Digimon Masters Overclock

Capítulo 4: A Piada Mortal


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Capítulo 4: A Piada Mortal

Mattheus estava com os olhos estatelados, quando soltou Pettico do colo que rapidamente foi na direção do seu parceiro digimon para brincar.

A chuva que segundos atrás era capaz de ensopar qualquer um que se atrevesse a atravessar a rua, agora se esvaia tão repentinamente quanto havia começado. Até mesmo os raios de sol já eram vistos ao longe, atravessando as montanhas.

Pettico, seu cãozinho, lambia e latia contente em volta de Moonemon, o pequeno digimon que aparecera, até o rapaz se aproximar cautelosamente da criatura.

— Você é mesmo um digimon? _ Felipe ainda não acreditava.

— Sim, eu sou. Eu me chamo Moonemon e vim para te proteger.

— Proteger? Do Thunderbirmon?

— Sim, dele e dos outros. _ Respondia a foca.

— * Outros? _ Pensava o menino consigo mesmo.

Mattheus havia tido uma conversa com um digimon de verdade. Como aquilo era possível? Ele havia concluído que estava enlouquecendo ou que estava com febre alta, devido à chuva.

— Vamos Pettico, temos que voltar pra casa. Minha mãe deve estar preocupada.

Esperando que ninguém mais visse seu digimon, o rapaz pediu para que Moonemon ficasse na fábrica abandonada e que não saísse de lá até que ele voltasse.
...

— Você trouxe o Pettico? _ Perguntava sua mãe curiosa.

— Sim mãe, eu trouxe.

— Porque demorou tanto? _ Fazia-lhe outra pergunta.

— Ele tinha fugido pras ruas. Acho que ele tá muito magrinho e conseguiu atravessar as grades do portão.

— Você tem que ficar de olho no pote de ração dele. Ele ainda é um bebezinho. Não pode ficar sem comida.

— Tudo bem mamãe, pode deixar que eu vou cuidar melhor dele, tá?

— Espero que sim, porque senão, nós vamos ter que devolvê-lo para a adoção. _ Ela avisava.

— Tudo bem... Sabe se a luz já voltou? _ O menino indagava, antes de subir as escadas para o seu quarto.

— Já sim, mas a internet ainda não está funcionando. Nem adianta tentar.

— Não é nada disso mãe. Agora que a chuva passou, eu vou tomar um banho e depois ir na casa de um amigo da escola. Ok? _ Pedia Felipe.

— Pode ir, mas antes já toma um comprimido de vitamina C, antes que você pegue um resfriado depois de sair nessa tempestade.

— Pode deixar!
...

Enquanto tomava seu banho, Felipe pensava nas coisas que Moonemon havia lhe contado antes de deixá-lo no prédio...

— Nós somos os Guardiões Sagrados, e fomos enviados aqui para proteger este mundo do exército dos digimaus.

— Guardiões Sagrados? Exército dos digimaus? _ Felipe não havia entendido nada.

— Sim. Lokimon enviou digimons malignos para este mundo, para que o ajudasse a encontrar a Chave Digital, uma ferramenta que ele planeja usar para destruir todos os digiescolhidos, que são os únicos que podem impedir o seu plano terrível.

— Digiescolhidos? Plano terrível? Eu continuo sem entender nada do que você está falando!

— Quando o digimundo e o mundo humano estão em perigo, crianças humanas são escolhidas para protegê-los das trevas. _ Moonemon explicava.

— Então Thunderbirmon fazia parte desse exército de digimons malvados?

— Sim, fazia. Mas ainda existem outros por ai e logo logo eles devem ir atrás dos seus amigos.

— Meus amigos?!!! _ Mattheus se lembrara de Lohan e de Jhessica.

Saindo do banho às pressas, o garoto estava preocupado. Se aquilo havia acontecido com ele, talvez os outros jogadores da Overclock também estivessem em perigo.
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Há alguns quarteirões de onde morava, ele chegava na casa de Daniel, um de seus melhores amigos da escola. Seu propósito era apenas perguntar ao amigo se ele sabia onde ficava a casa de Lohan, o líder da Guild que estava passando uns dias na cidade.

Como Serra Verde tinha ficado sem luz, mesmo com a energia já tendo voltado, ele ainda estava sem telefone e sem internet devido à tempestade. Nenhuma Torre de telefonia estava funcionando, ou seja, sem comunicação alguma. Mas ele precisava contar todo o ocorrido pros outros, antes que algo ruim lhes acontecesse também. Antes que eles encontrassem outros digimons.

— Sim, o Lohan mora no centro. _ Daniel anotava o endereço num papel.
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Já no centro da cidade, Mattheus estava saindo de um ônibus. Ele foi até o endereço anotado e tocou a campainha.

— Mattheus? O que está fazendo aqui? _ Perguntava Lohan, curioso.

— Cara, eu posso entrar pra conversarmos um pouco? _ Disse nervoso.

— Claro. Venha. _ Abria a porta.

Lá dentro, Mattheus observava que a casa era enorme.

— Os patrocinadores da Guild que alugaram para que eu ficasse até o campeonato estadual. Um deles veio até comigo, mas foi no mercado agora há pouco fazer compras. Sabe como é, não posso viajar sozinho sem um adulto responsável porque ainda sou menor de idade.

— Legal, ela é muito grande! _ Felipe referia-se ao apartamento, se distraindo por uns instantes.

— Sim, é sim, mas me diz, o que você queria me falar?

— Cara, eu não sei nem por onde começar, mas algo estranho aconteceu contigo mais cedo, durante o jogo? _ Perguntava Mattheus.

— No DMO? Sim, antes de acabar a luz meu computador travou. Nunca tinha acontecido antes, foi muito estranho, mas foi só isso. _ Lohan explicava.

— Só isso? _ Para Mattheus, essa não era a resposta certa.

— Como assim só!? O que tá acontecendo cara? _ Lohan, não havia entendido porque daquela reação espantosa.

— Eu vou falar sem enrolação. _ Felipe respirava fundo, preparando para soltar a bomba. - Hoje cedo, depois do apagão, um digimon gigante apareceu na cidade.

Segurando risos, Lohan disse:

— Olha Felipe, se você quer escrever alguma fanfic, seria até legal pra divulgar mais a guild, mas ainda temos certas prioridades antes disso.

— Não cara, não é nenhuma fanfic! _ Mattheus sabia que aquilo não era algo fácil de se compreender. - Olha, eu tenho um digimon e isso daqui é meu Digivice. _ O garoto retirava do bolso o aparelho eletrônico.

— Você disse que tem um digimon... de verdade? Huahsuahsas. _ Lohan pensou que era algum tipo de piada.

— Eu não gosto que riam de mim quando eu to falando sério. _ Quase gritou.

— Tudo bem cara, tudo bem. Mas acho que você não está legal. Por acaso pegou chuva antes de vir pra cá?

— Está dizendo que eu to vendo coisas?

— Não é isso Mattheus, mas você está estranho! Não pode chegar aqui e achar que vou acreditar no que está me falando. Acho que você está jogando demais. Senta ai que eu vou pegar alguma coisa pra você beber. Se quiser pode ligar a televisão, agora que já voltou a energia ela deve estar funcionando. – Lohan não acreditava em nada daquilo, mas estava preocupado com o que havia acontecido com o colega de equipe.

Mattheus sabia o que tinha visto. Mas pensando bem, ninguém que não visse o mesmo iria acreditar.

— Cara, coloca a mão na minha testa. _ Felipe pedia pro amigo.

— A mão na sua testa? _ Lohan não levava nada mais à sério.

— É, eu preciso saber se estou com febre. _ Explicava.

— Tá bom então. _ Falou Lohan, rindo por dentro, tentando disfarçar. - Não, você não está nem um pouco quente. _ Sorria.

“- Após a grande tempestade que se iniciou esta manhã em Serra Verde, vários desastres aconteceram nas estradas e vários bairros sofreram com enchentes inesperadas, que causaram quedas de barreiras entre outros estragos, deixando dezenas de desabrigados em todo o estado. _ Enquanto uma repórter de TV do interior do Rio dava as notícias no jornal da cidade, um vulto passava por detrás da mesma, bem rápido. - Como se não bastasse, depois disso, centenas de pessoas lotaram os hospitais e postos de saúde do município com algum tipo de crise do riso que está intrigando até mesmo os mais treinados e veteranos médicos da região.”

— Que estranho né? _ Lohan dizia trazendo o suco pro garoto.

— Muito estranho... _ Felipe afirmava.

De repente, o Digivice do garoto apitava sem parar, acendendo uma luz indicativa na parte frontal. Havia uma seta mostrando a localização de algo num mini-mapa da cidade, que aparecia na tela do aparelho. Era próximo dali.

— Olha! É um digimon!!. _ Dizia Felipe, largando o copo de suco sobre a mesa de centro da sala, correndo pela porta que dava acesso à saída do apartamento.

— Calma ai garoto. Do que você está falando? Não vou te deixar sair daqui sozinho nesse estado. _ Lohan o segurava com os braços.

— Mas tem um digimon atacando as pessoas na cidade. Acredite em mim. _ O menino esperneava tentando se soltar.

— Como eu vou acreditar em você se não está falando coisa com coisa? _ Lohan implorava.

Segundos após, no quarto do rapaz mais velho, um estrondo.

— O que foi isso? _ Lohan perguntou, assustado.
...

Chegando no local, uma cena inesquecível. Uma luz forte e constante piscava dentro da gaveta da cômoda quando vagarosamente Lohan e o Felipe a abriram. Seu digivice vermelho e branco saiu flutuando lentamente até sua mão, com o desenho de um ovo digital na tela escrito: Chocando.

Logo, o lugar foi tomado por um brilho insuportável e um digimon do tipo réptil laranja e azul apareceu.

— Sayguamon! _ Ele parecia um dragãozinho bebê tamanho gigante. Tinha quase a altura de Mattheus.

Assustado, Lohan olhava sem palavras pra cara de Felipe que parecia estar satisfeito por não estar vendo aquilo tudo sozinho.

— Saygú? Sayguamon! _ De súbito, o dinossauro franziu a testa, tomando um olhar ameaçador.

— O que está havendo? Porque ele está assim? _ Lohan temia um ataque ali mesmo.

Completamente fora de si, o animal não pensou duas vezes antes de pular a janela do apartamento, estilhaçando o vidro em direção ao parque.

— Ele fugiu, vamos atrás dele. _ Felipe gritava.

— Pra onde? Onde acha que ele foi? _ Gritava o líder do clã, pegando um casaco e descendo as escadas, seguindo o amigo mais jovem enquanto tentava digerir toda aquela informação insana.

— Atrás do outro digimon. Ele foi pro lugar marcado no mini-mapa.
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— HahHAHAhHahHAhahahHA. _ Chegando no lugar, os dois encontraram um monte de pessoas caídas ao chão, gargalhando.

— Faz isso parar, por favor, alguém faz isso parar. _ A repórter que antes dava as notícias, era uma delas, literalmente morrendo de rir, deitada ao chão, ainda com o microfone em mãos.

Atrás de uma das árvores, um digimon observava contente seu show de horrores.

— Onde ele está? _ Lohan perguntava ao parceiro de guild, Mattheus.

— Trump Espada! _ Sem ninguém esperar, várias lâminas mortais saiam de um dos arbustos do parque, indo em direção aos dois rapazes.

— Ahhhhh!! _ Felipe havia sido acertado por uma bem no meio da barriga. – HAhahahHAHAhHAahAh. Eu não consigo parar de rir. Socorr..

Mas para a surpresa de Lohan, seu amigo não tinha se machucado, apenas caíra no chão, com uma crise incontrolável de risos.

— Tá ok, seu digimon perverso. Apareça agora senão...

— Senão o quê? _ Disse Piedmon, se revelando um digimon palhaço adulto.

— Hãm! _ Lohan estava confuso. Aquele digimon tinha a aparência de um humano. Parecia um homem alto fantasiado.

— Você parece um pouco triste. Porque não ri também? _ Perguntou o ser demoníaco se aproximando devagar, enquanto empunhava outras de suas adagas.

Aquilo era realmente insano. Um verdadeiro digimon maligno no mundo humano.

Lohan tremia a cada passo do adversário. O que ele faria?

“Pow, pow, Pow” – Três bolas de fogo explodiam no chão, próximo aos pés de Piedmon.

Era o digimon de Lohan, vindo para lhe ajudar.

— Sayguamon!!! _ Disse o garoto contente e espantado por receber a ajuda.

Velozmente o digimon amigo pulou na frente de Lohan, ficando entre ele e o inimigo.

— Você é um digimon? Porque eu não te conheço? Deixa pra lá! Você parece corajoso, mas vamos ver até onde vai essa coragem. _ Piedmon se pronunciava outra vez com um olhar duas vezes mais sinistro.

— Truque da Coroa. – Atacava novamente.

Uma grande onda de energia dourada vinha na direção do dinossauro, quando pela segunda vez o réptil disparou três bolas de fogo do fundo da garganta, acertando uma delas bem abaixo do peito do palhaço medonho.

— Muahahahaha. Muito bom. Um ataque forte para um digimon pequeno desse jeito, eu diria que... _ O próprio Piedmon se interrompeu. A dor do ataque do dragãozinho parecia finalmente vir à tona. Quando prestou mais atenção, havia um enorme buraco abaixo de seu peito.

— Como você conseguiu fazer isso? Um digimon em treinamento me derrotar?? Não é possível !... Isso não tem graçaaaa... Aaaaaaaaahhh... _ Em questão de segundos, assim como acontecera com Thunderbirmon, Piedmon desaparecia na frente dos dois jovens feito pó.

...

Todos os cidadãos caídos ao chão se levantaram instantaneamente, como se o efeito daquela magia terrível tivesse passado de imediato, após a destruição do digimau.

— O que aconteceu? _ A repórter dizia.

— Acabou a graça. _ Um civil percebera.

Ninguém entendia o porquê estavam rindo antes, nem pareciam se lembrar que haviam visto um digimon.

— Eles não lembram de nada disso? Eles não veem o Sayguamon? _ Mattheus perguntava ao lado do digimon de Lohan.

— É estranho, mas, parece que eles não conseguem enxergá-lo.

Cansado da batalha, o bebê dragão voltava à sua forma de recém-nascido, se tornando um simples e inofensivo Babydramon.

Fim do capítulo 4... Continuará!