INCONTÁVEIS BILHÕES DA ANOS ATRÁS/ LUA 1111 DO MUNDO DA PRIMEIRA ERA DO UNIVERSO, PLANETA DOS DESCENDENTES DOS ANTIGOS/ GUERRA DAS RELÍQUIAS

Uma guerra, uma de muitas guerras. Os descendentes dos Antigos, haviam de alguma forma incerta e terrível, encontrado a sua ruína absoluta, e seus poderosos e preciosos bens que antes os-mantinham soberanos, agora, se encontravam em sangrentas e brutais batalhas, partidas, pelos impérios medíocres ao redor, que cresceram das migalhas descendentes. Os sois gêmeos, transpareciam o seu brilho belo e escarlate por entre as nuvens de fumaça. Fumaça, das chamas dos horrores da guerra. Onde por canhões a laser, se massacraram dezenas, em um golpe só, e onde, asteroides foram arrastados até a superfície, por correntes de energia magnéticas, e arremessados contra os exércitos de ambos os lados. Haviam dois últimos sobreviventes dos dois últimos grupos ainda em pé guerreando, dois, dos centenas de grupos que se acabaram nestes conflitos. Os seus nomes, perdidos no tempo, porém, as suas aparências, uma humanoide e a outra, muito semelhante a algum tipo inseto.

— Ah, deixe eles se matarem! Eu vou aproveitar a melhor chance. Entrar de fininho. - Riu maliciosa.

A Missy, se agachou por entre alguns destroços de naves, e marchou silenciosa, até, uma tenda vermelha, constituída por um grosso tecido, e sujo com o sangue dos vários povos exterminados nas batalhas. Enquanto ela entrava cautelosa, os dois últimos sobreviventes, continuavam a se enfrentar, com as suas longas e douradas espadas de plasma.

— Aqui está você. - Disse a Mestra, fitando com olhos ambiciosos a um objeto dourado e reluzente, sobre uma mesa velha de madeira.

Objeto esse, que parecia como uma espécie de troféu, em seu formato, porém, composto de uma manivela sofisticada, uma estrutura semi-arredondada, uma espécie de seta giratória em seu topo, uma tela de lede azul, e uma engrenagem que circulava por toda a redondeza do objeto.

— Não se preocupe, queridinho, te levarei para casa. - A Missy, apanhou o objeto, e então, clicou em alguns botões de seu manipulador de vórtex.

Mas, o manipulador não parecia estar muito colaborativo. A Missy, se posicionava e clicava conforme a partida, entretanto, nenhum teletransporte acontecia.

— Ora! Lhe comprei naquela feira de 2,99 galácticos! Por que não está funcionando?! - Discutia, encarando o braço. – Ou será que eu o-apanhei naquele piquenique com a River e o Doutor cabeludo?

— Aonde pensa que vai? - Indaga, uma voz masculina, vinda, da entrada da tenda. Uma cabeça rola até os pés da Missy, uma cabeça, com traços de inseto.

Uma figura masculina de trajes prateados e cravejados em detalhes negros, estava ali, e detentor de uma barba robusta, porém, muito bem feita, combinando com os seus cabelos longos e negros.

— Olá, querido. - A Mestra, fitava a cabeça aos seus pés. – Vejo que você é dos meus. Que excitante!

— Sou Hugnor, o campeão da guerra, matador de milhões, o banhado do sangue antigo, o ressuscitado das promessas eternas. - Disse mais 10 títulos, e a Missy, revirou os olhos. –Derrotei o meu último oponente, e este objeto que rouba é o meu troféu.

— Sim, sim, eu sei. Tudo o que eu estava fazendo era... Leva-lo para tirar uma selfie, causou tantas tragédias por onde passou! Sou uma super fã.

— Parece conhecer muito bem a peça.

— A Roda De Fogo, como eu não conheceria? O troféu máximo entre todas as relíquias Antigas.

— Pode causar fogo por onde passa, mas não é redondo! Por que seria uma roda?

— Bem, porque há incontáveis bilhões de anos atrás foi assim que aconteceu, a Roda foi roubada. Mas, dizem que algo deu errado, e então, ela ficou toda espalhada por aí como as esferas do dragão. Circulando por todo o espaço tempo, de época em época, causando guerras e caos, em um ciclo continuo e sem fim, tentando apenas encontrar a sua cara metade. Isso me lembra alguém. - Tentou imaginar quem.

— Não compreendo estas palavras, mas, se histórias como essa forem verdadeiras... Então é realmente desta “roda” que eu preciso para finalmente ser um deus. - Disse, cheio de admiração. – Me passe a roda!

— Peça primeiro com educação, queridinho. Não é assim que se pede uma coisa dessas a uma Senhora do Tempo!

O homem, corou as bochechas:

— Ah, mas... Foi você quem disse!

— Hum.

— E além de tudo, ganhei a guerra. Me entregue a peça, sabe que não poderá fugir.

— Como não? Eu sempre fujo! Tudo parece que acabou, mas aí, eu chego com uma nova historinha de saída. Vilão clássico. - Sorriu.

Hugnor, se aproxima até a Missy. Onde, se encaravam circulado, com os seus olhares curiosos e mortais:

— Seu aparelho de teletransporte é primitivo. Sabe quanto de energia é necessário para essa “roda” fazer o que faz, queridinha? - Deu ênfase no “queridinha.”

— Muita, absolutamente níveis incontáveis de energia.

— Exato, há quase a equivalência do que seriam cinco anãs brancas contemplando a totalidade do abjeto.

— Entendo. - A Missy, parecia entender. – Energia é igual a massa.

— E vise versa. Não pode fugir.

A Mestra, sorri provocante;

— Já disse, eu sempre fujo.

— Não com toda essa massa.

— Certo, mas toda este potencial da peça é conquistado apenas com ela em sua totalidade. Se não posso tê-la por completo, algumas de suas partes pelo menos, eu não deixarei para trás.

— Ora, não pode desmonta-la!

— Ah, mas é claro que posso! - E clicando em um encaixe da pequena tela de lede azul da Roda, o “troféu”, então se desmancha em cindo partes, caindo todas pelo chão.

A Missy, apanha a tela e a manivela, imediatamente, e Hugnor, a-lança o seu olhar inconformado. A sua espada de plasma, reluziu, conforme a sua ira.

— Esqueci de avisar, essa tela é a cabeça da coisa. Tirando ela, tudo vai à baixo, ligações por nano-fusões, sabe? Em outras palavras; um parafuso muito bom.

— Mas isso é meu! Não irei permitir que parta!

O campeão da batalha, avança com a sua espada, para cima da Mestra, que logo, após dois ligeiros cliques em seu manipulador, some, em um imenso flash de luz, na frente do homem, que apenas, esmurrou a mesa, contrariado. E pelo vórtex do tempo, um chapéu corria veloz agora, que era para onde a Missy havia fugido. Para onde, na verdade, ela sempre fugia, a sua nave, que com ela vagava por todos os tempos, causando caos e dores, por onde passasse, em busca de alguém, assim, como as peças que roubara.

— Missão cumprida. - Disse a Mestra, manuseando o console, com o seu olhar provocante de sempre, porém, que logo foi desfeito, ao momento dos sinos do claustro tocarem. – O que foi agora?

Puxou o monitor para si, e duas mensagens estavam em seu banco de dados.

— Ah, e-mails! Me lembra a minha juventude de 250. DEC, e Hugnor.

DEC, a Missy não entendia quem fosse, mas Hugnor, este, ela não esqueceria tão cedo, e nem ele dela. Em sua mensagem, havia apenas um aviso, “irei te procurar, encontrar, e nunca, nunca irei parar. Não pode fugir das consequências de seus erros, e esta, a-perseguirá até a morte”.

A Missy, apenas puxou a grande alavanca do console, e uma enorme agitação conturbou a TARDIS.

***

UNIT/ SALA DE OPERAÇÕES

Kate, assistia animada à discussão entre os vários representantes do mundo, que estava acirrada e completamente tensa, cheia de ironias e provocações. Discutiam sobre a possível ameaça e invasão alienígena, e a sua veracidade. A UNIT, havia declarado estado de alerta para a ONU. A rainha da Inglaterra, o presidente americano e o possível governador ou ditador coreano discutiam seriamente, e Kate, sorria maliciosa a cada frase, vendo tudo pelo enorme telão da sala. Mas, para interromper o seu divertimento, dois sons parecidos roubavam a sua atenção, dois sons rangendo, e onde, uma brisa de vento levemente sacudia o seu cabelo, e um chapéu e uma cabine azul, surgiam aos poucos, em sua frente.

— Senhora Kate, não conseguimos. O mundo foi vendido! - Avisa Alonso, saindo do chapéu. – E tinha tipo uns aliens feiosos! Bem, eram uns aliens feiosos. Mas, não é esta a questão!

— É mesmo? Que coisa. É uma notícia bem ruim, admito. - Correspondeu desinteressada.

— Foi, e agora um rei alienígena irá dominar mundo!

— Nossa, e onde estão o Doutor e a Mestra?

— Eu, aqui, queridinha. - A Missy, saía do chapéu, esforçando com as pernas ainda dentro, e as mãos sobre o chão. – Saudades? Não minta.

Kate, apenas se manteve séria.

— Ouvi vocês dizerem sobre um rei comprar a Terra? - Questionou o Doutor, saindo da TARDIS junto de Clara.

— Sim, querido. Dunoab. - Respondeu a Senhora do Tempo.

— Ah, Dunoab. Uma vez me expulsou de um de seus banquetes, eu e uma velha amiga, que não me lembro o nome. Acabamos por acidente traduzindo o nome dele, e nos cuspiu vinho fervente. Isso é terrível.

— O que significa? - Pergunta Clara.

— O nome dele? Ah, um anagrama de uma palavra muito feia.

— Não, eu quis dizer o que significa agora ele para a Terra, o que poderá nos acontecer?

E o Doutor, apenas desvia o seu olhar, a resposta, deveria ser uma das piores possíveis.

— Significa, queridinha, que vocês estão completamente, e absolutamente perdidos. Já era, humanidade. - Respondeu a Missy. – Que excitante.

— Não. - Corrige o Doutor. – Significa que há sim esperança, pois fui atraído para lugares, lugares onde eu sempre me deparei com algo em comum. - Retirou as suas duas peças da Roda de Fogo de seu casaco. – Há algo por de trás disto. E acho que... E acho que você tem as respostas, Kate.

E Kate, sorri provocante:

— Bem, talvez eu tenha mesmo. Mas antes... Alonso, você poderia abrir o cofre de catalogação secreta para mim, por favor?

— Sim, senhora.

Alonso, prossegue até o cofre, que só se destravaria com o DNA humano registrado. Enquanto o Doutor, observava Kate minuciosamente, com as mãos cruzadas frente a boca. E desviando o seu olhar ao lado, a Missy, se voltava ao monitor, onde, notava então a discussão dos presidentes, e o estado de alerta do mundo. Clara, também tem a sua atenção tomada pelo monitor.

— Espero que seja convincente com as suas desculpas, pois se pelo contrário... Não queira me ver irritado. Estou sendo paciente. - Avisou o Doutor, sobre o pedido feito a Kate.

— Para que as respostas tão cedo, Senhor do Tempo? Por que não desestrassa vendo um pouco de TV? É comprovado cientificamente. - Correspondeu a loira.

Apontou para o monitor, e o Doutor, se volta desconfiado para lá.

— Mas isto é loucura! - Diz a Missy, notando o tom enraivado de cada presidente.

As sobrancelhas do Doutor, quase rasgaram a testa, se levantando mais do que completamente.

— Quem faria isso? - Pergunta Clara, preocupada. – Um estado de alerta feito desta forma... Poderia deixar um mundo em um clima absurdo de desconfiança e tensão política. Uma terceira guerra mundial poderia ser iniciada há qualquer momento!

— Eu sei, por isso deixei todo o mundo em alerta. - Disse Kate, e todos, fitaram surpresos a ela, pois Kate, saberia muito bem das consequências daquilo, e todos ali, sabiam o quanto Kate sabia.

— Ah, viram? Eu disse que ela não era de confiança! - Avisou a Mestra, em sua pose inconformada. – Logicamente o mundo estria sempre melhor em minhas mãos.

— Mas eu deixei em suas mãos. - Lembrou o Doutor. – Esteve em algum lugar?

— Ah, sabe como é que é, odeio governar tudo sozinha.

— É sempre a sua maior ambição.

— Ah, mas lembra da história que o meu amiguinho contava? Pois é, está explicado. E perdemos o leilão, mas... Consegui mais uma peça do kinder joy dos Antigos.

— Prontinho, senhora. - Alonso, havia acabado de destravar o cofre.

— Ótimo. - Agradeceu a brigadeira. - Agora, não preciso mais de você.

Alonso, apenas franziu as sobrancelhas, desentendido:

— Como assim?

— Assim.

E friamente, Kate, apenas retira uma arma de aparência incomum de dentro de seu sobretudo, e dispara um enorme tiro no estomago do rapaz. Mas, não um tiro balístico, e sim, um disparo a laser, que lhe o-causou um enorme orifício em sua barriga. O outro lado da parede era perceptível pelo ferimento. E logo, o jovem cai sem vida no chão, mas, ainda de olhos espantados pelo imprevisto.

— O que você fez?! - Indagou a Missy, completamente chocada e irritada, com a atitude de Kate, que apenas sorria malévola.

— Bem, resumidamente eu matei ele.

Todos, encaravam descrente para a Brigadeira, e ela, lhes apontava a arma. A Brigadeira Kate Stewart, a sempre justa e sabia, Kate, por que ela faria isso? Por que ela agiria desta maneira? Havia sido brutal, fria, e monstruosa. Todas estas questões, se passavam pela cabeça do Doutor neste momento.

— Kate. - Dizia o Senhor do Tempo abalado. – Onde está a Kate? Você não pode ser ela.

— Finalmente! Inteligência. Já deviam ter desconfiado, afinal, como uma simples humana patética adivinharia em qual planeta você estaria, para conseguir te chamar até aqui? Planeta 34, certo?

— Estava distraído.

— Apaixonado. - Corrigiu – Só com isso se engana um homem direito.

A Missy, entreolhou o Senhor do Tempo e a humana, e o velho viajante, desviou o seu olhar.

— Mas o que quer? - Questiona o Doutor. – Por que fez isso? Um mundo em alerta, me chamar, me enviar em missões? Foi tudo por isto ?! - Segurava firme com todo o ódio possível, as duas peças em suas mãos.

— Basicamente. Teríamos elas antes, mas a Mestra como sempre... Nos atrapalhando. Roubou o seu chefe antes de nós. Porém, também somos espertos e inteligentes, e planos B são ótimas saídas. Que por ironia ou azar, acabou envolvendo a Terra. Mas, isso é culpa da Mestra também. Isso foi hilário! - Gargalhou.

— É, devo ser uma imprestável mesmo. - Disse a Missy, cabisbaixa.

— Bem diferente de nós. Estamos por aí, desde reis... Até príncipes rebeldes. - Piscou para Clara, que se surpreendeu com a ação.

— Mas Dunoab foi quem comprou o mundo! - Lembrou a Missy. – De qual espécie você é?

— Bem, de uma que consegue se misturar muito bem. - Kate, exibia uma espécie de bilhete dourado.

— Esse é o documento de autenticidade de ganhador do leilão!

— Sim, nós Zygons somos ótimos mentirosos. Devia ter prestado mais atenção também, Missy. Será que você é uma das apaixonadas, ou só uma das exibidas e vaidosas mesmo?

O Doutor e a Missy, por motivos distintos, haviam se distraído a ponto de acreditarem ou duvidarem do potencial daqueles ao seu redor, que agora, se mostravam contrários a eles. Porém, por motivos iguais, os dois lutavam e sofriam as consequências agora, pela mesma causa.

— Mas, vamos logo ao ponto, as peças, me passem as peças. - Exigiu a loira, apontando a sua arma, que já havia se provado mortal, em direção da humana.

— Abaixe isso, Kate. - Exigiu o Doutor, pacientemente irritado.

— Não me chame disso! Cruzes!

— Abaixe!

— Então obedeça! - Disse, em um tom bastante autoritário. – E não adianta negarem, até onde pudemos prever, você e sua conterrânea possuem ao todo 4 peças. Possuo a restante.

Retirou do cofre. Era a peça que se parecia com uma seta, e que girava verticalmente e horizontalmente.

— Me entreguem as outras, ou a garota da Terra morre.

Clara, respirava ofegante, enquanto fitava preocupada, com o seu destino, e com o estado sentimental do amigo.

— O Doutor não pode lhe dar nada. - Disse Clara, determinada.

— É claro que pode! - Negou Kate.

— Não! Não pode ser uma troca justa. A vida de sua amiga em troca das vidas que você destruirá, eu não autorizo ele a fazer isso.

— Clara... - O Doutor, encrava cabisbaixo a ela. – Eu não posso deixa-la morrer.

— E eu não posso deixar e nem ver você fazer o que pensa! Sabe quantos corações serão partidos e vidas arruinadas?!

— Mas e a sua vida? E o seu coração?

— Dane-se! - Protestou, e o Doutor, demorou em rebater.

— Mas você é minha amiga! - Disse, amargurado, e a Missy, tampou os ouvidos.

— E daí?! Doutor, não quero viver sabendo quão pesado foi o custo de minhas batidas.

— Mas eu não posso deixa-la morrer.

— Nossa, que grude! - A Missy, não aguentava mais aquilo. – Nunca me disse isso, nem enquanto me abandonou naquela nave prestes a explodir!

— Não estrague o momento, Missy! Clara, eu sinto muito.

— Não faça isso! - Implorou a humana.

E ignorando o clamor de Clara, o Senhor do Tempo, atira as suas duas peças aos pés de Kate, que então sorri malévola, em agradecimento. Mas que depois, logo fita a Senhora do Tempo, que a encarava indignada:

— Ah, eu não vou lhe dar nada!

— A escolha é sua, toda sua. - Os olhos do Doutor, carregavam tristezas, pesos, e os seus maiores medos, a sua vida, estaria perdida e desolada, se a Mestra não colaborasse. Ela sempre odiou Clara, e nunca se importaria verdadeiramente com ela, mas, com o Doutor... Este era o seu melhor amigo. E para salva-lo de todo o seu desespero, bastou apenas algumas palavras sinceras.

— Sabe que é isso que vai de matar, não sabe? Piedade. - Avisou a Mestra, conformada.

— Eu sei, não morreria de outra coisa.

— Idiota.

— Sempre.

Missy, então colabora com o amigo, mesmo, que totalmente contraria em seu interior, e assim, atira as suas peças aos pés de Kate.

— Muito obrigado a todos. - Diz Kate, fitando as peças. – Tudo que falta agora é alguém montar a Roda. Clara?

— Sim. - Correspondeu.

— Poderia montar a Roda para mim?

— É claro. - Confirmou, cheia de simpatia.

Clara, então partiu sorridente em direção de Kate, para recolher e montar a máquina, e o Doutor e a Missy, apenas fitaram revoltados e surpresos com a cena. Eles haviam entregado uma das mais terríveis obras dos Antigos para duas possíveis inimigas, acreditando, terem salvo uma preciosa vida.

— Bem, admito o nível de eficiência! - Admitiu a Missy, com duas palmas.

— Diga que não é verdade, Clara. - Pediu o Doutor, decepcionado.

— Sinto muito, mas a Clara morreu. - respondeu Clara. - Todas as tropas da UNIT, morrerão. Kate Stewart, está morta.

— Não pode ser.

— Mas é, Doutor. - Respondeu fria.

— Mas tudo aquilo que passamos... Não pode ter sido apenas um grande teatro!

— Mas foi. E sinto muito, mas é melhor tentar se conformar, antes que doa ainda mais.

— Não... Não! Você tem que ser a Clara!

O Doutor, avança indignado, em direção da traidora, mas logo ele, é contido por um vórtex de contensão, uma espécie de tubo de energia, que o-deixaria aprisionado. Porém, não apenas ele, a Missy, também foi detida pelo mesmo artificio.

— Que golpe baixo. - Diz a Missy, observando a barreira ao seu redor. – Por sorte trouxe uma coisinha.

Ela, clicava no manipulador de vórtex, mas, que nenhuma escapatória lhe concedia:

— Ah, de novo não!

— Conhecemos os seus truques, Missy, já vimos isso antes. Sinto muito, queridinha. - Riu Kate. – Você se diz uma vilã clássica, mas agora eu entendi, quer dizer antiquada mesmo. - Gargalhou.

— O Arquivo Negro. Todas aquelas tecnologias, não me surpreendo. - Disse o Doutor, vestindo o óculos sônico.

— Você também, Doutor, nada de óculos ou chaves sônicas agora. - O óculos, nenhum resultado conseguia.

— Todo este esforço, apenas por esta arma estupida! - Berra o Senhor do Tempo. – Pessoas morreram por causa disto.

— Eu sei. - Diz convicta. – Mas, muitas mais pessoas viverão graças as nossas causas.

— Como poderia?

— Porque para nós só há derramamentos de sangue caso necessário, com os nossos objetivos realizados, nada precisará mais ser assim.

— E quais são os seus objetivos? - Indaga a Missy. – Se querem a Roda de Fogo, então querem construir coisas com ela. Quais tipos de coisas?

— Nosso império, aquele que a sua maldita Guerra do Tempo destruiu. Reconstruiremos ele! - Tomou um tom distante. – Ficamos arrasadas, perdemos tudo o que tínhamos, mas não somente nós, centenas de outros também.

— Sentimos muito. - Lamentou o Doutor.

— Não, Senhores do Tempo, vocês não sentem, não sentem nada! Para vocês, somos como a poeira da estrada, ou como a fuligem de uma chaminé. Somos insignificantes, assim como os humanos.

— Então por que maltratam eles? - Questionou a Mestra.

— Não é maltratar, é usar. Toda espécie quer sobreviver, e eles fariam o mesmo se estivessem em nossas posições, não fariam? - E o Doutor e a Missy, se recusam a responder. – Sim, vocês sabem, eles fariam.

— Mas o custo entre o “querer e fazer” aqui é muito alto! - Diz o Doutor. – Você com a Roda terá exércitos, naves e influencia, mas mesmo assim, ainda não terá algo do qual tanto deseja.

— E o que seria?

— Um lar.

Kate desvia o se olhar. O Senhor do Tempo insiste:

— Podem ter mil coisas diferentes, mas nunca terá um planeta bom para chamar de lar, nunca! A vida... É complicada, e bela, e difícil! Sabe quantos bilhões de cálculos diferentes você precisaria ao mesmo tempo para calcular a exata quantidade de matéria e energia necessária para produzir o exato planeta exuberante e sonhado, cheio de vida e detalhes? - Kate não soube responder. O Doutor conclui. – Infinitos. Este é um dom do universo, desista da sua “causa”.

— Eu não posso! E eu não irei! - Insistiu a loira. - A Terra será a nossa casa.

— Ela já tem dono.

— Mas eles não sabem zela-la! Nós poderemos fazer deste mundo um paraíso, e um verdadeiro império entre as estrelas!

— E os humanos? - Indagou a Mestra. – Escravos? Bichos de estimação? Ou comida enlatada?

— Chantagem. Se importam tanto com eles, que acho que darão uma ótima moeda de troca.

— Não seja estupida! - Disse a Missy. – Do que lhe adiantará a chantagem? Não escutou o que o Doutor disse? Trabalhar com exatidão com a Roda é quase impossível!

— É, mas quem sabe eu facilite as coisas. Dois Senhores do Tempo e duas TARDIS, o que você acha? Tenho as melhores calculadoras do universo bem na minha frente!

Sim, duas mentes brilhantes, e duas naves brilhantes, era isto que os Zygons tinham agora, onde os dois últimos Senhores do Tempo, apenas, se entreolharam impotentes.

— Eu mereço isso, não é? - Indagou a Mestra, fitando o conterrâneo. – Morrer e viver pelos humanos.

O Doutor, sorriu de canto, mas um sorriso, tão sincero e belo quanto as causas que já lutou. O Doutor e a Missy, antigos amigos, que correram tão longe quanto qualquer outro, por todo o tempo e espaço, e por entre a esperança e a desolação, porém, com um objetivo em comum, se encontrarem algum dia, e apenas, admirar as estrelas. Já fizeram isso várias vezes, porém, nem todas de maneiras amistosos, o que para variar, pôs um sempre contra o outro. Mas hoje, um estava ao lado do outro, em uma batalha onde amigos e inimigos não haviam mais distinções.

— Está errada, Missy, não merece morrer por eles. - Nega o Doutor.

— Não?

— Morra outro dia, não quero que morra.

— E se eu regenerar, vai se conformar?

— Nunca!

A Missy, sorri gentil.

— Terminaram? - Questiona Kate, entediada. – Pois é exatamente isto que vocês terão por toda as suas eternidades, viver e morrer pelo bem dos fracos.

Antes que o Doutor e a Missy continuassem a discussão, eles notam o clima de tensão transmitido pelo monitor, pois na discussão dos governantes do mundo, desagradáveis conversas continuavam a prosseguir.

— Agora entendo - Diz a Mestra, fitando a discussão. – Sabe que eles não acreditariam em uma simples historinha de leilão do mundo. Então, os-reúne, e forja a sua falsa chegada.

— E irão acreditar. - Certificou Kate.

— Mas não aceitar. - Colocou o Doutor. – Pare antes que seja tarde. Não precisa ser assim, sabe que eles não irão simplesmente aceitar um dominador. Guerra e sangue estarão a caminho!

— Mas apenas assim nos aceitariam! Não é com diálogos, não é com bondade, nunca será, e nunca foi para ninguém grandioso na história! Violência, Doutor, é apenas esta a ferramenta necessária para se domar os homens.

— Não! Por favor, Kate... Não faça isso.

— Hum, hoje não realmente, mas amanhã... Uma nova era se acenderá para a história desta terra.

Os olhos de Kate, brilhavam, cheios de malicia e ambições, e os do Doutor e Missy, decepção e apreensão. E os de Clara, uma enorme satisfação, por ter conseguido montar a Roda.

— Consegui. - Disse satisfeita. – Finalmente, eu consegui, senhora.

— Ótimo, agora parta para a sala de testes. É lá, Doutor, é lá onde teremos por completo a certeza de nossa vitória.

— Certo. - Concordou o Doutor. – Mas antes, preciso questionar algo a minha amiga.

— Sim, querido, o que é? - Quis saber a Mestra.

— Estou falando da Clara!

— Ela?! Ela é a vilã agora!

— Então seja rápido, Doutor. - Avisou Clara, de nariz empinado.

— Diga a verdade, sendo minha amiga ou inimiga. Você é a Clara?

— Eu já lhe disse, ela está morta.

— Sim, mas a Clara é uma mentirosa, e os Zygons são mentirosos. Diga a verdade para mim, se me amar ou odiar como amigo ou inimigo, pelo menos uma vez... Você é a Clara?

E a mulher, fitou o chão, parecia, tentar não encarar o Senhor do Tempo:

— Sinto muito, mas a Clara morreu.

— Então terá coragem de admitir isso, e assumir o posto de meu maior inimigo?! - O maior dos ódios, se estampava na face do homem. – Saiba, você é o meu maior inimigo agora.

E a inimiga, desvia o seu olhar:

— Não há problema em ter você como inimigo. Ouvindo tudo o que eu ouvi você dizer... Sei que você é um homem bom. E homens bons tem muitas regras.

— Homens bons não precisam de regras, e tomara que hoje ou amanhã não seja o dia para descobrirem porque eu precise de tantas.

A resposta do Doutor, foi curta e grossa, e aquilo, havia mexido com a inimiga. Ela respirava diferente, e o-encarava como se não esperasse aquilo. Mas, antes que o Doutor continuasse, um gás era expelido pelo teto dos vórtex de contenções, e ele e a Mestra, tossiam, e se esforçavam para se manterem em pé.

— O que você fez? - O Doutor, caía de joelhos, tampando a boca.

— Ah, não aguentava mais te ouvir tagarelando. - Disse Kate, pondo um tablet sobre uma mesa.

— Posso ir, senhora? - Questionou Clara.

— Sim, pode. E estes. - Encarava aos Senhores do Tempo, desacordados. – Estes, em breve estarão do nosso lado. Chame alguns homens para leva-los à sala de canalização mental também.

Clara, se retirou da sala, carregando consigo a já finalizada Roda de Fogo. E Kate, seguiu para a janela, fitando sorridente aos céus azuis e ensolarados, e já imaginando a sua falsa chegada, e início de seu triunfo.

***

Clara, partia apressada, pelos longos, escuros, e frios corredores, rumo ao laboratório, e as câmeras, seguiam os seus passos. Mas, a-surpreendendo, uma voz a-ordenava algo agora, e ela, então encarava as trevas dos cantos da parede, e das salas de portas abertas:

— Parada aí.

E Clara, então se vira conforme a direção da voz, mas, ninguém consegue encontrar olhando envolta.

— Eu vim lhe buscar, Clara. - Continuou a voz.

— Onde está você?

— Aqui.

— Onde?! - Se virou depressa para trás.

— Aí não, idiota. É aqui em baixo!

Clara, então olha para baixo, onde, um Graske estava ali. Mas, antes que reagisse ao indivíduo, ele com alguma espécie de sonífero em spray, assopra o conteúdo na face dela. Onde assim, ela perdia instantaneamente aos poucos o seu equilíbrio, e os seus demais sentidos.

— Ah. - Se segurava nas paredes. – Por que fez isso?!

— Bom, você é a vilã agora!

— Mas você não entende... Eu estou em uma missão, uma missão muito importante. Você não pode... Você não pode me parar!

Cai inerte, completamente sem vigores.

— Ah, ninguém me avisou!

O Graske, assopra o cano da arma, tipicamente orgulhoso. Mas, para lhe tirar o pequeno momento de satisfação, o alerta vermelho começa soar, e logo, homens da UNIT estariam ali. Então, o Graske se apressa, se esforçando com os seus pequenos braços, para arrastar a mulher.

— Ah! Esqueceram de avisar que ela é pesada também.