Capítulo 2

Primeira Historia.

Tinha acabado de anoitecer e o céu estava tão fechado que parecia tarde da noite, mesmo assim Elaine, uma adolescente de 17 anos, estava no quintal da sua casa, seus pais já tinham a chamado varias vezes, mas ela fingia que não escutava, queria ficar lá fora olhando para o luar e pensando.

Ela estava pensando no seu namorado Sandro, de 18 anos, que havia sumido a mais de dois dias após sair da sua casa depois de uma briga feia entre os dois.

Então ela resolveu que precisava sair de casa um pouco, dividir seus pensamentos, sua saudade e rir com a melhor amiga.

– Mãe, eu vou à casa da Raiane!

Gritou e cruzou os dedos na esperança de aquele gesto ajudar na decisão de sua mãe para deixa-la ir.

–Já esta muito tarde Elaine, você não vai!

A menina suspirou.

–Não esta mãe! É pertinho daqui, eu vou chegar la em no máximo 10 minutos e quando eu chegar la eu te ligo para falar que esta tudo bem.

Sua mãe hesitou por alguns momentos.

– Tudo bem filha! Mas me liga quando chegar lá e tome cuidado!

Elaine suspirou aliviada que sua mãe tivesse a deixado ir, levantou-se do chão e começou a andar, ela morava a cinco quadras da casa da sua amiga. Já estava chegando, a apenas duas quadras de distancia quando ela ouviu um barulho de passos bem sutil e teve o sentimento de estar sendo seguida e que ia acontecer algo e que isso que ia acontecer não seria algo bom.

Ela parou e se virou para o lado que vinha o som dos passos.

– Quem está ai? O que você quer?- Na hora que ela falou se arrependeu: E se for um bandido? Estou atraindo-o para meu lado!

Ela ouviu aquela risada tão conhecida e que tinha tanta saudade.

– Calma minha princesa! Sou eu, o homem da sua vida, não é isso que você costuma me dizer?

A pessoa deu uma risada novamente. A voz daquela pessoa era masculina, e a Elaine reconheceria esta voz em qualquer lugar, era a voz do único que chamava ela de “princesa” e não a deixava com raiva e a fazia ficar ruborizada com um olhar.

– Sandro? É você?- O coração dela começou a bater cada vez mais rápido, parecia que ele queria sair pela boca.

Ele saiu das sombras de uma arvore com um sorriso que dava para se ver a quilômetros de distancia e abriu os braços.

– Não vai me abraçar?

Ela correu e o abraçou. Ele apertou tanto ela em seus braços que parecia que o Sandro queria que eles virassem um só, Elaine não se importou com isso, queria esse abraço, queria ficar o mais perto do perigo do que se era possível, ela sonhava com esse abraço todas as noites desde que ele foi embora.

– Que saudades de você! Por que você não me ligou? Onde você estava? Eu te procurei em todo lugar! Estava preocupada com você! Precisava sumir desse jei...

Ele a puxou com tudo dando um beijo, cortando o que ela estava falando e depois a soltou e a fez olhar dentro de seus olhos.

– Não tenho muito tempo princesa! Na verdade só vim te encontrar porque eu quero te fazer uma pergunta e é uma pergunta muito seria. E princesa essa pergunta pode mudar a sua vida.

Ela se assustou com sua expressão, era de medo, preocupação, desespero, determinação e tinha mais um sentimento que não se dava para se saber o que era, ele o disfarçava muito bem, mas esse sentimento estava ali.

– Pode fazer! Pode perguntar qualquer coisa!

Disse meio hesitante com a pergunta que o Sandro queria fazer, mas sem desviar seu olhar do dele nem um segundo, estava matando a saudade de seu olhar.

–O que você faria por mim?

Pela cara ela pensava que era uma pergunta difícil de responder, mas, na cabeça dela, foi mais fácil do que respirar.

– Você sabe que a resposta é qualquer coisa!

Ela respondeu sorrindo. Sandro não queria apenas uma resposta simples.

– Qualquer coisa mesmo? Até mesmo abandonar sua família?

Ele insistia em uma resposta certa, mas o porque de querer tanto essa resposta que a intrigava.

– Até isso! Eu viraria, largaria e faria qualquer coisa, você sabe disso! Já falei isso muitas vezes para você, não entendo porque você fica... - Ela respondeu com desconfiança e já lançou uma pergunta- Mas porque você insiste tanto nessa mesma pergunta?

Sandro balançou a cabeça positivamente como se estivesse pensando no que ia fazer, ou melhor, responder.

Elaine olhou para ele e notou pequenas mudanças, ele estava mais alto, com seu cabelo mais comprido e bem pouco mais corpulento. Nada que se você olhasse rápido ia reparar e mesmo ela que conhecia ele como a palma de sua mão demorou a ver as diferenças. Até mesmo o olhar dele tinha mudado, estava mais agressivo.

– Você tem certeza do que esta dizendo? Essas respostas podem mudar sua vida para sempre! Você faria isso por mim? Jura?

Ela olhou dentro de seus olhos.

– Tenho certeza absoluta de tudo o que eu disse e eu juro que faria isso por você! Eu te amo!

Ele balançou a cabeça positivamente novamente e ela viu em seus olhos um misto de alegria com tristeza e a mesma determinação que estava antes.

– Então... Beba um pouco disso, se você quer ficar para sempre comigo, beba!- Ele tirou uma garrafa do bolso da calça e entregou a Elaine- Mas não se esqueça de que nunca mais poderá ter uma vida normal novamente, não poderá ver seus pais novamente.

Ela apenas balançou com a cabeça positivamente, nem mesmo perguntou o que tinha naquela garrafa. Ela levou a garrafa até o nariz e seu cheiro era forte, muito doce e meio enjoativo, mas mesmo assim bebeu e achou o pedido dele estranho.

Ao tomar ela começou a sentir seu corpo formigar, doer como se alguém tivesse dado um soco e depois arder como se tivessem jogado fogo. Ela perdeu o ar.

– O que você me deu?

–Eu sei que dói e...- Ele estava sentado no chão abraçando ela e se balançando,como se quisesse ninar uma criança- Já passa!

A cada segundo que passava doía mais.

–Sandro, o que você me deu?

–Veneno!

Na cabeça dela o entendimento foi que tudo o que eles viveram tinha se acabado com aquela briga e ele resolveu acabar com a vida dela.

–Por que você quer me matar?

– Isso nunca, eu te amo! Mas como eu disse suas respostas mudariam a sua vida...

–O que você quer dizer com isso?

Ela já estava ficando fraca e vendo tudo preto, mas queria escutar a resposta.

– Quis dizer que agora você também vai se tornar uma!

– Uma o que?

–Uma de nos... Uma vampira!

Elaine desmaiou.