou “defeito” de alguém é uma razão para que ele seja diminuído?!

Mas, Cérbero, não entendeu o questionamento.

— Ah, você não entendeu a pergunta? - O Doutor interpretou isso, devido, a expressão na face do homem. – Bem, mas não se preocupe, não vou mais te chamar de cérebro de pudim só por ser um cérebro de pudim! E isso, seria uma qualidade ou defeito?

— Ora! - E assim, Cérbero impõe mais força, emburrando o Doutor para trás, que cambaleou então de guarda baixa.

Cérbero, irritado, lança vários golpes velozes e cheios de ódio contra o Senhor do Tempo, que consegue com muito esforço rebater a todos. Porém, no último, que havia muito mais ódio de Cérbero em sua intensidade, acaba fazendo a colher ser retirada das mãos do Doutor, que apenas, a fitou cair, rodopiando, do alto da torre.

— Está desarmado. - Disse Cérbero, fitando cheio de ódio ao Doutor, que o-fitava sem preocupações. – Desista, ou seja eliminado. A escolha é sua.

O Doutor, apenas esboça um sorriso carregado de algo, parecia como piedade, talvez:

— Eu lhe digo o mesmo. Desista, ou seja eliminado.

Então, achando aquilo completamente incabível, Cérbero dá um grosseiro e inesperado ponta pé no abdômen do Doutor, que acaba então, batendo contra a mureta do pátio da torre, onde ficou ali, recostado, sentindo as dores da violência.

— Acho que já está decidido, escolheu ser eliminado. - Supôs o carcereiro, se posicionando com a espada.

— Sim, está decidido. - O Doutor franziu ao máximo as suas sobrancelhas, ao fitar o carrasco. – Ser eliminado.

— Mas se refere a você, é claro!

— Não, me refiro a decisão que terei de tomar. Uma decisão que ninguém nunca mereceria enfrentar, mas que eu mais do que ninguém na eternidade já encarou.

— Você é o mago do jardim do vale, está acostumado.

— Estou, porque não há escolha, porque há momentos... Onde a única luz a nos guiar está dentro das trevas. Eu sou o Doutor, e eu irei parar a guerra! Os meus olhos estão vendados para os obstáculos a partir desse momento.

O carrasco, simplesmente continuava a encarar o Doutor. Pensando ele, que talvez o bruxo não fosse capaz. Imaginava isso, com o que se via da situação do outro, onde nem armas e nem forças parecia mais ter. Mas, ao mesmo tempo, um sentimento interior se dizia estar admirado por a coragem e determinação do velho.

— Você falou bem. - Disse Cérbero, abaixando a espada. – Mas as palavras de um estrangeiro não me representam. Chegou a hora de darmos um final a esta história. Últimas palavras?

O Doutor, suspira entristecido:

— Talvez eu já tenha dito.

Com isto, se encararam novamente, por segundos de silêncio. Mas, logo após a determinação do combate retornar às veias de Cérbero, o seu desejo de destruir o inimigo lhe fez partir com um golpe certeiro, em direção ao peito do Doutor. Contudo, que logo se esquiva, e toma à força, a arma das mãos do homem, e que assim, o golpeia gravemente, o-derrubando, e deixando um rastro de sangue fluir pelo ar, conforme, o corpo de seu detentor despencava da torre.

— Mago dos jardins do vale. - Disse o Doutor, entristecido, consigo mesmo. – Agora entendo.

Porém, tentando se conformar com as suas ações decorridas, o Senhor do Tempo, apenas lançou um olhar para cima, onde não havia nenhum céu estrelado, apenas, a escuridão da noite, cercada por nuvens negras e pesarosas. Fez ele, o mesmo olhar que fez quando precisou eliminar o homem de meia face, há muito tempo atrás, enquanto, sobrevoavam Londres, e precisava ele fazer o necessário; salvar vidas, e parar os monstros. Mas, agora tomando outro foco, se volta o Doutor ao poste da esfera de luz.

— Foi tudo por você. - Disse, fitando a luz, extremamente clara.

Com a espada do seu derrotado oponente, e escalando o poste, o Doutor enfia o armamento dentro da esfera, que tanto brilhava e girava em suas argolas prateadas, e assim, uma imensa luminosidade é gerada pela interferência do metal, cravado naquela mini célula estelar.

— O que é isso?! - Perguntavam muitos dos Ruperts e Cleverboys em batalha. E tudo ao seu redor, brilhava mais do que um dia de sol intenso.

— O dia em que a noite se tornará um dia... Este dia é o dia descrito nas parábolas dos deuses! - Disse um Clevrboy com o seu sabre atravessado na barriga de um Rupert.

Encaravam embasbacados aos céus, e logo, sabres e mais sabres eram deixados de lado, e simplesmente, jogados no chão. Os seus donos, se ajoelhavam, e pediam perdões por seus erros e quaisquer atitudes profanas já cometidas.

— Quer ser um deus? - Questionou o Doutor consigo mesmo, ainda na torre. – Use as ideias dos homens contra os homens.

***

— O que é isto?! - Indaga Ignis, encarando ao impossível brilho que o céu possuía. Estava ela e Clara, no pátio do castelo, rumo, ao portão do fosso.

Os olhos de Clara, brilhavam cheios de esperança.

— Foi o Doutor! - Disse contente. – Ele fez isso! Só não entendo como isso pode ajudar. - Se mostrou confusa.

— Mas este acontecimento... Significa para nós o fim do mundo, o dia em que seremos julgados!

— Não, isso é apenas um truque, um modo do Doutor parar com toda essa bobagem.

— Ah, a bobagem está muito longe de acabar, Clara.

— É claro que não!

— Desçam a ponte! - Ordenou Ignis, se referindo ao portão do fosso.

Porém, tudo o que os seus serviçais fizeram foi se retirarem dali, ao encontro de suas famílias, o pânico apocalíptico, incendiava as suas mentes.

— Ignis! - Chamou Clara. – Você está pensando por acaso em ir lá fora?!

— O que você acha?! - Tentava abrir o fosso, mas, as correntes pareciam estar emperradas.

— E por que isso?! A guerra com certeza já acabou depois disto! Não há sentido em continuar a lutar, se arriscar, querer vingança!

— Não é vingança!

— E o que é?

Ignis, apenas esfrega o seu rosto, cansada. E disse:

— Eu e Danny trouxemos muita dor ao mundo, Clara. Só haverá paz novamente quando um de nós não estiver mais aqui. Já chega de ver o meu povo sofrer.

E assim, Clara não conseguia rebater. Ela apenas engoliu a sua revolta, e tomou um tom de pura tristeza e amargura em seu olhar e alma.

— Você disse que óculos sônicos são como varinhas magicas. - Disse Ignis. – Prove.

Entendendo o sutil pedido, Clara, ativa os óculos na ponte, fazendo ela se abaixar, até, tocar na outra margem.

— Obrigada, Clara.

— De nada.

Ignis, então marcha até o meio da ponte, onde vislumbrava um milagre, em que todos os guerreiros apenas rezavam ajoelhados, e se esqueciam do massacre em que se banharam de sangue. Porém, em busca de seu alvo, gritou Ignis, ignorando os demais homens, mesmo, ainda se sentindo um pouco intimidada:

— Danny Pink?! Apareça! Eu, rainha Clara Ignis Oswald, da casa Oswald, o-convoco para um último confronto! Você e eu! Apareça!

E por de trás da fumaça das chamas, ao entrono do castelo, surgia o convocado:

— Me chamou, minha ex-noiva? - Vinha à ponte

— Sim, vamos encerrar isso de uma vez por todas. E vocês. - Se referia aos seus homens. – Não interfiram.

Porém, os homens nunca mais voltariam a interferir, nem se ela pedisse, estavam céticos quanto ao dia final. Os seus olhos, continuavam todos fechados, e com as suas vozes tremulas, rezavam baixo, em tons amedrontados.

— Vocês também. - Danny, se referia aos dele.

O som do fosso se fechando, roncou novamente, Danny já havia entrado, e Clara, fechado a passagem. Mas, outro som também se manifestou imediatamente, que foi o da ativação do sabre da rainha, detentor de um belo tom verde esmeralda.

— Você sabe que não precisava ser assim. - Diz Danny, ativando o seu sabre, detentor de um tom vermelho escarlate.

— Não precisava haver guerra realmente, mas houve. E sei que fará de tudo por aquela maldita coroa. E sei, que não fez o que fez por capricho, sei que há um bom motivo. Pois se pelo contrário... Então você nunca foi o Danny.

E Danny, sorri de canto, fitando a Clara, que estava logo atrás da rainha. Porém, Clara, exibia sutilmente para Danny a peça, lhe dada por Ignis, com um sorriso cheio de devaneios e malicia, de um canto a outro.

— Ah, o que disse? Não sou Danny? Então quem será que eu seria? - Disse, em um tom sínico, e começando a rodear Ignis, que também, começava a encara-lo em círculo. Porém, os dois, com movimentos lentos, por suas pernas feridas.

— Eu não sei o que é. - Respondeu Ignis. - Mas sei que não devo me preocupar, tenho tudo o que eu preciso bem aqui.

— O que por exemplo? Um fantoche de bruxa? - Se referia a Clara.

— Um fantoche de bruxa que lavará o meu pesadelo em bora. E alguém que tentou me entender desde o primeiro momento em que pisou aqui. E além disso... Tenho todas as loucuras que a Feia deixou. Sabe o que ela previu para o meu fim? Que eu não deveria me preocupar, pois teria tudo o que eu precisasse voltando à recepção. Ela falava demais, por isso deve ter sido apagada.

— E vai acreditar em historinhas?!

Lançou um golpe de lado conta a rainha, que se agachou imediatamente, mesmo com dificuldade, e em seguida, se levantou, e lançou um golpe contra o braço do inimigo. Porém, que se esquivou ligeiro, e a lançou um golpe por cima. Ignis, se esquiva com um salto no ar, e cai, cambaleando decadente no chão, e Danny, parte novamente contra ela, mas, ela rola pelo piso e se levanta depressa com o apoio do sabre. Eles se atacaram e se repeliram, mais quatros vezes, antes, de estarem agora com os seus sabres de luzes sendo forçados um contra o outro.

— Vou adorar ter a sua bela cabeça de enfeite em meu armário de troféus. - Disse Danny, cerrando os dentes, e encarando os olhos rebeldes de Ignis. – Mas, falando em cabeças, onde está a sua coroa? - Perguntou sínico.

— Com alguém mil vezes mais digno do que você!

E assim, se separaram os sabres, para então, a ação de investidas e defesas continuar. Ignis, lança um golpe por baixo, e Danny o barra imediatamente, para então, lançar um golpe por cima, mas, que também é barrado. Os dois, adversários forçavam os sabres de novo.

— Não sei o que planeja, mas a coroa nunca será sua! - Berrou Ignis. – Fuja, Clara!

— Fugir?! - Questionou Clara.

— Sim! Fuja, leve a minha coroa com você à sua terra distante. Encontre o seu mago do tempo, e vá em bora!

— Mas eu não posso deixa-la!

— Ora! - Disse Danny – Podem até tentar, mas a-derrotarei, Ignis, e em breve... Terei dois troféus idênticos em meu armário!

— Vá, Clara! - Implorou a princesa.

— Não ouse me pedir isso! - Negou a Clara. - Não me faça ser uma covarde.

— Não é covardia, Clara, é justiça! - Diz Ignis. Danny pôs mais força em seu sabre. Ignis insiste. – Se você se arriscou tantas vezes por um homem, deixe agora alguém se arriscar por você, pois foi o que fez por mim. Ninguém nunca fez por mim!

— Mesmo assim.

— Não discuta! - Ignis e Danny, cerravam os dentes. – O que fará? A minha última ação, não deixe que ela acabe em vão!

— E você vai só ficar e lutar até a morte?! - Indagou, indignada. – Você não merece isso!

— O que eu lhe disse? Eu fiz isso, e eu acabarei com isso. Fuja!

— Eu nunca vou me esquecer de você.

— Eu sei. - As duas, sorriram, fitando uma à oura. Clara, deixa duas lagrimas descerem pelas bochechas.

— Ah, que bonitinho! - Desdenhou o príncipe.

Mas agora, deixando de forçar os sabres, Danny, lançava um golpe por baixo, porém, que é logo evitado com um salto de Ignis, que franziu a face de dor. E após, Ignis lança um golpe lateral, que imediatamente é rebatido, e logo em seguida, é contornado a um golpe por cima. Os dois, então continuaram a se enfrentar incessantes, e Clara, fez o que a sua imã interestelar lhe havia suplicado. Clara, apenas fugiu, sem olhar para trás, apenas, continuou a mergulhar para as profundezas do castelo.

***

Seguindo contra o seu coração, que partido e dolorido estava, seguia Clara, a correr por entre os corredores a dentro, com o fardo de levar a coroa em bora, assim, como dizia a profecia. Porém... Clara não corria tanto apenas por isto, algo mais estava a amedronta-la, que eram, terríveis passos a segui-la. Para neste momento, ser puxada para o escuro.

— Aonde pensa que vai, senhorita cara de ovo? - Questionou, um homem grisalho, e de sobrancelhas raivosas, segurando a jovem por seus braços.

— Doutor! - Disse, imensamente feliz.

O Senhor do Tempo e a humana, se encontram em um apertado e longo abraço. Mas, logo em seguida, ela socou ele:

— Um escocês no escuro. Tentando me assustar?! Regra 3, nunca tente me assustar!

— Não era um susto, era uma observação.

— Não preciso de observações, obrigada. - Disse, mal-humorada.

— Certo, mas então... Viva, ao que tudo indica. - Disse, feliz, e Clara tomou um olhar trise.

— Viva, pois é.

— Não está feliz. - Concluiu. – Por quê?

— Estamos no meio de um inferno. E a Ignis... Está lá atrás agora, lutando contra um monstro, apenas para... - Estendeu a coroa, se esforçando para conter as lagrimas.

Porém, ao invés de dar um outro abraço à sua companheira, o Senhor do Tempo, perde completamente a atenção a ela, fitando a coroa, apenas. As suas sobrancelhas, estavam tão curvadas que poderiam talvez até tocar o chão.

— Clara... Isso é...

— A coroa da Ignis. Sei que parece um tipo de engrenagem, mas... É só uma coroa.

— Não, Clara Oswald, isso não é só uma coroa. - Tomou o objeto, e o encarou minuciosamente.

— E o que seria então? Pra você nada nunca pode ser o mais simples!

— Porque, Clara, guerras são simples, mensagens rápidas de rádio são simples, e joias inúteis também... Mas, não quando um caso ligar o outro, não quando tudo tinha que se encaixar perfeitamente. Acredita por acaso em loteria?! E porque, principalmente... Esta joia inútil é uma das cinco peças da maldita e terrível, Roda de Fogo.

Clara, arregalou os olhos. O Doutor, permaneceu estático. Clara indaga:

— Então era isso o tempo todo... O que faremos com isto?!

— Simples, o de sempre.

— Que é...?

— Pegar, correr e cruzar os dedos! Funcionou quando consegui a TARDIS. E é dela que precisamos.

E Clara, revelou a chave da nave. O Doutor ergue uma sobrancelha:

— Roubando novamente a sua rainha?

— Estava no gabinete dela!

O Doutor, segura firme em uma das mãos da humana.

— Sabe do que precisamos agora? - Perguntou o Senhor do Tempo, serenamente, fitando ao castanho olhar da jovem, que corou com aquele encaro.

— Ah, não. Do que precisamos?

— Energia! Vamos à torre!

Assim, se arrastaram um ao outro pelo braço, subindo pelas longas escadarias circulantes.

***

ASTEROIDE SEM NOME/ HÁ 90.500.000.00 ANOS LUZ DE DISTÂNCIA DO PLANETA MONRAAIUQ

O cheiro de churrasco queimado, perdurava no ar. Moxx, havia acabado de perder a rodada, e outra, sem demoras começaria agora. Mas, outros aromas também circulavam por ali, como por exemplo, o da tensão, apreensão, e de toda a pressão da última rodada. O rei Dunoab, se mostrava completamente calmo, porém, a Mestra, parecia incompetente neste aspecto, e Alonso, notava isso. O globo girava, e Jabba, estaria prestes a retirar o lance final.

— Últimas palavras? - Pergunta Jabba, parando de girar o globo.

— Não tenho nada a comentar. - Declara o rei, em tom frio.

— Bem, está tudo perfeitamente bem. Obrigada, queridinho. - Disse a Missy a Jabba, com as mãos na cintura. Porém, piscando para o rei, que nem ao menos pestanejou sobre.

Jabba, retira o valor.

— 1.000.000.000.000.000.000.000.000! - Anunciou. – Não é nostálgico?! Um septilhão! Mas, lembrando, na última rodada não há apostas, infelizmente.

E agora? Era um número com certeza muito alto, porém, que Jabba sorria satisfeito em anunciar. Alonso, apenas fitava preocupado a Senhora do Tempo, pois, nem aquele número ele conhecia.

— É, é um belo número. - Disse a Missy, pigarreando.

— E pode cobri-lo? - Indagou Jabba.

— Ora, pergunte ao Dudu, é a vez dele, querido. - Se referia ao rei.

Mas, o rei, simplesmente mantem alguns segundos de silêncio, carregados de tranquilidade e das mais puras faltas de expressões. Para após, dizer:

— Dou 2.000.000.500.000.000.000.000.000.

E todos os outros, se espantaram. Mas, não apenas espanto, Jabba, também pulou de alegria, e o seu colar, quase até se despendurou do pescoço.

— Ah, mas por que toda esta animação, queridinho? -Perguntou a Missy. – Ainda não joguei.

Jabba sorriu:

— Então jogue, queridinha.

— Certo, mas não posso pagar. - E todos, se chocaram com isto, exceto Dunoab. – O que foi? - Perguntou a Mestra, olhando envolta. – Não posso pagar, vocês sabem, é culpa da crise! E que se exploda. Mas... Tenho direito a lhe oferecer uma venda.

— Não tenho interesse nos bens patéticos, herdados por os seus apostados!

— Sim, querido, mas não estou falando em Oods, Monoids, diamantes, armas ou exércitos.

Jabba encara curioso:

— Missy, 2.000.000.500.000.000.000.000.000 é muito, qualquer coisa que me venda será inadmissível cobrir! Quer me deixar na miséria?! Como pagarei os meus banhos de lama?!

— Ah, não me venha com essa conversa, Desilijic! Sei que em todos os bancos da Devastação Prateada você tem pelo menos 1.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000.000!

Jabba engole a seco. A Senhora do Tempo exige:

— Deixe de ser pão duro!

— Mesmo assim, o que você teria de digno a me vender? Nada, suponho.

E a Mestra, então fitou ao jovem humano, na arquibancada de objetos. Mas, os olhos dela, não pareciam mais arrogantes ou gananciosos, e sim, serenos e conformados. O humano, entendia tudo, porém, se recusava a acreditar. A Missy, indaga ao ex chefe:

— Ainda se diverte com os seus namorados de consciências Nestenes descartáveis?

E Jabba, respira fundo, constrangido. A Mestra prossegue:

— Pois chegou o dia de ganhar um crush de verdade. Chega daqueles Autons bobões cabeças de vento.

Então, não demorou, Jabba, fitou Alonso. A Missy continua:

— Não achou ele bonitinho? Eu achei! - Riu maligna – Um noivo, belo e humanoide, assim, como você e eu, e de uma espécie exótica e distante. Uma antiga raça guerreira; humanos. Você não tinha fetiches por guerreiros? Acabei de lembrar. - Encarou as unhas.

— Mas esta venda é patética. - Disse o rei Dunoab. – Eu não aceito que compre este produto.

— Ah, agora você parece estar vivo. - Provocou a Missy. – Está com ciúmes? E outra coisa, você, o Sycorax, o Terileptil, o Morax e aquele ministro horroroso, achei estranho o jeito que jogavam. Eram uma gangue ou um team-love?

E Dunoab, desvia o seu olhar. negava ou afirmava com isto?

— Senhor rei Dunoab. - Interrompeu Jabba. – Eu Jabba Desilijic o Grande, compro o que eu quiser. - Avisou pausadamente. E o rei nada comentou. – Tragam a criatura atraente até mim. - Ordenou Jabba aos seus homens, que logo, se dirigiram até Alonso. – Quero vê-la melhor.

Assim, fizeram. A Missy, sorri feliz, devido ao possível fechamento do negócio, porém, o produto, se esforçava para sair dos braços dos homens, que o arrastavam à-força, até o palco.

— Me soltem! Me soltem! - Gritava Alonso, sendo levado até Jabba. – Vocês não podem fazer isso comigo! Eu não sou uma coisa! E a Missy não é minha dona. - Foi jogado de frente dos pés de Jabba.

— Corrigindo, meu querido, tudo que pisa os pés em meu tapete se tora meu. - Corrigiu a Missy. – Impressão digital quântica.

— Eu confiei em você! - Disse indignado, e a Mestra, apenas recuou com os ombros, parecia pesar sobre, parecia ter feito algo que sabia que não poderia se orgulhar. O humano insiste. – Eu confiei em você, e você fez tudo errado. Bem que a senhora Kate disse... Não é de confiança. - Os olhos do rapaz, se enchiam de lagrimas.

A Missy, respirou fundo:

— Sou uma vilã, o que esperava? Chá e torta? Pareço, mas não sou a Mary Poppins.

— Que seja, mas só gostaria de saber isso antes.

E a Missy, desvia o seu olhar prepotente.

— Parem de discutir bobagens. - Pediu Jabba. – Vamos logo ao preço de meu noivo, Missy.

— Então vai ficar com ele? Adorei!

— Dou 1.000.000.500.000.000.000.000.000 por ele. Pegar ou largar.

— Ora! Mas isso me deixara apenas empatada!

— Eu sei.

— E já realizei uma venda, não posso conseguir mais dinheiro!

— Eu sei.

A Missy, ficou perplexa, pois, ela não imaginava tal esperteza da parte de Jabba, esperava apenas que ele caísse em mais um de seus truques, pois o-conhecia bem, e ele já havia caído várias vezes.

— Então...? Pegar ou largar. O que vai ser? - Indagou novamente.

Vendo a sua derrota, a Mestra, toma uma postura completamente cabisbaixa, mas, mesmo assim, Alonso a-encarava com piedade, mesmo, ela tendo o-vendido como um mero brinquedo, sem sentimentos ou vida. Alonso, de alguma maneira, ainda parecia manter algum afeto pela Mestra.

— Que seja, eu aceito o empate. - Disse a Missy, abatia.

— Ótimo.

— Porém, esse seu colar... - Fitava o colar de Jabba. – É a peça que infelizmente não pude furtar em nosso último encontro.

— E?

— E eu tenho a outra. Quebre as regras, e ganhe mais uma.

Uma oferta tentadora. O rei Dunoab, encarava nervoso aos olhos de Jabba, que apenas, sorria desconfiado, e com indisposição. Porém, respondendo a oferta da Senhora do Tempo, disse ele:

— Missy, você me traiu. E ninguém, ninguém, em todos os meus 200 anos havia cometido tal atitude. Porém, sempre se mostrou muito eficiente e muito boa em tudo o que faz, desde roubar tesouros ou eliminar os meus adversários.

A Mestra, pisca sorridente para o ex-patrão. Ele termina:

— Entretanto, roubou um produto que foi me encomendado, e tive que pagar o prejuízo. Perdi o meu maior cliente.

O sorriso da Missy, se desfez imediatamente, e ainda mais, com Jabba estendendo a sua mão para o seu fatal estalar de dedos.

— Rei Dunoab, eu lhe concedo um direito a venda.

— Ótimo. - Respondeu o rei. – Eu lhe vendo uma frota de 1000 Cilônios, por 1.000.000.000.

— Feito. - E assim, Jabba comprou os Cilônios do rei, e com isso, a Missy foi a derrotada do jogo.

— A Missy perdeu?! - Questionava Alonso, descrente, sabendo que então, o seu povo estria perdido.

— Sim, meu belo rapaz, a moça malvada perdeu, mas não se preocupe, nós cuidaremos para que ela morra depressa!

O rei Dunoab, finalmente havia ganho o leilão, como tanto ansiava, e a Missy, seria a eliminada da vez. A revolta, estava mais do que evidente em sua face.

— Rei Dunoab, parabéns. - Felicitou Jabba. – Você venceu o leilão, fico realmente muito contente. Amanhã mesmo, iremos imprimir por todas as cidades da Terra os avisos de nossa venda, e de seu novo herdeiro.

— Obrigado. - Agradeceu, sem vigor.

— Receba o selo de herança, será a prova de sua autenticidade como novo dono. - Um serviçal de Jabba, entrega o selo ao rei. Que era, como uma carta dourada.

Sem delongas, Dunoab, imediatamente se retira da sala, e a derrotada, permanece ali, ao aguardo do seu fim.

— Ah, isso me lembra aqueles programas para calouros, sabia? - Brincou a Mestra.

— Adeus, foi um prazer lhe conhecer. - Jabba, pôs a mão a modo já de estalar os dedos.

— Espere! - Berrou a condenada. – Tenho que te contar umas coisinhas.

— Então seja rápida, já estou cansado de sua cara.

— Ah, que atrevido! Todos adoram ela! Mas, vamos à questão. O que acontece é que eu perdi, eu realmente perdi, oh eu admito! É lamentável! - Disse, em sua pose dramática. – Mas, há duas coisas aqui que precisam ser lembradas.

Jabba, se expressa com os seus ombros. E Alonso, fitava curioso a Senhora do Tempo, que não parava de encara-lo.

— Primeiro: tenho tudo onde eu queria. E eu lhe dei um par, mas tudo o que resta agora é começarmos a valsa. E segundo e mais importante: eu teria cuidado com a arma nas calças do nosso coleguinha, chefinho.

Jabba, sorri malicioso:

— Pode deixar, tomarei muito cuidado. - Disse, em um tom onde se constrangeu o humano, que não entendia nada do que a Missy queria lhe passar.

— E terceiro. - Pensou. – Bem, não tenho um terceiro aviso!

— Ótimo, e até nunca mais.

Jabba, estalou os dedos, e a Missy, gritou estridente, enquanto era vaporizado por seu pode, até, sumir das vistas de Alonso, que apenas, fitou boquiaberto ao fim da lendária Senhora do Tempo.

— Ela não pode ter morrido. - Disse Alonso, descrente. – Ela é a Missy!

— Eu sei, a Missy! Blábláblá. Todos amam ela. - Zomba Jabba. - Mas, já deve estar no inferno a esta altura.

— Mas, a Missy, como ela poderia...?

— Simples, meu bem, porque ninguém inteligente de verdade se intrometeria em meu caminho, apenas isso. E com você será parecido, está sob a minha total proteção. Porém, se me trair... Já conhece o destino. Mas, mudando de assunto, onde acha que teríamos uma primeira noite inesquecível? A lua restaurante ou a lua motel?

— Não, isso está errado. - Andava de um lado a outro.

— Eu sei, Spacevill parece melhor.

— Não! Não é isso. É só que... A Missy.

— Ah, você só fala naquelazinha! Missy isso, Missy aquilo. Acha que eu não me sinto rejeitado?!

— Tudo aquilo que ela falou... Não pode ser aleatório.

— Não? Já deparei com ela embriagada algumas vezes.

E assim, se concentrou Alonso, em todas as palavras loucas, e talvez, até avulsas, que a Mestra havia proclamado. Ele pensou, ele se concentrou, e neste momento, neste segundo, ele entendeu o porquê dos Senhores do Tempo serem tão terríveis. Onde agora, enfiou uma de suas mãos nas calças.

— A peça, me passe a peça! - Exige Alonso, apontando a sua arma para Jabba, que era um Walther ponto 99. A arma guardada por ele em sua cueca, quando saiu junto a Clara, para investigar o misterioso aluno dela. – Me passe a peça!

Os homens de Jabba, apontaram as suas lanças automáticas.

— Aqui está. - Entregou Jabba, amedrontado. – Não ataquem, não quero que danifiquem a perfeição do meu noivo! - Ordenou aos homens. – Mas então, todo aquele volume... Era apenas uma arma primitiva?!

— E era para cá que você estava olhando?!

— Hum, não consegui resistir.

— Acho que você é um filho da mãe.

— E acho que você é um homem morto. Me traiu, e está cercado por dezenas de lanças. Onde está a sua preciosa Missy agora?

— Eu não sei, mas ela não é o que é por qualquer coisa, se ela realmente precisou por um humano ordinário em sua nave... É porque há bons motivos para eu seguir a dança. A Missy sabia que poderia não ganhar o leilão, mas também, já possuía talvez um plano para terminar de roubar a Roda de Fogo.

— Mas, como tem certeza disso?!

— Eu não disse que tenho!

Seguir a dança, foi algo que Alonso teorizou e testou, mas, será que ele iria conseguir? Talvez. Um som estranho se manifestava agora, e sendo ele, um som muito bem conhecido por todos. O som rangia, e fagulhava luzes e ventos ferozes, mas, o mais importante, um chapéu feminino pequeno e charmoso, se materializava na cabeça de Alonso. Jabba, imediatamente gritou revoltado, já sabia o que significava, e todos os seus homens, disparam as suas lanças. Mas, assim como o chapéu apareceu, ele também desapareceu, com o mesmo som e vento, e levando consigo a imagem do humano, que se dissolvia no ar. Todas as lanças passaram reto.

— Missy! Maldita! - Berrou Jabba, com toda a sua capacidade. – Isso não acabará aqui!

— Acho que não, senhor. - Disse um dos homens, preocupado.

— Como assim?!

— Acabamos de receber um aviso de ataque, alguém denunciou essa nossa localização aos Minocrisos, Mull, e Scardopes!

— Mas estes são os nossos maiores inimigos! Como isso...

Teve a frase interrompida. Centenas e centenas de misseis atingiam o asteroide sem nome, e naves e mais naves, marchavam até ele, com fogo e fúria, soprada a cada disparo.