LUPIN

Era um dia comum no Caldeirão Furado. Movimento razoável, um ou outro bruxo passando através da passagem para o Beco Diagonal. Tom , o barman, atendia os fregueses que surgiam, enquanto Annie, sua assistente, cuidava da organização financeira do local, cuidando para que nenhum bruxo pagasse menos do que deveria. Corè, a empregada, limpava os copos, os pratos e as taças, e Michelle, a bela faxineira, varria o chão. Michelle havia chegado recentemente ao Caldeirão, substituindo a antiga faxineira, uma senhora idosa que veio da Holanda que morreu após sentir o odor de um Poção do Morto-Vivo. Vários fregueses gostavam de contemplá-la, e um ou outro mais assanhado convidava-a para sair.

Tom não ligava para a beleza de suas subordinadas; era um homem respeitoso, pai de família e bem casado.

Nesse dia, um casal de jovens, Frank Bane e Aline Quisdoom, estava tendo um romântico jantar à luz de velas numa sala especial que o próprio Tom reservara para eles. Era um dia muito especial para ambos. Frank, agente de viagens, ia pedir a mão de Aline, bruxa-arquiteta, em casamento.

– Querida, hoje é um dia muito especial. Esperei muito por esse dia.

– E eu, amor! E eu... Isso é um sonho.

Na sala principal do bar, Annie chamou a atenção de Tom.

– Patrão, como o senhor deixa um traste desses entrar?

Ele olhou na direção que ela apontava. Um homem estava sentado sozinho em uma das mesas, lendo um livro. Era alto e relativamente jovem, mas vestia roupas surradas e seu cabelo estava despenteado. Parecia um velho de rua, mas era Remus John Lupin, que Tom sabia se tratar de um ex-aluno de Hogwarts que se formara recentemente e que se encontrava desempregado, e que viera ao Beco Diagonal em busca de emprego pela enésima vez. O que esse rapaz tinha para não dar sorte ao arrumar empregos, Tom se perguntava.

– Não faço distinção entre fregueses. Isso os afastaria.

– O senhor vai deixá-lo se hospedar aqui - retrucou Annie. - ISSO vai afugentar os clientes. O senhor nem ao menos sabe se ele pode pagar.

– Algum dinheiro ele tem, ele nunca pediu fiado.

– Mesmo assim, há algo estranho nele. O cheiro.

– O cheiro?

– Sim. A pobre Michelle tem medo de varrer o chão perto dele. Pensa a toda hora que ele vai atacá-la... O que eu e a Corè não temos que fazer para acalmá-la...!

– Que história é essa, Annie? Porque diabos Lupin atacaria ela?

Annie olhou em volta, como se tivesse receio de que pudessem ouvi-la, e demorou seu olhar em Lupin por pouco mais tempo.

– Ele tem cheiro de lobisomens.

– Ah, me poupe! - ralhou Tom discretamente, para que os fregueses não ouvissem a discussão. - Era só o que faltava. Vá trabalhar, Annie.



LOKI



O deus da magia e da trapaça de Asgard conseguira sair sem ser percebido do reino mais uma vez. "Sou um gênio". Agora, se aventurava por Midgard. Aquele país onde se encontrava... Seu intelecto avançado lhe dizia que era a Inglaterra. Encontrava-se numa rua repleta de mortais, mas usava seus poderes mágicos para se manter invisível.

De repente, avistou algo que lhe chamou a atenção. Uma estalagem modesta destoava do ambiente da rua em que se encontrava, contudo, alguns indivíduos penetravam normalmente no lugar, enquanto que a grande maioria dos transeuntes passava pelo prédio como se ele não existisse.

E por que Loki sentia uma aura diferente em torno das pessoas que adentravam o barzinho... Uma aura mágica?