O caminho se fechou, simplesmente isso. A única ligação viável entre o reino de Rupert e Cleverboy havia sido impossibilitada, devido, a cabine azul ocupar o seu estreito meio. E assim, as tropas de Danny haviam tendo de receber o azar de atravessar pelas montanhas, o que, lhes custaria a noite inteira, até chegarem em Cleverboy, montados, em suas feras reptilianas. Com isso, as tropas da lady de Cleverboy retornam para o seu lar, onde, esperariam por seus adversários, na fria e escura noite de tensão ao seu redor.

O Doutor e Clara, nada bem recebidos acabaram sendo, o que lhes possibilita uma bela noite atrás das grades de uma velha cela, numa masmorra suja, fria e molhada, e com os seus pertences tomados.

— Doutor, que planeta maluco é esse? - Pergunta Clara, ao lado do Doutor, onde estavam sentados e recostados numa parede da cela.

— Monraaiuq, lar de alguns monstros e heróis, dependendo de seu ponto de vista histórico e ético. Terra dos comedores de barriga e serpentes aveludadas, como um conto de fadas que deu errado.

— Hum, que filosófico!

— Na verdade, sim, mas este é um de seus vários séculos perdidos e sem importância, estamos em algum momento na era da decadência. Uma era gerada após a era da glória, que foi derrubada devido a... Uma coisa do passado. Eu estive aqui há muito tempo atrás.

— Até em história extraterrestre você está por dentro! - Sorriu. – Você não existe, é isso que acho às vezes. - Disse, desmanchando o sorriso.

O Doutor, encara boquiaberto:

— Não existo?! Sou o Doutor, por que eu não existiria?! Só porque tenho dois corações, moro numa cabine que não é uma cabine e porque usava gravatas borboletas?! Clara... Você é quem é a garota impossível.

— E você o homem impossível, o meu homem impossível. - Abraçou o braço do Doutor, ao seu lado, e recostou sua cabeça no ombro dele.

O Doutor ficou sem jeito:

— Como assim... Seu homem?

— Ah, cale a boca, simplesmente.

E com o Doutor obedecendo, ficaram em silêncio por alguns segundos.

— Já posso falar agora? - Quebrou o silêncio, o gallifreyano, perguntando tímido.

— Não, eu que quero te fazer uma pergunta.

— Qual delas? Já ouvi todos os tipos de coisas que podem sair da boca de um humano.

— Doutor, você... Confia em mim?

E com isso, o Doutor apenas franzino as sobrancelhas, estranhando a questão.

— Você sabe que confio, Clara.

— Não, eu não sei.

— É claro que sabe!

— Você é um ser impossível, Doutor, um ser vaidoso e maior do que qualquer estrela no cosmos, eu sou só uma humana mortal e falha.

— Pare de se diminuir! Odeio este tipo de gente, você sabe.

— Sei, e por isso... Você precisa saber, haverá uma hora em que... Em que você precisará confiar em mim, mais do que nunca antes, e nesta hora... - Não conseguiu terminar, apenas, encarou aflita ao Senhor do Tempo, que a encarava sem entendimento.

A porta da cela, é aberta bruscamente, surpreendendo os amigos.

— Impostora da princesa? - Chamou o carcereiro. – Vossa majestade exige a sua presença.

Clara, se levanta, fitando aos olhos desconfiados do Doutor.

— O meu amigo também não vai?

— Apenas você, obra das trevas. - Disse, cheio de repulsa.

Clara, trocou um último olhar com o amigo, e ele, lhe fez um gesto de confiança com a cabeça.

***

— Isso é... Maior por dentro! - Berrou Alonso.

— Sim, querido, e você está dentro de um chapel, ainda não é nem 1% do efeito daquele drink.

Conversavam Alonso e Missy, em sua TARDIS, onde Alonso, admirava embasbacado ao ambiente, e Missy, manuseava o console tranquilamente.

— Foi tão estranho entrar. - Comenta o humano, tocando no console.

— Huuu, imagine sair. - Puxou uma alavanca.

Toda a máquina, logo começa chacoalhar o seu interior, e Alonso, se esforçava para não cair.

— Segure-se, querido! - A Missy, ria, apertando vários botões.

— Isso é como patinar?

— Não, por quê?

— Nunca consigo ficar de pé!

— Isso porque ainda não me chamou para sair. Mas fique calmo! - A Mestra dá um tapa no console, que assim, espirrava faíscas, porém, deixando a nave totalmente tranquila. – Prontinho.

— Estamos indo para algum lugar?

— Sim, coisas para pegar, pessoas para eliminar. É o que eu sempre digo!

— E vamos deixar a Terra sozinha?! Você é a presidenta, e há uma invasão alienígena prestes a acontecer!

— Eu sei, eu sei, queridinho, também tenho as minhas preocupações. A loirinha poderia estar tramando algo?

E Alonso, parou alguns segundos pensando. Para dizer:

— Talvez, ouvi dizer que a senhora Kate é durona. Mas sou novato, estou há menos de três semanas na UNIT, não conheço muito dela.

—Ok, mas ela é só um ser humano, e vocês são patéticos, não terei medo. - Operava apressada aos mecanismos. Alonso, permaneceu boquiaberto com a ofensa. – Não fique assim, querido, há algo em você que compensa qualquer humanidade fútil.

— E o que é?

A Mestra, demora em responder, apenas, encarou distante ao humano. Mas, logo respondeu:

— Você não é as outras. - E piscou para ele, e puxou mais uma alavanca, e assim, a turbulência retornava novamente.

Alonso, quase cai para trás:

— Me diga logo, para onde vamos?

— Comprar o mundo, muito simples.

— Comprar o mundo?!

— Ele foi leiloado, não foi?

— Mas não fomos nós quem o-compramos!

— Quem disse? Nem sabemos ao menos quem é o seu novo dono!

— E daí?

— E daí que pode ser qualquer um, até a gente! Lei de um evento pré-determinado partido a um indivíduo indefinido.

— E de onde tirou isso? Não é contra as regras do tempo ou sei lá?!

— Regras? Sabe quem criou elas?

***

Sendo escoltada por seu carrasco, Clara, a impostora, era então trazida até a lady da casa Oswald, que a-aguardava em seu gabinete, fitando firme e séria, pela janela, aos seus exércitos, atrás dos muros do castelo.

— Aqui está a impostora, senhora. - Empurrou Clara para a sala.

— Ótimo, Cérbero. - Respondeu a lady. – Agora, pode se retirar.

E assim, Cérbero fez. E um silêncio agoniante foi sentido por Clara, que apenas, era quebrado por o som das lenhas queimando na lareira. A lady, se volta para ela.

— Tenho vinho e frutas e pão sobre a mesa. - Deu uma pausa. – Coma e beba, é uma ordem. - Exigiu a nobre.

Clara, encarou as frutas na mesa, mas, que onde os pertences dela e do Doutor também estavam:

— Ah, não vai dar, estou sem fome. Bem, de dieta na verdade.

— Ou... Acha que eu envenenei tudo.

E Clara, desvia o seu olhar. A lady insiste:

— Por que acha isso?

— Porque é assim que eu testaria alguém.

As duas jovens, se fitaram desconfiadas, se observando por alguns instantes. O som da lenha, continuava.

— Se eu quisesse te matar já teria matado, mas eu não quero. - Comenta a lady.

— Sério?! A sua “impostora”?

— Então você admite ser uma?

— Não, mas quem sabe uma “irmã” gêmea interestelar?!

— Você fala coisas estranhas. Qual o seu nome? Não me diga que é...

— Clara.

A lady, arregalou os olhos, não esperava aquela resposta:

— "Irmã gêmea"? Impostora. Pois esta sou eu, eu sou Clara! Eu! Lady Clara Ignis da casa Oswald! Não você!

A lady Ignis, encarava ofegante a sua “gêmea”, que a encarava assustada, devido ao tom exaltado da outra.

— Certo... - Diz Clara, tentando parecer confiante. – Hum, vejo que você se importa muito com quem você é, o que significa... Que há um grande e querido legado por trás de si.

E a lady Ignis engoliu a seco, parecendo confirmar a suposição. Clara continua:

— E você é uma lady, não devia está naquela batalha! Cheia de armaduras e armada como uma maníaca, os homens é que agem como idiotas assim! O que significa...

— Pare!

— Não. O que significa que você já está muito perdida, porque não havia um outro comandante ali, porque não havia um rei. O que signifique talvez uma coisa triste... Que você está sozinha, e sem esperanças, e pior... Para se ariscar tanto, significa que ou você ama muito o seu povo, ou...

A lady Ignis, apenas ouvia tentando manter uma postura firme, mas que não se mantinha bem sucedida. Clara termina:

— Ou que... Você está enfrentando algo do qual se sente muito culpada, e se arrepende muito. Vergonha, você está com vergonha.

E tentando não parecer abalada, a lady, se senta séria em sua cadeira, e até mesmo, escore o que parecia ser uma lagrima descendo por uma de suas bochechas.

— Por que está aqui? - Perguntou a nobre, com tom de tristeza.

— Você me chamou aqui.

— Sim, mas... Não quero dizer aqui, quero dizer aqui. - Deu ênfase.

— Bem, eu e o Doutor somos assim...

Ignis encarou curiosa. Clara prossegue:

— Apenas andamos de passagem por aí, e desta vez... Viemos para cá, porque havia algo nos atraindo. Mas não foi a sua coroa! Como dito nas profecias da fumaça e sei lá o quê! Foi algo perigoso, e viemos ajudar.

— Quer dizer que não é uma impostora?

— Sim. - Se sentou próximo a lady. – Eu não tenho interesse em seus bens, e eu não sou uma impostora, e você também não é uma para mim! Somos todas pessoas, de carne e ossos, e alma.

A lady, encarou Clara por alguns segundos, parecia tentar confiar nela.

— A minha madrasta nunca errava, foi ela quem me avisou sobre uma impostora.

— Pois ela errou, e sinto muito se gostava dela.

— Eu odiava ela!

— Odiava? Eu também odeio a minha!

E assim, riram as duas.

— Mas você disse em verbos do passado. - Observou Clara. – Onde ela está agora? E se você manda em tantas coisas aqui... Onde está o seu pai, o rei?

E assim, a jovem lady tomava uma postura e olhar completamente desolados, aquela pergunta, havia tocado em todas as suas feridas.

— Princesa, eu... Não quis te magoar, sinto muito se eu... Eu...- Clara, tentava explicar a falta de sensibilidade, mas não parava de gaguejar.

— Não se redima, eu não mereço desculpas.

— Não diga isso.

— Digo, pois é a verdade. Viu toda aquela guerra prestes a acontecer? É minha culpa.

Clara permaneceu descrente. A princesa insiste:

— Minha, um ser egoísta e rebelde. E foi através disto que perdi muitos que amava, ou que me amaram.

Clara, ficou sem palavras com aquilo, e a lady, ficou ainda mais rígida, percebia-se, por seu olhar gélido. E assim, se levantou, e se voltou para a janela. O som da trombeta de batalha, chamava agora a sua atenção. Clara, se levanta, e encosta na mesa.

— Está prestes a acontecer, Clara da terra distante. A minha batalha final está chegando. Acendemos uma vela para os deuses e um milagre aconteceu, seis horas de trégua, onde os meus inimigos cruzavam as montanhas.

— Mas você não pode se culpar, se é para morrer hoje, que morra com coragem, mas com amor também, a si mesma acima de tudo! Errar não é só errar! É quase um dever... Todos fizeram ou farão isso. Deve abrir a sua mente.

— Pessoas morrerão hoje apenas porque eu não quis me casar, Clara!

E Clara não conseguiu rebater. A lady prossegue:

— Eu fui prometida para o Danny! Mas eu nunca o quis... Eu nunca quis ser lady ou nada disso! Esse mundo é muito injusto. Por que nós devemos nos submeter as vontades masculinas?!

Clara, não conseguia opinar, afinal, isto custou vidas e uma guerra, e além disso... Um livre-arbítrio.

— Mas, pelo menos, o meu pai era meio diferente dos demais. Casamentos são alianças políticas, e ele tentou mais esta. Mas, em uma manhã de neve... Alguém o-matou em um combate, alguém em quem nas suas últimas palavras ele jurava ser o próprio que se vê no espelho.

— Eu sinto muito. - Disse abatida. – Eu também perdi alguém muito querida, a minha mãe.

— Também perdi a minha.

— Somos muito parecidas mesmo. Mas assim... A sua madrasta previu uma impostora para você?

— Sim, uma impostora que me tomaria a coroa, e que traria 100 anos de miséria ao meu povo. Mas, dito isto, logo ela também teve a sua vida tirada. E então... Sou uma rainha, e não uma lady. - Disse amargurada.

— Eu... Eu não sei o que dizer...

— Diga que eu estou errada, diga que eu devia ter sido decapitada, diga que eu sou um ser egocêntrico!

— Você só recusou um casamento! Só isso!

— Um acordo, que dizia que se o meu pai morresse eu estaria livre disto. Porém... Eu poderia também escolher em continuar, mas não escolhi. E agora, estou aqui, com um escudo em uma mão, e um sabre de luz em outra. A minha liberdade não foi respeitada.

Após estas palavras, Clara tinha vontade de chorar, na verdade... Já estava chorando, lagrimas escorriam vagarosas de seus olhos, e assim, ela enxugava a cara, mas, ainda discordando da opinião da rainha.

— Agora é hora de voltar à sua cela, a guerra irá começar, Danny já está há um quilometro daqui. - Se voltou para Clara. – Se você realmente não for uma impostora... Obrigada, então.

— Pelo quê?

— As únicas pessoas para as quais eu contava as minhas tristezas eram eu e a minha sombra.

Clara permanece triste, nunca teria imaginado uma vida tão dura para um de seus ecos. A princesa chama:

— Cérebro?! Leve-a.

— Não, não me prenda! Eu e o Doutor podemos ajudar em algo!

— Não, não podem.

— Podemos! É claro que podemos, você tem que confiar em mim! Sei que sabe que não estou mentindo, sei que sabe que pode confiar em mim!

— Errado. - Disse convicta. – Eu já confiei em muitos, e perdi muitos por isso. Estou cansada de ser enganada, não sou mais só uma princesinha boba, sou uma princesinha boba que já sofreu muito também.

Com isso, Clara não conseguia rebater, e logo, o seu carrasco chega, e a-arrasta à força, puxando por seus braços. Clara, não queria deixar Ignis tendo de enfrentar aquela situação sozinha. Mas, Ignis pegou o seu sabre, confiante, e assim, partiu dali. Porém antes, vestindo a sua coroa, o que parecia ser uma engrenagem dourada.

***

CONFINS DA GALÁXIA FRATRIS/ HÁ 90.500.000.00 ANOS LUZ DE DISTÂNCIA DE MONRAAIUQ/ GRANDE ASTEROIDE SEM NOME

E ali, no grande objeto inidentificável e centro comercial de tráfico, nas profundezas obscuras de Fratris, um dos muitos leilões realizados por séculos, estava prestes a se iniciar, numa enorme arena de pedras douradas, e cercada por enormes arquibancadas, e com um palco, forrado por um tapete vermelho. Muitos convidados, já estavam à espera do início do evento, entre eles: o primeiro ministro Slitheen, a Madame Estelar, o comandante Sontaran Strov Quinto, Moxx de Balhoon Sétimo, um representante do imperador dos Sycorax, e outros quatro representantes de outras espécies, como o rei Dunoab, um Rill, um Morax, e um Terileptil. Porém, após esta longa lista de candidatos ilustres, mais um ainda estava faltando.

— Isso é... - Alonso, admirava boquiaberto a aquelas várias e bizarras raças alienígenas em sua frente. – Quer dizer, os alienígenas... Eles são muito alienígenas!

— Eu sei, querido. - Diz Missy, entrando na arena junto ao jovem acompanhante.

— Você olha pra eles... E são alienígenas!

— Ainda bem que não levei você para o sul!

Entravam na arena, onde, todos os-encaravam feio, com as suas faces horrorosas, na visão humana de Alonso, que fazia cara de puro terror. A Missy, apenas sorria, fitando malévola ao palco.

— Você não é bem vinda aqui, Senhora do Tempo.

Disse, o responsável pelo evento, em cima do palco. Era ele, um homem alto, de cabelo raspado, trajes longos e negros de um fino tecido, vestindo um colar com um objeto intrigante pendurado, e a encarar a Mestra. Soldados aramados com lanças negras enormes, a-encaravam também. E ela, apenas pigarreia em desdenho.

— E desde quando preciso ser bem vinda para entrar nos buracos por onde você pisa, chefinho?

— Foi demitida quando me roubou. É apenas Jabba para você agora.

Missy revirou os olhos:

— Ok, Desilijic, sou só a moça do café agora, mas ainda irei participar.

Jabba sorriu em desdenho:

— Sinto, minha cara, mas você não foi convidada. E nem pagou o direito de participação. Há outro candidato para vir. O Lord dos 1000 planetas de alugueis está a caminho.

— Não, acho que não, coisas aconteceram pelo caminho... sabe? - Disse sugestionando algo. – Talvez algumas tentativas de assassinato e um sangue-suga no vaso sanitário, dia a dia!

— Você e os seus truques!

A Missy, disfarça um sorriso de denúncia, e Jabba, lhe soprou um olhar fechado. A Mestra insiste:

— E o ponto mais importante... Todos os outros já estão aqui, você não pode cancelar este leilão, ele tem de acontecer, com ou sem o Seu Barriga.

— Mas você não irá participar! Isto é consequência de seus erros, e você nem tem dinheiro!

— Ora! Quantas calunias! Não tenho dinheiro?! E para aonde foram os salários milionários que você me pagava? Ou toda a grana que eu roubei daqueles bancos por aí e daqueles impérios que eu passei por cima?

Jabba pensava a respeito. A Senhora do Tempo prossegue:

— Você sabe, querido, eu tenho dinheiro. Muito, muito dinheiro. E eu sei, Madame Estelar e primeiro ministro Slitheen, eu estou em suas listas negras!

E ouvindo isso, todos os outros participantes se mostravam curiosos e desconfiados, sobre a questão da fortuna da Mestra, pois, ela poderia ser um forte concorrente. A Madame Estelar, empinou o nariz.

— Você iria lucrar muito comigo aqui, mas se está me dispensando... Já vou indo. - Se voltou a Missy à saída.

— Espere! - Pediu Jabba. – Fique.

A Missy sorri de canto. Jabba zomba:

— Quero vê-la morrendo agonizando, quando não puder mais dar um lance descente.

— Pode deixar, mas talvez não seja eu quem morra hoje. - A Missy parte para o seu pode, cada participante tinha o seu. – Já está na dança querido?

Alonso, assente com a cabeça. A Mestra termina:

— Ótimo, vá para a arquibancada dos objetos.

E assim, Alonso obedece, porém, sem entender muito bem o que ela quis dizer. E na arquibancada, Oods, Monoids, outros seres estranhos, e grandes caixas de metal, todos, prestavam atenção no leilão que estaria para começar.

***

MONRAAIUQ/ HÁ 90.500.000.00 ANOS LUZ DE DISTÂNCIA DO ASTEROIDE SEM NOME/ VÉSPERAS DA ÚLTIMA BATALHA DA ALIANÇA QUEBRADA

O rugido dos urros de ódio, e clamor por sangue, estavam cada vez mais próximos, os homens de Rupert, marchavam ferozes e velozes como uma naja alada, e famintos como um leão cornudo, ou, tão perversos como um diabo de jardim. E os homens de Cleverboy, então se espreitavam em grandes grupos pelas colinas, e contornos das ruínas da finada vila, e por de frente do castelo. E a sua rainha, a sua bela, inconformada, e jovem rainha, acabava de sair agora por seus portões, e encarar a vista, que de onde estava, via apenas a escuridão. Porém, escutava muito bem os galopes dos terríveis répteis que serviam de montaria para os seus inimigos. A jovem rainha, respirava ofegante, e mirava o seu olhar aflito para o seu sabre, ainda desligado, pensando ela... Se tudo aquilo que ela viveu ou vivi agora seria realmente culpa sua, ou apenas, culpa das injustiças e empecilhos que a vida põe no caminho de qualquer um.

— Talvez a Clara esteja certa, talvez a Feia estivesse errada. - Disse a rainha Ignis, sozinha, tentando se enganar. – Mas, se ela estiver mesmo errada... Talvez não seja aqui que a nossa ruína acabará de começar.

— Com quem conversa, minha senhora? - Perguntou Cérbero, vindo até ela, já preparado para a batalha.

— O que faz aqui?! - Perguntou, desaprovando a presença.

— Batalhar, senhora.

— Você devia estar nas masmorras!

— Para quê? Nós estamos desde as três últimas batalhas usando todos os homens e jovens disponíveis, sabe como as nossas forças estão abaladas. Não interessa se sou só um carcereiro, estou aqui para deter o adversário.

— Mas eu não quero que esteja aqui!

O carcereiro encarava desentendido. A lady insiste:

— Volte para a sua função, e vigie os nossos prisioneiros.

— Mas até os prisioneiros usamos como recursos!

— Mas não digo qualquer prisioneiro, me refiro aos dois estrangeiros da terra distante.

— Rainha, nem sabemos se iremos sobreviver... Se estiver preocupada com os planos daqueles dois...

— Não estou preocupada com as suas ações!

— E com o que então?!

E a rainha, tomou um olhar tão distante quanto o reino inimigo.

— Porque... Ninguém merece estar sozinho em um dia desses. Clara não é apenas parecida comigo... Ela é como eu. E isso não é culpa talvez de profecia nenhuma, é apenas... Escolhas e consequências, só irei acreditar naquilo que faço com as minhas mãos, ou no que os outros fazem com as suas... Não em delírios de loucos.

— E irá confiar em uma estrangeira?!

— Não. Mas ela é do tipo que tenta me entender e escutar, e isso basta para mim, para qualquer um que quiser continuar vivo. - Respondeu convicta.

Ouvindo isso, Cérbero sorri sarcástico, e diz após um suspiro profundo:

— Você é uma boa pessoa, todos te respeitam e te apoiam devido a sua humildade e dedicação. Mas ninguém além do próprio atirador da pedra merece ser ferroado pelas abelhas, além dele mesmo. - E assim, se retirou dali, apontando para os outros. – Nós somos quem te escutamos.

Todas aquelas palavras, doeram profundamente no coração de Ignis, mas, o que dizer ou fazer? Ela para si já estava errada, mas, para o seu povo, parecia estar ainda mais, era o que ela achava, e o que alguns demonstravam. E ela era a rainha, e mesmo assim, havia sido completamente desacatada por um simples carcereiro. Ao qual preço teria o seu livre-arbítrio? Era isto o que a miserável se perguntava. Era tão errado lutar por sua liberdade e particularidade pessoal? Ela se culpava a cada dia, e a cada segundo, e se achava mais indigna do que qualquer outro pecador que fosse.

— Para cima! - Gritaram muitos de repente.

E assim, começou a guerra. Onde via-se de uma visão aérea, os dois exércitos se tocando como o beijo de duas ondas, em direções iguais. E logo, o escuro campo de batalha se iluminava em tons azuis e vermelhos, devido, aos sabres azuis dos Cleverboys, ou aos sabres vermelhos dos Ruperts. E rapidamente, cabeças eram decapitadas, pescoços eram partidos, braços e pernas eram arrancados, e muitos dos Cleverboys sendo também esmagados. Os Ruperts, vinham montados em seus quadrúpedes reptilianos, ferozes e carnívoros, que ou pisoteavam os inimigos ou arrancavam as cabeças deles. Porém, muitos dos Cleverboys, que escapavam deste fim, marchavam para baixo das bestas, e então, partiam as suas entranhas, o que detinha as criaturas. Porém, que lhes dava um banho de sangue e fezes. E olhando para cima, inúmeros pontos brilhantes cortavam o véu noturno, mas, não seriam as estrelas, seriam jorradas e jorradas de flechas em chamas, lançadas, pelos Cleverboy, dos muros. Não tardaria, para que todo o chão do reino estar vermelho como os sabres inimigos.

— Doutor... Você está ouvindo isso? - Pergunta Clara, preocupada, se referindo aos sons da batalha. Ainda estão eles, na cela.

— Estou. - Responde o Senhor do Tempo, com as mãos cruzadas frente a boca. – É uma guerra, mas não me lembro a qual. Este mundo é cheio delas, é como chuva em Londres. Não podemos fazer nada à respeito presos aqui.

E assim, Clara olha para o corredor, pelas grades. E nota que não haviam mais nenhum carcereiro ali, ou prisioneiro também.

— Ah, podemos sim. - Insiste a jovem.

— O que vai fazer? Usar um grampo de cabelo? Clara, isto é o tipo de coisa que só acontece naqueles filmes e novelas bobas do seu planeta.

— E óculos sônicos? São coisas bobas do qual planeta?

O Doutor franze as sobrancelhas desentendendo a questão. Clara, joga o óculos sônico para o amigo.

— Nos tomaram! Onde conseguiu isso? - Pergunta ele.

— Ora, ele e eu estávamos na sala da rainha, nunca roubou nada além da TARDIS?

— Bem, biscoitos na inauguração da estátua da liberdade, champanhe no Titanic, os vestidos da Elizabeth, e uma vez eu conheci o Ladrão.

— Os vestidos de Elizabeth?!

— Bem, tinha que me fantasiar de duquesa se quisesse fugir daquela lua de mel!

Clara, faz cara de nojo pensando no assunto.

E a porta se abria, com o Doutor imediatamente ativando os óculos sônicos. E rapidamente, ele e sua companheira, fogem dali, silenciosos, e de mãos dadas. Os dois, sorriam como crianças após roubarem doces. Mas, no lado de fora do castelo e redondezas, a batalha estava apenas em seu início. E já cansada de ver tantos dos seus por meses já morrendo e até o dia de hoje, corria agora a rainha, para o confronto, trajada, em sua armadura negra, e munida de um escudo, com um brasão de uma estrela, e o sabre de seu falecido pai. Ela, se dirigiu correndo e gritando, e logo chagava, e começava a combater os aliados de seu rival, e a ajudar os seus.

— Então você entrou na dança. - Comenta Danny, montado em seu réptil, do alto de um monte ali bem próximo, e avistando a rival, por uma luneta. – Me espere.

Batendo com o seu pé nas costas de sua montaria, logo marchava o príncipe Pink, para o fogo cruzado.