NEVADA/ EUA/ ALGUM LUGAR NO DESERTO

E ali, neste cenário árido e estarrecido pelo sol forte, corria apressada e já cansada, uma mulher, já madura e de cabelos presos. Mas, apesar da correria, usava um longo vestido, porém, que nada a atrapalhava. Fugia ela, de quatro homens armados e bem vestidos, porém, que também muito cansados já estavam.

— Para! - Gritavam disparando para cima, tentando assusta-la. – Entregue-se logo!

— Me entregar?! Vocês não fazem o meu tipo! - Respondeu, continuando a correr.

— Tudo bem, então! - Os homens, sopravam ofegantes, e ali, davam uma pausa.

— Ah, não! Estava tão divertido. Por que pararam de me perseguir?! Já se cansaram? Esta foi apenas a minha décima quinta fuga! - Parou, reclamando com as mãos na cintura.

— Não precisamos nos preocupar mais com você.

— Como não?! Isso é um insulto!

— É que você tinha razão... Você é perigosa.

A mulher, sopra-lha um beijo. O homem esclarece:

— E chamamos reforços.

— E é assim que tenta me galantear?! Trapaceiro! Mas tchau, então. E até a próxima!

Assim, se virava para correr novamente, mas, neste momento, a sorte com certeza não estava ao seu lado, os reforços haviam chegado! E imediatamente, ela era cercada por dois carros negros, trazendo ainda mais homens armados. E olhando para cima, um helicóptero a-encarava, planando em sua frente, e com um atirador já em sua mira. A mulher comenta:

— Ops... Está sendo um dia muito divertido, mas, não acho que seja um dia de sorte. É sempre assim!

— Para o chão! E mãos para cima!

E a sujeita, cumpria a ordem, e os homens, cercavam ela.

— Quantas armas! - Ela olhava envolta. – Isso é algum país conservador? Ou isso tudo é medo? Estou me sentindo elogiada.

— Cale a boca.

— Ah, você é um dos estressados... Tudo bem, mas cuidado para isso não acabar intensificando a sua calvície, ainda tem um belo penteado.

— Você estava presa, e estava bem. Mas fugiu muitas vezes, e nos sabotou, e nos deu muito prejuízo e trabalho. -

A mulher, revirava os olhos. O homem prossegue:

— Recebemos ordens oficiais para eliminar você, caso continuasse negando a colaboração.

— É... Esse não é o meu dia de sorte! Mas... Ainda tenho direito de fazer uma ligação, não tenho?

O homem, apenas suspira impaciente. A sujeita completa:

— Pois acho que não poderei mais colaborar.

***

INGLATERRA/ LONDRES/ ESCOLA COAL HILL

— É, foi exatamente assim, mas não contem para ninguém! - Clara dava aulas, e todas as crianças, a-ouviam atentas. – Atlântida na verdade não submergiu como todos pensam, ela apenas está escondida...

— Escondida, senhorita Oswald?

— Sim! Está na Antártida, mas ninguém poderá encontra-la enquanto estiver toda coberta pelo gelo.

— A senhorita tem certeza de que não viu isso naquele filme que passou ontem?

— Não! Aquele filme não foi baseado em uma história real.

— E a sua foi?

— É claro que sim! Quando eu menti? Não respondam!

— Você não mente. - Responde um garoto de óculos, com um tom de voz e olhar assustador. – Os escondidos serão revelados, e o novo dono herdará a casa.

— Martin, você está bem? - Pergunta Clara, assustada. – Você me pareceu meio...

E o garoto, nada responde, e Clara, apenas permanecia o-encarando apreensiva, porém... Ela também era interrompida, pois, um estranho e familiar som rangente se manifestava na sala de aula, bem em frente a lousa. E assim, uma cabine azul estava ali, diante da presença de todos, e Clara, apenas olhava boquiaberta para os alunos, e eles para a caixa.

— Ah... - Encaravam Clara em busca de respostas. – Olha crianças, está tudo certo, isto é só coisa da diretoria, ok?

— O que é coisa da diretoria? - Pergunta o Doutor, abrindo a porta.

— Coisas!

— Quais tipos de coisas? Está irritada? - O Doutor prestava atenção nas sobrancelhas dela.

— Claro que não! Por que será que eu estaria irritada?!

— Não sei, talvez outro dia inteiro atormentado por um bando de crianças irritantes.

— Ou talvez, porque você se materializou bem em minha sala de aula!

— E daí?

— E na frente das crianças.

— Das crianças?! - Colocou a cabeça para fora da porta. – Ouu... Bem, olá crianças.

— Olá... - Respondiam, estranhando a situação.

— Agora, para dentro. - Começou Clara, a empurrar o Doutor.

— Dentro? Já estou dentro.

— É, e precisamos ter uma conversa. - Assim Clara também entrava, mas, volta, para se despedir dos alunos. – E vocês... Estão todos dispensados. Porém, não se esqueçam de fazer o dever de casa! E se o diretor reclamar... Digam que isso está por conta dos superiores Chesterton e Wright.

Correria e gritos animados, foi isso o que houve após o aviso da professora. E na TARDIS, o Doutor já começava a manusear o console, e Clara, encosta-se nele de braços cruzados:

— Você ficou fora por um mês inteiro, sabia?

— Não, você ficou fora por um mês inteiro.

— Isso porque não sou eu quem tem a TARDIS, não sou eu quem pode estar em qualquer lugar e a qualquer hora.

— E o que tem isso?

— Você parece estar me abandonando aos poucos.

— Claro que não, por que eu faria isso? Somos melhores amigos.

— Então pare de sumir, pare de ser tão frio. E lembre-se sempre de que a Terra é um imã de catástrofes! Kate queria muito falar com você, sabia?

— Eu sei, e acabou fazendo com que a NASA usasse a sonda Kepler para me enviar uma mensagem!

— Sério?!

— E muito, me interrompeu em um duelo de guitarras no planeta 34. Parece que temos uma missão.

Puxou a alavanca. E a turbulência, começava a acontecer, e a dupla, se segurava um no outro, mas, não se incomodavam com o desconfortável balanço, apenas, sorriam felizes, por estarem juntos em mais uma aventura novamente.

***

UNIT/ SALA DE OPERAÇÕES

— Onde ele deve estar? - Kate, olhava para uma imagem em 3D de uma galáxia.

— Ele pode estar em qualquer lugar, senhora. - Responde, um argente operando um dos muitos computadores. – Quer que eu cheque novamente a resposta que a NASA recebeu?

— Muito bem, Alonso, faça isso.

— Certo. - Verificava as mensagens. – Eles receberam... “Cale a boca, eu sou o Doutor. Ninguém me diz o que fazer, e acabei ficando em terceiro lugar!”. Será que isto é mesmo sério?!

— Muito, ele e assim mesmo. Se tiver sorte, irá conhece-lo.

E o ranger da materialização, então pegava Kate de surpresa, o Doutor havia chegado. Logo, o Senhor do Tempo e a sua amiga saíam para fora da TARDIS.

— Kate Stuart. - Cumprimentou o Doutor.

— Muitíssimo obrigada por vir, senhor. - Kate, batia continências. – E olá também, Clara.

— Olá. - Correspondeu a acompanhante.

— Você me interrompeu em um duelo, onde eu iria ganhar um troféu quadridimensional. - Acusou o extraterrestre. - Precisava mesmo me mandar um monte de mensagens pelo Kepler?!

— E o que eu faria? Você não atendia nenhuma das minhas ligações. - Responde Kate. - Foram mil ligações!

— Literalmente?! - Impressionou-se Clara.

— Literalmente.

— Bom, lá não pegava o sinal da TARDIS! - Defendeu-se o Senhor do Tempo.

— Ok, então. E perdão pelo terceiro lugar.

— Perdoada.

— Mas é que acho que temos novos problemas para serem resolvidos.

— Ah, estive um mês fora, me conte uma novidade!

— Muito bem, então venha ver isto, são duas novidades, Doutor. Duas coisas intrigantes. - Kate, se dirigia para um computador.

— Coisas intrigantes? Clara, por que isso me atrai? - Se aproximam de um monitor.

— Te atrai porque problemas geram problemas, e você é o especialista neles. - Esclareceu a professora. - Mesmo sendo o zelador do universo, ainda é um belo arruaceiro.

— Você não era paga para me elogiar?!

— Não! E você nem é capaz de pagar a lanchonete.

O Doutor, bufou contrariado. Kate, amplia algumas imagens cósmicas:

— Vamos aos negócios. É esta uma das coisas intrigantes. - Estava ali, a representação artística de um planeta, mas, baseados dos dados astronômicos captados.

— É só um planeta. O que tem isso? - Pergunta o Doutor despreocupado.

— Não é só um planeta, Doutor. É um planeta emitindo altas rajadas luminosas e inúmeros sinais de rádio.

— Mas isto não é assunto para vocês, é? - Pergunta Clara. – Achei que casos fora da Terra eram para a Torchwood.

— Claro que não. E a parte interessante não é isto estar acontecendo, é isto estar totalmente direcionado para o planeta Terra. Como poderia estar direcionado, e como um planeta poderia emitir isso? Apenas estrelas são capazes.

— Certo, eu não estou entendendo nada!

— Não se preocupe, Clara, é normal para humanos. - Confortou o Doutor. - Mas já sei o que é, estão apenas enganados, deve ser tudo um simples Quasar.

— Não é um Quasar. - Insiste Kate.

— E o que é um Quasar? - Não sabia, a professora.

— Um corpo celeste imensamente energético com um núcleo galáctico ativo, porém, maior do que uma estrela. Resumindo. - Resume o Doutor.

— Certo, entendi agora.

— Mesmo?

— Não.

— Mas como eu disse, Doutor. - Continua Kate. - Isto está sendo direcionado completamente para o nosso mundo. E está sendo causado por um planeta, um objeto sem luz própria!

— Correto, e isto está começando a me irritar.

— Mas tudo é muito simples. - Diz Clara. – Se isto vem de um planeta então podemos ir até lá e descobrir, podemos usar a TARDIS.

— Não, não é só isso que tenho a mostrar a vocês. - Avisa Kate. - Há mais algo de intrigante para nós, mas, talvez vocês irão detestar.

E o Doutor e Clara, apenas trocam alguns olhares curiosos.

***

WILTSHIRE/ UMA PLANTAÇÃO DE TRIGO QUALQUER

E em uma plantação de trigo em Wiltshire, um condado no sudeste da Inglaterra, a cabine azul, chegava agora, onde várias tropas da UNIT já se mantinham de guarda.

— Eu nunca vim em Wiltshire! - Diz Clara, empolgada. – Como deve ser?

— Não muito empolgante, um tédio talvez. - O Doutor e todos, acabavam de sair.

— E tem agro-grifos aqui? Isso não é um tédio, é muito legal. Você nunca me levou para ver um círculo desses antes.

— Porque são só um bando de bobagens. Adolescentes fantasiados e bêbados, querendo impressionar os tolos. Nós também fazíamos isso no gramado da academia! - Vestia o óculos sônico.

— Mas estes com certeza são autênticos, Doutor. - Diz Kate. – Eles não estão só aqui na Inglaterra.

— Porque se espalham fácil, são como Fake News e a internet, as pessoas gostam de se enganar.

— Sim, correto. Mas... Eles estão no mundo todo. Todas as plantações possuem exatamente o mesmo círculo, exatamente a mesma marca, e a cada dia uma nova vinha surgindo. Isso parou apenas na semana passada. Foram três semanas ao todo.

— Todas as plantações?! - Questiona Clara. – Mas como poderiam? E cada dia uma nova marca simplesmente aparecia?

— A cada dia. E esta que vemos em nossa frente, sexta passada.

E não querendo ouvir aquilo, ia o Doutor analisar as marcas, com o óculos sônico, mesmo, estando muito descrente.

— Mas quais ligações poderiam ter umas com as outras? - Questionava Clara, andando de um lado para o outro. – Vocês já trouxeram algum especialista para analisar elas de perto?

— Ora, trouxemos o Doutor! E temos sim alguns padrões similares.

— Quais?

— Tamanho, localizações planas, e localizações afastadas ou próximas do meio urbano. E o principal, é que todas possuem o mesmo formato, e o mais curioso é isso.

— Talvez sejam...

Kate, esperava atenta pela teoria de Clara. Clara continua:

— Como exatamente aquelas coisas que vemos nos filmes, talvez sejam códigos ou avisos, ou... Ou a plantação seja como uma placa, um cartaz, para a impressão do círculo... E se todos eles possuem o mesmo formato, então todos eles devem ter o mesmo significado.

— Todos com um só significado?! Qual o sentido?

— Bem... Elas de repente começaram e depois de um tempo pararam. E todas de uma só forma, sabe o que isto parece?

— Adoraria saber.

— Parecem com números. - E assim, arregalavam os olhos, imaginando já o que isto significaria. – Será que... Mas acho que não. Doutor? - Chamou. – Você acha que se as marcas forem mesmo números elas poderiam representar alguma contagem?

Se virou o Doutor para as humanas, soltando um punhado de terra entre uma de suas mãos:

— Esta terra sofreu sérias alterações em sua composição. Acho que não será mais tão fértil na próxima plantagem.

— Mas você ouviu o que eu disse?

— Sim, bela teoria. Mas é completamente improvável que esteja correta.

Clara, cruza os braços indignada. O Doutor prossegue:

— Sinto muito, mas se fosse mesmo uma contagem e todos os círculos pararam de aparecer há uma semana atrás... Então, algo aconteceria após isto. O que aconteceu nesta semana? Suponho que tenha sido bem chata.

— Bem, o de sempre. - Pensava Kate. – Escândalos políticos, desastres naturais... Multas de transito.

— Tudo certo então, é este mesmo o planeta Terra.

— E você queria uma invasão alienígena?

— Não, mas algo impressionante é sempre bem vindo, não?

– E temos um aqui. - Diz Clara. – Se a minha teoria estava errada, então o que isso tudo pode significar a você?

— Primeiro, preciso de imagens de todos os círculos e plantações, todos.

— Temos isso. - Avisa Kate. – Alonso arquivou a imagem de cada um deles.

— Ótimo, promova o Alonso. E segundo, precisarei do programa de decodificação algoritmia da TARDIS, irei instala-lo em seus computadores.

— E eles irão suporta-lo?

— Sou o presidente do mundo, podemos conseguir alguns melhores então! E sou o melhor amigo da May.

— Não foi ela quem te expulsou daquela festa? - Lembrou Clara.

— Pois é, foi. Fui defender os imigrantes. Eu também sou estrangeiro.

***

UNIT/ SALA DE OPERAÇÕES

E já instalado o programa de decodificação, nos computadores da UNIT, começava agora, o programa de decodificação dos círculos, mas, que levaria um certo tempo para se concluir, já, que haviam quilômetros e mais quilômetros de imagem via-satélite das plantações. Contudo, de minuto em minuto, o processo ia se completando, cada vez mais.

— Eu nem consigo acreditar! - Diz Alonso, entusiasmado. – Há um programa da sua máquina do tempo em nossos computadores terráqueos primitivos!

— Sim, e de fato são muito primitivos, porém não se sinta tão humilhado. - Pede o Doutor.

— Não vou me sentir!

— Alonso... Isso me lembra alguém. Talvez você me lembre Alonso, Alonso.

— Sim, mas eu já sou Alonso.

— É, e isto me dá vontade de dizer algo agora.

— O quê?

— Nada.

Enquanto o Doutor e Alonso discutiam entre si, Clara, se distraía, olhando um quadro na parede, um quadro sobre alguém muito importante para Kate.

— Nas viagens no tempo você já o-conheceu? - Pergunta Kate, vindo até Clara.

— Não. Quer dizer... Não que eu me lembre. Mas talvez, teve uma vez onde todos os amigos do Doutor foram sequestrados, e com certeza ele devia estar lá. E eu também estava.

— Meu pai, Brigadeiro Alistair Gordon Lethbridge-Stewart. Ele nunca chegou a viajar como Doutor assim como você, mas eles eram grandes amigos.

— Ainda são, onde quer que ele esteja... A amizade nunca morre. E é o seu dever agora ser o que ele foi.

— Eu me sinto muito orgulhosa.

— Acho que ele também sente. - Olhava para o Doutor.

— Isso é confortante.

— E o Alonso, é o seu novo assistente agora? Cadê a Osgood e a Bonnie?

— Em uma missão especial.

Em 94%, era o que já havia de concluído sobre todos os dados das imagens processadas, então, restando agora apenas 6% para o resultado, uma grande ansiedade se abatia na sala.

— Estamos quase lá! - Berra Alonso contente. – Pela primeira vez na história os seres humanos irão entender o que querem dizer os alienígenas!

E o Doutor apenas fechou a cara. O humano, sorri sem jeito:

— Desculpe, senhor.

— Tem um telefone tocando? - Pergunta Clara. – Doutor, acho que é o seu.

— É, tem mesmo. - Diz Kate. – Mas acho que ele não vai atender, acho que aqui não pega o sinal da TARDIS. Onde estava?

— Me disse que em um duelo de guitarras.

— Em Vegas, presumo.

— Não, melhor ainda, planeta 34.

— Silencio! Estou atendendo um número desconhecido, isto sim é o que eu chamo de intrigante. - Atendia o telefone. – Olá, espero que não seja um trote bobo. Eu sou o Doutor.

— Eu sei! - Responde a voz feminina, pelo telefone. – Olá, amiguinho.

— Amiguinho?! - As sobrancelhas, quase acabavam se tocando.

— Sim! Não somos amigos? Na última vez ainda éramos. O que aconteceu, é por causa da outra?! Eu sabia, e não mude de assunto!

— Quem está falando?!

— Mary Poppins, quem você acha? Sou a Missy! Embora eu ache que isto fosse algo meio obvio.

— Então é você quem está brincando de fogos de artifícios em um planeta distante e dando prejuízo às plantações? - Perguntou furioso.

— Claro que não! De onde você tirou isso?! Eu sou a vítima aqui, querido!

— Vou fingir que acredito. O que você quer?

— Gosta de mim, não é? Pois é, e estou em apuros... Venha me salvar.

— Se isto for verdade, coisa que eu não acredito... Saiba que isto não é problema meu. - Disse, simplesmente sério. – Você sempre me enganou, acha que é tão fácil agora acreditar nas suas palavras? Quer me jogar em outra armadilha?

E aquelas palavras, lançadas naquele tom e pela pessoa que era... Acabavam de corroer os últimos resquícios de sentimentos dos corações da Missy. Ela claramente esperaria que o Doutor fosse mesmo mais áspero quando se dirigisse a ela, mas, não falando daquele jeito, e duvidando completamente das suas palavras, afinal, o Doutor, o seu melhor amigo, era a última esperança que ela havia encontrado. Mas, que agora, havia perdido. Pois, também depois de tantas maldades que a Missy havia cometido em seu passado, o que o Doutor diria?

— Tem razão. - Responde a Missy, abatida. – Realmente isto não é problema seu, eu fui muito tola. Perdão. E não se preocupe, acho que nunca mais irei incomodar. - E assim, ela mesma encerrava a ligação.

— Ela desligou na minha cara!

— Quem desligou em sua cara? - Pergunta Kate.

— Uma... - Quem? Uma amiga? Talvez fosse esta a palavra que completaria a frase, mas, que martelando na consciência do Doutor fazia com que ele refletisse em muitas coisas. Pois ele nunca foi e nunca será o mesmo tipo de pessoa que o Mestre é. E assim, correu ele, imediatamente apressado para a TARDIS, e Clara e os outros, apenas se perguntavam o que estava havendo, vendo a imagem da cabine sumir em suas frentes. Pois, o Doutor nunca abandonaria um amigo, por mais detestável que fosse o seu tipo.

— Para onde ele foi? - Quis saber Clara.

— Íamos perguntar a você. - Responde Alonso.

— Pra mim?

— Viaja com ele!

— Prestem atenção! - Kate, apontava para os monitores. – Estamos em 99!

— E o Doutor tinha que sumir neste momento! - Murmura Clara.

— Mas vejam só... - Alonso estava embasbacado – Os dados estão se finalizando! Agora mesmo iremos descobrir o que significam todos aqueles agro-grifos.

— Eu só espero que não signifiquem algo de tão mal.

— Esperança, Clara. - Pediu Kate.

Mas, chegando agora em 100% o processo de decodificação, descobririam todos o que significariam os milhares de agro-grifos espalhados pelo mundo, porém, não seria aquela uma descoberta agradável, não seria nada agradável! E lá estava na tela, com todos os números recolhidos e entendidos. Os círculos nas plantações, significariam apenas uma coisa... “Leiloado, novo dono a caminho”.

— "Leiloado"?! - Pergunta Clara. – O que está leiloado?

— Se isto estiver certo com certeza não é o trigo ou o milho. - Responde Kate. – Alonso, veja isso novamente, isto é algo absurdo demais para ser verdade.

— Está certo, não há nada de incorreto em nenhum algoritmo ou nenhuma imagem! - Insistiu Alonso.

— Mas isto é loucura! E como assim "dono a caminho"? Não me digam que... - Kate começava a entender.

— Talvez sim. - Diz Clara, também já imaginando. – Talvez os círculos realmente tenham este significado, mas com todas as suas letras espalhadas pelo mundo... Me faz imaginar muito bem o que foi leiloado.

— Estão falando da Terra?! - Supos Alonso.

— Muito possivelmente. - Confirmou Kate. - Mas então, Clara, quem nos comprou, quem estaria vindo?

— Uma palavra muito familiar para nós, Kate... - Suspirou Clara. - Alienígenas.

O Doutor, partiu para uma situação, e o restante de seus acompanhantes, ficou em outra, porém, o que os dois problemas teriam em relação um com o outro? Talvez, tudo, ou talvez, nada, ou talvez... Isto não importe. Talvez, o que importe agora é apenas torcer para dar tudo certo, antes que tudo comesse a dar errado.