Diogo Narrando.

Eu e a Ana já tinhamos visto sete quartos dos nove e contado doze vampiros até então, quando entramos no oitavo não esperavamos que tivesse um vampiro ainda acordado.

Ao nos ver com as facas de prata na mão ele gritou e empurrou a Ana com tanta força que ela voou e bateu as costas na parede do corredor dando um grito que acordou a casa inteira. Fui até ela ajudando-a levantar rapido.

Sairam vampiros de todos os lugares, tinha no mínimo uns 20 nos cercando, expondo os dentes, seus rostos transformados, tinha as veias totalmente saltadas, suas peles pareciam ter sido queimada de uma maneira terrivel e estava descascando, suas unhas pareciam garras compridas, pretas e afiadas, mas a pior parte eram os olhos que eram todo vermelho com o meio de um branco assustador.

Foi quando o Thiago e a Nina apareceram na ponta da escada correndo e começou a real briga.

Encostei as minhas costas com as da Ana, o Thiago e a Nina fizeram o mesmo.

A luta no começo estava ate que facil, eram cinco para cada um, mas começou a ficar cada vez mais difícil, pois a cada momento que passava aparecia cada vez mais e mais vampiros.

Estávamos completamente cercados, eles nos pegaram, amarraram nossos pés e mãos, tiraram nossas facas colocando-as bem longe da gente e nos jogaram no chão, eu e a Ana de um lado e o Thiago e a Nina do outro lado do corredor.

– O que vamos fazer com eles Gustavo?

O primeiro que falou foi o que tinha empurrado a Ana.

– Eles têm um cheiro bem agradável Douglas, não acha Jess?

– Concordo! Acho que temos que guardá-los para um lanchinho mais tarde, não acha Angelica?

Um deles pegou o Thiago e a Nina e jogou ao lado da Ana e do Diogo, enquanto outro sentia o cheiro do grupo. Estavamos jogados em fila, Nina a minha direita, Thiago a minha esquerda e Ana ao lado dele. Apenas esses vampiros falavam, o que fazia parecer que eles tinham uma posição maior dentro da casa.

– Concordo com você Jess! Um lanchinho mais tarde seria muito bom!

– Calma pessoal!- Um deles passou por todos e parou na nossa frente, ele parecia ser o que mandava em tudo, pois quando ele falou todos ficaram quietos. Ele nos olhou com muita curiosidade- Meu nome é Demétrio, eu sou o lider dessa familia. Quem são vocês e o que querem aqui?

Ninguém disse nada.

– Não vão responder? Que falta de educação... Que azar o de vocês. Jessica, qual você quer?

– Eu quero esse aqui meu amor!- Disse se aproximando do Thiago- O cheiro dele é bom!

–Boa escolha milady. Gustavo, pode escolher.

– Eu quero essa loirinha aqui!O cheiro dela é diferente dos outros humanos!- Disse também cheirando a Ana.

Demétrio se aproximou dela cheirando-a tambem.

–Tem certeza que quer uma corporis et animae venenata¹?

–Olha quem fala!- Disse Ana como se estivesse sendo ofendida.

Olhamos para ela que estava de cabeça baixa, conhecia ela, sabia que ela não estava triste nem chorando, mas estava com raiva pelo quer que seja que ele a chamou, ela não queria que ele a chamasse daquele jeito principalmente na nossa frente. Demétrio se aproximou de Ana puxando-a pelos cabelos fazendo-a olhar para nos olhos assustadores dele.

–Mais respeito mocinha, olha como fala conosco.

Ele soltou a Ana e ela olhou para o Thiago que por um tempo ainda a olhava com curiosidade, mas depois trocaram um olhar cheio de carinho e meio que tinha uma menssagem de adeus.

–Douglas, sua vez de escolher.- Continuou Demétrio.

– Eu quero a moreninha, nada contra o ruivinho, mas ela é mais... apetitosa.

– Eu quero o Ruivinho!

–Tem certeza Angelica querida?

–Tenho Demétrio.

–Mas você não consegue drenar um corpo inteiro sozinha ainda...

–Posso tentar.

Nina olhou para todos nos com medo, não queria morrer.

Jessica se aproximou do Thiago para cochichar em seu ouvido e eu acabei escutando: “Prometo que não vai doer nada gatinho! Sou bem gentil com as minhas presas, faço um trabalho bem rapido!”. O Thiago e a Ana continuavam a se olhar fixamente, a vampira reparou, deu risada e cochichou em seu ouvido de novo: “Não posso dizer o mesmo do Gustavo com a sua... Posso dizer namoradinha. Ele gosta de ver as pessoas sofrendo bastante antes de se alimentar delas!” e deu risada de novo.

Vi os olhos de Thiago se encherem de lagrimas aos poucos, o que era uma raridade de ver, ele chorar. Ele sabia que iria perder a Ana, unica menina que eu vi ele se apaixonando, sua unica irmã e eu, seu melhor amigo... A unica familia que nós tinhamos.

Eu não tirava os olhos da Nina, que chorava de medo e desespero, nunca disse nada para ninguem alem da Ana, mas tinha largado a namorada por causa dela, não queria mais me enganar com quem so via meu dinheiro.

Sabia que esse iria ser nosso fim, iamos morrer pelas mãos, ou melhor, dentes dos montros que caçavamos desde que nos conhecemos. Que ironia do destino.



1-Corpo e alma envenenada