12 & Clara: A Roda De Fogo
Condenados
NEVADA/ EUA/ ALGUM LUGAR NO DESERTO
E ali, neste cenário árido e estarrecido pelo sol forte, corria apressada e já cansada, uma mulher, já madura e de cabelos presos. Mas, apesar da correria, usava um longo vestido, porém, que nada a atrapalhava. Fugia ela, de quatro homens armados e bem vestidos, porém, que também muito cansados já estavam.
— Para! - Gritavam disparando para cima, tentando assusta-la. – Entregue-se logo!
— Me entregar?! Vocês não fazem o meu tipo! - Respondeu, continuando a correr.
— Tudo bem, então! - Os homens, sopravam ofegantes, e ali, davam uma pausa.
— Ah, não! Estava tão divertido. Por que pararam de me perseguir?! Já se cansaram? Esta foi apenas a minha décima quinta fuga! - Parou, reclamando com as mãos na cintura.
— Não precisamos nos preocupar mais com você.
— Como não?! Isso é um insulto!
— É que você tinha razão... Você é perigosa.
A mulher, sopra-lha um beijo. O homem esclarece:
— E chamamos reforços.
— E é assim que tenta me galantear?! Trapaceiro! Mas tchau, então. E até a próxima!
Assim, se virava para correr novamente, mas, neste momento, a sorte com certeza não estava ao seu lado, os reforços haviam chegado! E imediatamente, ela era cercada por dois carros negros, trazendo ainda mais homens armados. E olhando para cima, um helicóptero a-encarava, planando em sua frente, e com um atirador já em sua mira. A mulher comenta:
— Ops... Está sendo um dia muito divertido, mas, não acho que seja um dia de sorte. É sempre assim!
— Para o chão! E mãos para cima!
E a sujeita, cumpria a ordem, e os homens, cercavam ela.
— Quantas armas! - Ela olhava envolta. – Isso é algum país conservador? Ou isso tudo é medo? Estou me sentindo elogiada.
— Cale a boca.
— Ah, você é um dos estressados... Tudo bem, mas cuidado para isso não acabar intensificando a sua calvície, ainda tem um belo penteado.
— Você estava presa, e estava bem. Mas fugiu muitas vezes, e nos sabotou, e nos deu muito prejuízo e trabalho. -
A mulher, revirava os olhos. O homem prossegue:
— Recebemos ordens oficiais para eliminar você, caso continuasse negando a colaboração.
— É... Esse não é o meu dia de sorte! Mas... Ainda tenho direito de fazer uma ligação, não tenho?
O homem, apenas suspira impaciente. A sujeita completa:
— Pois acho que não poderei mais colaborar.
***
INGLATERRA/ LONDRES/ ESCOLA COAL HILL
— É, foi exatamente assim, mas não contem para ninguém! - Clara dava aulas, e todas as crianças, a-ouviam atentas. – Atlântida na verdade não submergiu como todos pensam, ela apenas está escondida...
— Escondida, senhorita Oswald?
— Sim! Está na Antártida, mas ninguém poderá encontra-la enquanto estiver toda coberta pelo gelo.
— A senhorita tem certeza de que não viu isso naquele filme que passou ontem?
— Não! Aquele filme não foi baseado em uma história real.
— E a sua foi?
— É claro que sim! Quando eu menti? Não respondam!
— Você não mente. - Responde um garoto de óculos, com um tom de voz e olhar assustador. – Os escondidos serão revelados, e o novo dono herdará a casa.
— Martin, você está bem? - Pergunta Clara, assustada. – Você me pareceu meio...
E o garoto, nada responde, e Clara, apenas permanecia o-encarando apreensiva, porém... Ela também era interrompida, pois, um estranho e familiar som rangente se manifestava na sala de aula, bem em frente a lousa. E assim, uma cabine azul estava ali, diante da presença de todos, e Clara, apenas olhava boquiaberta para os alunos, e eles para a caixa.
— Ah... - Encaravam Clara em busca de respostas. – Olha crianças, está tudo certo, isto é só coisa da diretoria, ok?
— O que é coisa da diretoria? - Pergunta o Doutor, abrindo a porta.
— Coisas!
— Quais tipos de coisas? Está irritada? - O Doutor prestava atenção nas sobrancelhas dela.
— Claro que não! Por que será que eu estaria irritada?!
— Não sei, talvez outro dia inteiro atormentado por um bando de crianças irritantes.
— Ou talvez, porque você se materializou bem em minha sala de aula!
— E daí?
— E na frente das crianças.
— Das crianças?! - Colocou a cabeça para fora da porta. – Ouu... Bem, olá crianças.
— Olá... - Respondiam, estranhando a situação.
— Agora, para dentro. - Começou Clara, a empurrar o Doutor.
— Dentro? Já estou dentro.
— É, e precisamos ter uma conversa. - Assim Clara também entrava, mas, volta, para se despedir dos alunos. – E vocês... Estão todos dispensados. Porém, não se esqueçam de fazer o dever de casa! E se o diretor reclamar... Digam que isso está por conta dos superiores Chesterton e Wright.
Correria e gritos animados, foi isso o que houve após o aviso da professora. E na TARDIS, o Doutor já começava a manusear o console, e Clara, encosta-se nele de braços cruzados:
— Você ficou fora por um mês inteiro, sabia?
— Não, você ficou fora por um mês inteiro.
— Isso porque não sou eu quem tem a TARDIS, não sou eu quem pode estar em qualquer lugar e a qualquer hora.
— E o que tem isso?
— Você parece estar me abandonando aos poucos.
— Claro que não, por que eu faria isso? Somos melhores amigos.
— Então pare de sumir, pare de ser tão frio. E lembre-se sempre de que a Terra é um imã de catástrofes! Kate queria muito falar com você, sabia?
— Eu sei, e acabou fazendo com que a NASA usasse a sonda Kepler para me enviar uma mensagem!
— Sério?!
— E muito, me interrompeu em um duelo de guitarras no planeta 34. Parece que temos uma missão.
Puxou a alavanca. E a turbulência, começava a acontecer, e a dupla, se segurava um no outro, mas, não se incomodavam com o desconfortável balanço, apenas, sorriam felizes, por estarem juntos em mais uma aventura novamente.
***
UNIT/ SALA DE OPERAÇÕES
— Onde ele deve estar? - Kate, olhava para uma imagem em 3D de uma galáxia.
— Ele pode estar em qualquer lugar, senhora. - Responde, um argente operando um dos muitos computadores. – Quer que eu cheque novamente a resposta que a NASA recebeu?
— Muito bem, Alonso, faça isso.
— Certo. - Verificava as mensagens. – Eles receberam... “Cale a boca, eu sou o Doutor. Ninguém me diz o que fazer, e acabei ficando em terceiro lugar!”. Será que isto é mesmo sério?!
— Muito, ele e assim mesmo. Se tiver sorte, irá conhece-lo.
E o ranger da materialização, então pegava Kate de surpresa, o Doutor havia chegado. Logo, o Senhor do Tempo e a sua amiga saíam para fora da TARDIS.
— Kate Stuart. - Cumprimentou o Doutor.
— Muitíssimo obrigada por vir, senhor. - Kate, batia continências. – E olá também, Clara.
— Olá. - Correspondeu a acompanhante.
— Você me interrompeu em um duelo, onde eu iria ganhar um troféu quadridimensional. - Acusou o extraterrestre. - Precisava mesmo me mandar um monte de mensagens pelo Kepler?!
— E o que eu faria? Você não atendia nenhuma das minhas ligações. - Responde Kate. - Foram mil ligações!
— Literalmente?! - Impressionou-se Clara.
— Literalmente.
— Bom, lá não pegava o sinal da TARDIS! - Defendeu-se o Senhor do Tempo.
— Ok, então. E perdão pelo terceiro lugar.
— Perdoada.
— Mas é que acho que temos novos problemas para serem resolvidos.
— Ah, estive um mês fora, me conte uma novidade!
— Muito bem, então venha ver isto, são duas novidades, Doutor. Duas coisas intrigantes. - Kate, se dirigia para um computador.
— Coisas intrigantes? Clara, por que isso me atrai? - Se aproximam de um monitor.
— Te atrai porque problemas geram problemas, e você é o especialista neles. - Esclareceu a professora. - Mesmo sendo o zelador do universo, ainda é um belo arruaceiro.
— Você não era paga para me elogiar?!
— Não! E você nem é capaz de pagar a lanchonete.
O Doutor, bufou contrariado. Kate, amplia algumas imagens cósmicas:
— Vamos aos negócios. É esta uma das coisas intrigantes. - Estava ali, a representação artística de um planeta, mas, baseados dos dados astronômicos captados.
— É só um planeta. O que tem isso? - Pergunta o Doutor despreocupado.
— Não é só um planeta, Doutor. É um planeta emitindo altas rajadas luminosas e inúmeros sinais de rádio.
— Mas isto não é assunto para vocês, é? - Pergunta Clara. – Achei que casos fora da Terra eram para a Torchwood.
— Claro que não. E a parte interessante não é isto estar acontecendo, é isto estar totalmente direcionado para o planeta Terra. Como poderia estar direcionado, e como um planeta poderia emitir isso? Apenas estrelas são capazes.
— Certo, eu não estou entendendo nada!
— Não se preocupe, Clara, é normal para humanos. - Confortou o Doutor. - Mas já sei o que é, estão apenas enganados, deve ser tudo um simples Quasar.
— Não é um Quasar. - Insiste Kate.
— E o que é um Quasar? - Não sabia, a professora.
— Um corpo celeste imensamente energético com um núcleo galáctico ativo, porém, maior do que uma estrela. Resumindo. - Resume o Doutor.
— Certo, entendi agora.
— Mesmo?
— Não.
— Mas como eu disse, Doutor. - Continua Kate. - Isto está sendo direcionado completamente para o nosso mundo. E está sendo causado por um planeta, um objeto sem luz própria!
— Correto, e isto está começando a me irritar.
— Mas tudo é muito simples. - Diz Clara. – Se isto vem de um planeta então podemos ir até lá e descobrir, podemos usar a TARDIS.
— Não, não é só isso que tenho a mostrar a vocês. - Avisa Kate. - Há mais algo de intrigante para nós, mas, talvez vocês irão detestar.
E o Doutor e Clara, apenas trocam alguns olhares curiosos.
***
WILTSHIRE/ UMA PLANTAÇÃO DE TRIGO QUALQUER
E em uma plantação de trigo em Wiltshire, um condado no sudeste da Inglaterra, a cabine azul, chegava agora, onde várias tropas da UNIT já se mantinham de guarda.
— Eu nunca vim em Wiltshire! - Diz Clara, empolgada. – Como deve ser?
— Não muito empolgante, um tédio talvez. - O Doutor e todos, acabavam de sair.
— E tem agro-grifos aqui? Isso não é um tédio, é muito legal. Você nunca me levou para ver um círculo desses antes.
— Porque são só um bando de bobagens. Adolescentes fantasiados e bêbados, querendo impressionar os tolos. Nós também fazíamos isso no gramado da academia! - Vestia o óculos sônico.
— Mas estes com certeza são autênticos, Doutor. - Diz Kate. – Eles não estão só aqui na Inglaterra.
— Porque se espalham fácil, são como Fake News e a internet, as pessoas gostam de se enganar.
— Sim, correto. Mas... Eles estão no mundo todo. Todas as plantações possuem exatamente o mesmo círculo, exatamente a mesma marca, e a cada dia uma nova vinha surgindo. Isso parou apenas na semana passada. Foram três semanas ao todo.
— Todas as plantações?! - Questiona Clara. – Mas como poderiam? E cada dia uma nova marca simplesmente aparecia?
— A cada dia. E esta que vemos em nossa frente, sexta passada.
E não querendo ouvir aquilo, ia o Doutor analisar as marcas, com o óculos sônico, mesmo, estando muito descrente.
— Mas quais ligações poderiam ter umas com as outras? - Questionava Clara, andando de um lado para o outro. – Vocês já trouxeram algum especialista para analisar elas de perto?
— Ora, trouxemos o Doutor! E temos sim alguns padrões similares.
— Quais?
— Tamanho, localizações planas, e localizações afastadas ou próximas do meio urbano. E o principal, é que todas possuem o mesmo formato, e o mais curioso é isso.
— Talvez sejam...
Kate, esperava atenta pela teoria de Clara. Clara continua:
— Como exatamente aquelas coisas que vemos nos filmes, talvez sejam códigos ou avisos, ou... Ou a plantação seja como uma placa, um cartaz, para a impressão do círculo... E se todos eles possuem o mesmo formato, então todos eles devem ter o mesmo significado.
— Todos com um só significado?! Qual o sentido?
— Bem... Elas de repente começaram e depois de um tempo pararam. E todas de uma só forma, sabe o que isto parece?
— Adoraria saber.
— Parecem com números. - E assim, arregalavam os olhos, imaginando já o que isto significaria. – Será que... Mas acho que não. Doutor? - Chamou. – Você acha que se as marcas forem mesmo números elas poderiam representar alguma contagem?
Se virou o Doutor para as humanas, soltando um punhado de terra entre uma de suas mãos:
— Esta terra sofreu sérias alterações em sua composição. Acho que não será mais tão fértil na próxima plantagem.
— Mas você ouviu o que eu disse?
— Sim, bela teoria. Mas é completamente improvável que esteja correta.
Clara, cruza os braços indignada. O Doutor prossegue:
— Sinto muito, mas se fosse mesmo uma contagem e todos os círculos pararam de aparecer há uma semana atrás... Então, algo aconteceria após isto. O que aconteceu nesta semana? Suponho que tenha sido bem chata.
— Bem, o de sempre. - Pensava Kate. – Escândalos políticos, desastres naturais... Multas de transito.
— Tudo certo então, é este mesmo o planeta Terra.
— E você queria uma invasão alienígena?
— Não, mas algo impressionante é sempre bem vindo, não?
– E temos um aqui. - Diz Clara. – Se a minha teoria estava errada, então o que isso tudo pode significar a você?
— Primeiro, preciso de imagens de todos os círculos e plantações, todos.
— Temos isso. - Avisa Kate. – Alonso arquivou a imagem de cada um deles.
— Ótimo, promova o Alonso. E segundo, precisarei do programa de decodificação algoritmia da TARDIS, irei instala-lo em seus computadores.
— E eles irão suporta-lo?
— Sou o presidente do mundo, podemos conseguir alguns melhores então! E sou o melhor amigo da May.
— Não foi ela quem te expulsou daquela festa? - Lembrou Clara.
— Pois é, foi. Fui defender os imigrantes. Eu também sou estrangeiro.
***
UNIT/ SALA DE OPERAÇÕES
E já instalado o programa de decodificação, nos computadores da UNIT, começava agora, o programa de decodificação dos círculos, mas, que levaria um certo tempo para se concluir, já, que haviam quilômetros e mais quilômetros de imagem via-satélite das plantações. Contudo, de minuto em minuto, o processo ia se completando, cada vez mais.
— Eu nem consigo acreditar! - Diz Alonso, entusiasmado. – Há um programa da sua máquina do tempo em nossos computadores terráqueos primitivos!
— Sim, e de fato são muito primitivos, porém não se sinta tão humilhado. - Pede o Doutor.
— Não vou me sentir!
— Alonso... Isso me lembra alguém. Talvez você me lembre Alonso, Alonso.
— Sim, mas eu já sou Alonso.
— É, e isto me dá vontade de dizer algo agora.
— O quê?
— Nada.
Enquanto o Doutor e Alonso discutiam entre si, Clara, se distraía, olhando um quadro na parede, um quadro sobre alguém muito importante para Kate.
— Nas viagens no tempo você já o-conheceu? - Pergunta Kate, vindo até Clara.
— Não. Quer dizer... Não que eu me lembre. Mas talvez, teve uma vez onde todos os amigos do Doutor foram sequestrados, e com certeza ele devia estar lá. E eu também estava.
— Meu pai, Brigadeiro Alistair Gordon Lethbridge-Stewart. Ele nunca chegou a viajar como Doutor assim como você, mas eles eram grandes amigos.
— Ainda são, onde quer que ele esteja... A amizade nunca morre. E é o seu dever agora ser o que ele foi.
— Eu me sinto muito orgulhosa.
— Acho que ele também sente. - Olhava para o Doutor.
— Isso é confortante.
— E o Alonso, é o seu novo assistente agora? Cadê a Osgood e a Bonnie?
— Em uma missão especial.
Em 94%, era o que já havia de concluído sobre todos os dados das imagens processadas, então, restando agora apenas 6% para o resultado, uma grande ansiedade se abatia na sala.
— Estamos quase lá! - Berra Alonso contente. – Pela primeira vez na história os seres humanos irão entender o que querem dizer os alienígenas!
E o Doutor apenas fechou a cara. O humano, sorri sem jeito:
— Desculpe, senhor.
— Tem um telefone tocando? - Pergunta Clara. – Doutor, acho que é o seu.
— É, tem mesmo. - Diz Kate. – Mas acho que ele não vai atender, acho que aqui não pega o sinal da TARDIS. Onde estava?
— Me disse que em um duelo de guitarras.
— Em Vegas, presumo.
— Não, melhor ainda, planeta 34.
— Silencio! Estou atendendo um número desconhecido, isto sim é o que eu chamo de intrigante. - Atendia o telefone. – Olá, espero que não seja um trote bobo. Eu sou o Doutor.
— Eu sei! - Responde a voz feminina, pelo telefone. – Olá, amiguinho.
— Amiguinho?! - As sobrancelhas, quase acabavam se tocando.
— Sim! Não somos amigos? Na última vez ainda éramos. O que aconteceu, é por causa da outra?! Eu sabia, e não mude de assunto!
— Quem está falando?!
— Mary Poppins, quem você acha? Sou a Missy! Embora eu ache que isto fosse algo meio obvio.
— Então é você quem está brincando de fogos de artifícios em um planeta distante e dando prejuízo às plantações? - Perguntou furioso.
— Claro que não! De onde você tirou isso?! Eu sou a vítima aqui, querido!
— Vou fingir que acredito. O que você quer?
— Gosta de mim, não é? Pois é, e estou em apuros... Venha me salvar.
— Se isto for verdade, coisa que eu não acredito... Saiba que isto não é problema meu. - Disse, simplesmente sério. – Você sempre me enganou, acha que é tão fácil agora acreditar nas suas palavras? Quer me jogar em outra armadilha?
E aquelas palavras, lançadas naquele tom e pela pessoa que era... Acabavam de corroer os últimos resquícios de sentimentos dos corações da Missy. Ela claramente esperaria que o Doutor fosse mesmo mais áspero quando se dirigisse a ela, mas, não falando daquele jeito, e duvidando completamente das suas palavras, afinal, o Doutor, o seu melhor amigo, era a última esperança que ela havia encontrado. Mas, que agora, havia perdido. Pois, também depois de tantas maldades que a Missy havia cometido em seu passado, o que o Doutor diria?
— Tem razão. - Responde a Missy, abatida. – Realmente isto não é problema seu, eu fui muito tola. Perdão. E não se preocupe, acho que nunca mais irei incomodar. - E assim, ela mesma encerrava a ligação.
— Ela desligou na minha cara!
— Quem desligou em sua cara? - Pergunta Kate.
— Uma... - Quem? Uma amiga? Talvez fosse esta a palavra que completaria a frase, mas, que martelando na consciência do Doutor fazia com que ele refletisse em muitas coisas. Pois ele nunca foi e nunca será o mesmo tipo de pessoa que o Mestre é. E assim, correu ele, imediatamente apressado para a TARDIS, e Clara e os outros, apenas se perguntavam o que estava havendo, vendo a imagem da cabine sumir em suas frentes. Pois, o Doutor nunca abandonaria um amigo, por mais detestável que fosse o seu tipo.
— Para onde ele foi? - Quis saber Clara.
— Íamos perguntar a você. - Responde Alonso.
— Pra mim?
— Viaja com ele!
— Prestem atenção! - Kate, apontava para os monitores. – Estamos em 99!
— E o Doutor tinha que sumir neste momento! - Murmura Clara.
— Mas vejam só... - Alonso estava embasbacado – Os dados estão se finalizando! Agora mesmo iremos descobrir o que significam todos aqueles agro-grifos.
— Eu só espero que não signifiquem algo de tão mal.
— Esperança, Clara. - Pediu Kate.
Mas, chegando agora em 100% o processo de decodificação, descobririam todos o que significariam os milhares de agro-grifos espalhados pelo mundo, porém, não seria aquela uma descoberta agradável, não seria nada agradável! E lá estava na tela, com todos os números recolhidos e entendidos. Os círculos nas plantações, significariam apenas uma coisa... “Leiloado, novo dono a caminho”.
— "Leiloado"?! - Pergunta Clara. – O que está leiloado?
— Se isto estiver certo com certeza não é o trigo ou o milho. - Responde Kate. – Alonso, veja isso novamente, isto é algo absurdo demais para ser verdade.
— Está certo, não há nada de incorreto em nenhum algoritmo ou nenhuma imagem! - Insistiu Alonso.
— Mas isto é loucura! E como assim "dono a caminho"? Não me digam que... - Kate começava a entender.
— Talvez sim. - Diz Clara, também já imaginando. – Talvez os círculos realmente tenham este significado, mas com todas as suas letras espalhadas pelo mundo... Me faz imaginar muito bem o que foi leiloado.
— Estão falando da Terra?! - Supos Alonso.
— Muito possivelmente. - Confirmou Kate. - Mas então, Clara, quem nos comprou, quem estaria vindo?
— Uma palavra muito familiar para nós, Kate... - Suspirou Clara. - Alienígenas.
O Doutor, partiu para uma situação, e o restante de seus acompanhantes, ficou em outra, porém, o que os dois problemas teriam em relação um com o outro? Talvez, tudo, ou talvez, nada, ou talvez... Isto não importe. Talvez, o que importe agora é apenas torcer para dar tudo certo, antes que tudo comesse a dar errado.
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